VITÓRIA DE DOIS POLOS
Sendi/Bauru consegue vitória segura em Joinville, mas lesões preocupam
Por Fabio Toledo
De acordo com o Clube Whirpool de Joinville, seu ginásio poliesportivo teria capacidade para duas mil pessoas. É de se duvidar da informação, ao menos que se consiga colocar tanta gente assim em seis lances de arquibancadas dos dois lados. Não foi o caso na partida desta sexta-feira, entre o Joinville e o Sendi/Bauru, embora o ginásio tenha recebido um bom público.
Também não foi o caso na partida desta sexta-feira uma virada da equipe catarinense. Seria épico para a cidade que retorna ao NBB virar sobre o SESI/Franca e sobre o Bauru na mesma semana. Porém, o Dragão conseguiu segurar todas as tentativas de recuperação por parte dos donos da casa, obtendo um triunfo seguro por 71 x 91.
Na volta do técnico Demétrius Ferracciú à beira da quadra, depois de cumprir punição de três jogos, a equipe da Sem Limites mostrou sua força defensiva. Além disso, contou com um grande desempenho no perímetro – 11 bolas de três encaçapadas – e foi dominante no garrafão. Sem dar sopa para o azar, Bauru confirmou o favoritismo.
Contudo, a vitória por 20 pontos de diferença teve seu valor reduzido após dois lances preocupantes, já no quarto período. No primeiro deles, Gui Santos torceu o joelho esquerdo – o mesmo que rompeu os ligamentos na temporada passada. No segundo, Stefano torceu o tornozelo esquerdo. Ambos deixaram a partida carregados e serão melhor avaliados.
Pelo lado do Joinville, nem mesmo os 17 erros do adversário (sete a mais que os dos anfitriões) foram capazes de mudar a trama da partida. Ainda assim, o gringo Stocks foi destaque, com 17 pontos e 4 bolas roubadas. Vezarinho, Maxwell e Socas também apareceram em alguns momentos. Porém, os catarinenses tiveram que se contentar com apenas uma vitória na semana mesmo.
Na sequência, Bauru e Joinville ficam quase um mês sem atuar. Por conta dos jogos da seleção brasileira nas Eliminatórias para o Mundial de Basquete, as equipes só voltam à quadra em dezembro. O Dragão tem clássico contra Franca, no Pedrocão, às 14h do dia 2 (transmissão da Band). Já o Joinville encara o Flamengo, no Rio, às 18h da mesma data.
O jogo
Ainda que Alex e Stocks tenham desperdiçado os primeiros ataques, o começo da partida foi dos ataques se sobressaindo sobre as defesas. Já a partir da segunda metade do período, Bauru conseguiu fazer seu jogo. Na boa defesa e transição, a equipe visitante construiu vantagem, principalmente com as jogadas de Anthony – mortal na curta e média distância – e Alex – com dois tiros de três. Assim, o Dragão terminou a parcial oito pontos à frente: 19 x 26.
Os bauruenses deram sequência ao bom momento no segundo período, jogando no erro de Joinville e trabalhando dentro do garrafão. Maikão e Jaú entraram bem e foram importantes elementos por lá. Em especial, Maikão: 12 pontos na parcial. Do outro lado, os lances livres falaram mais alto. Neste quesito, o grande nome foi Vezarinho – outro que veio do banco -, com 6/7 na linha. Foi a forma dos donos da casa segurarem os visitantes: 39 x 48 (20 x 22 na parcial).
Na volta do intervalo, uma bela jogada em passe de Shilton para a cravada de Renan marcou a primeira grande ação do terceiro período. O problema foi depois desse grande momento, quando uma sequência de erros em ambos os lados deixou o placar parado por dois minutos. Foi novamente o momento de Anthony e Alex comandarem as ações bauruenses, com 8 e 7 pontos, respectivamente. Embalado por Jefferson Socas vindo bem do banco, Joinville ameaçou reagir. Chegou a diminuir pra 10 a diferença, mas, com Alex e Duda, Bauru fechou o período com 15 à frente.
O placar de 58 x 73 no término da terceira parcial e a maneira como os comandados de Demétrius controlavam a peleja – respondendo a altura qualquer ponto joinvilense – dava a entender que mais uma virada de Joinville na mesma semana estava ficando fora de cogitação. Só que, mesmo com a vitória próxima, Bauru não teve muito o que comemorar.
Com 8:38 para o final, Gui Santos acompanhava seu marcador, quando foi ao chão. O ala/armador comentou ter ouvido um estalo em seu joelho esquerdo: era torção. Pouco menos de três minutos depois, quando todos ainda estavam comovidos com a lesão de Gui, foi Stefano que caiu. Com a mão no tornozelo esquerdo, o argentino sentava ao lado de seu companheiro de equipe, em uma cena melancólica: outra torção. Apesar dos 71 x 91 favoráveis ao Bauru, no final, o jogo saiu mais caro ao time do que se poderia imaginar.
Abre aspas
Demétrius Ferracciú, técnico do Bauru – “Foi uma partida em que soubemos manter o jogo, administrar o placar e não cometemos tantos erros. Fechamos bem a defesa, fizemos boas escolhas no ataque e conseguimos conquistar mais uma importante vitória.”
Alex, ala do Bauru – “Nossa defesa trabalhou muito bem hoje e conseguimos neutralizar o ataque do Joinville, que tem um jogo bom e que veio de uma grande virada contra Franca. Hoje foi um jogo de paciência, em que soubemos trabalhar as jogadas. Outro ponto positivo foi que as bolas de três caíram e o time deu várias assistências. É assim que temos que jogar, trabalhando um com o outro e sabendo o posicionamento de cada um dentro de quadra.”
O cara
Mesmo com 11 bolas de três, o grande nome bauruense na partida conseguiu ser o cestinha (20 pontos) com somente um tiro do perímetro. Isso porque as jogadas de infiltração e arremesso à média distância de Kendall Anthony quebraram o padrão do time visitante, garantindo variação, além de melhores condições para os outros atletas, como se pode ver em outro dado interessante: 7 assistências do gringo.
Destaques
Joinville
Stocks – 17 pts, 3 rebotes, 4 assistências e 4 roubadas de bola
Vezarinho – 13 pts
Maxwell – 12 pts e 4 rebotes
Socas – 8 pts e 3 rebotes
Bauru
Anthony – 20 pts e 7 assistências
Alex – 15 pts, 6 rebotes e 4 assistências
Maikão – 14 pts
Isaac – 13 pts, 3 rebotes e 2 roubadas de bola
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