E DÁ-LHE BAIXA
Bauru e seu grande adversário na temporada: os desfalques
Por Fabio Toledo
O arremesso de longe e desequilibrado de Duda Machado no estouro do cronômetro acertou o aro, mas a bola não caiu na cesta, encerrando assim a temporada 2017-18 do Sendi/Bauru Basket. Um período posterior à glória máxima da equipe em 11 anos do surgimento da associação que foi marcado por dificuldades. Não estamos falando de alguns problemas extra quadra, como a saída da Gocil do patrocínio máster, lá no começo da temporada, mas de acontecimentos dentro das quatro linhas. O principal deles: os desfalques.
Afinal de contas, foram poucos os jogos em que o técnico Demétrius Ferracciú teve elenco completo, seja no Paulista, ou na Liga das Américas, ou no NBB. Até por isso, vale ressaltar que, mesmo sem títulos, o Dragão teve uma grande temporada. Para se ter ideia, Bauru realizou 66 jogos na temporada, tendo força máxima em apenas 16 deles. Não apenas Bauru teve time completo em somente 18 partidas (cerca de 24% da temporada), como também perdeu jogadores no decorrer de algumas delas. Número bastante baixo, que mostra tanto a capacidade de Dema trabalhar com situações que apresentam limitação – o popular “fazer omelete com menos ovos” –, como a fibra do elenco, que se tornou notória principalmente nos playoffs do NBB.
O discurso de Demétrius após a eliminação para o Paulistano ressalta isso. “A gente não pode falar, agora, que foram os desfalques (a causa da derrota). Com os desfalques a gente ganhou dois playoffs e quase levamos o terceiro. Acho que a gente sentiu os desfalques, sim, mas os jogadores que estavam na quadra se superaram, se fecharam, jogaram pelos que estavam machucados. Isso mostra um orgulho muito grande, de um olhar pro outro e saber que deu o máximo. É isso que fica.”
No Paulista
A competição inicial do calendário bauruense começou com boa parte do elenco sem atuar. Na estreia, diante do Pinheiros, apenas Renan e Isaac jogaram, com o Dragão sendo composto por atletas vindos da categoria de base – Stefano, Gui Santos, Henrique Cerimelli, João Marcos, entre outros. Ficaram de fora Alex, Shilton e Anthony, em fase de reabilitação física, além de Gabriel Jaú e Maikão, que estavam em um camp na cidade de Houston. Hettsheimeir, nome fora dessa lista, ainda não havia sido confirmado como reforço, fato que aconteceu apenas na cerimônia de apresentação do elenco.
Apesar da estreia de Anthony na terceira rodada, contra o América, Alex e Shilton permaneceram de fora até o final do primeiro turno. Renan também se ausentou para defender a seleção brasileira. Com isso, o primeiro jogo do Bauru “completo” na temporada (sem contar as contratações para o NBB) aconteceu na segunda rodada do returno, no clássico contra o Sesi Franca. Após Maikão desfalcar o time com um estiramento na coxa contra LSB e Osasco, e Isaac ficar de fora de partida contra o Paulistano veio uma das poucas sequências com elenco completo: quatro jogos seguidos, contra Mogi, dois contra Pinheiros (playoffs) e um contra Franca, quando Hettsheimeir se machucou e ficou de fora até o final do estadual.
No NBB
Reforçado com Duda, Bauru começou o campeonato nacional completo dentro de quadra, mas foi a vez de não contar com Demétrius na vitória sobre o Paulistano. O técnico cumpriu punição de três jogos por conta de um incidente nas finais do NBB passado, voltando diante do Joinville. O time começou o jogo com todos à disposição, mas terminou sem Stefano, com lesão no tornozelo, e Gui Santos, que rompeu o LCA do joelho esquerdo e passou a ser desfalque do Dragão o restante da temporada.
Já que Gui Santos se tornou desfalque até o final da temporada desde a partida contra o Joinville, tiremos ele da equação. Na estreia de Matulionis, contra Franca, Maikão não atuou, com uma fratura na mão. O pivô retornou nove jogos depois, mas no decorrer das pelejas, outros nomes também ficaram de fora. Por uma amigdalite, Anthony perdeu três partidas, enquanto Matulionis sofreu com uma fascite plantar e também ficou três jogos fora. Assim, Bauru só foi ter time completo contra o Vasco, no final do primeiro turno – dois meses depois da última ocasião em que isso aconteceu.
No returno do NBB, o Dragão começou completo, com uma sequência de quatro jogos – Paulistano, Campo Mourão, Joinville e Caxias –, mas logo voltaram os problemas. Sem Alex Garcia (gastroenterite) e Rafael Hettsheimeir (desconforto muscular na panturrilha), Bauru perdeu feio para o Franca. Na sequência, o Brabo ficou de fora dos três jogos da primeira fase da Liga das Américas, contra San Salvador, Correcaminos e Guaros de Lara.
Ainda falando da competição continental, na fase semifinal, Shilton atuou na estreia, contra o Regatas Corrientes, mas ficou em quadra por quatro minutos apenas. Depois, contra Guaros e Estudiantes, não atuou, com um problema no joelho. De volta ao NBB, o pivô ficou de fora da partida contra Mogi, voltando diante do Cearense, quando Bauru começou completo, mas Alex voltou a ser desfalque nos dois jogos seguintes, no final da fase classificatória, por problemas no joelho.
Playoffs
Bauru começou o mata-mata do NBB completo. No jogo 1 contra o Vasco, tudo corria bem, até Alex agravar sua lesão no joelho. A fisioterapia do Dragão ainda buscou recuperar o Brabo, mas não teve jeito de fazer isso sem uma cirurgia – e fim de temporada pro camisa 10. No jogo 2, é Renan quem deixa equipe, por conta de uma lesão no músculo adutor da perna esquerda. Apesar dos desfalques, veio a classificação. Contra Franca, Maikão se juntou à dupla, com divergências no acerto de seu contrato profissional.
Após a varrida sobre os francanos, os problemas permaneceram na série contra o Paulistano. Ainda que Renan tenha voltado no jogo 4, Duda não atuou devido a uma tendinite. Ele foi para o sacrifício no quinto confronto, foi importante na recuperação bauruense, mas acabou errando a última bola, no último ato do Dragão na temporada.
- VIA
- Fabio Toledo
- TAGS
- Basquete
- Bauru Basket
- Bauru e Interior
- Fabio Toledo
- LE
- NBB
Deixe seu comentário