GAROTADA BEM AVALIADA
Yago, Maicão e Jaú se destacaram na equipe da América Latina no Adidas Global Nations
Por Lucas Guanaes
A temporada já começou para os clubes paulistas. Caminhando para a terceira rodada, o certame regional já foi palco de boas atuações de vários jogadores mais novos, que geralmente são colocados em quadra no início do ano para ganhar ritmo. Dentre estes jovens estão Gabriel Jaú e Maicão, do Bauru Basket e Yago, do Paulistano.
Apesar de novos, os três já são figurinha carimbada em suas equipes. Como você bem acompanhou na LE no último ano, Maicão foi um monstro no Campeonato Paulista, Jaú foi fundamental nos playoffs para o Bauru e Yago foi uma das grandes surpresas no vice-campeonato do Paulistano.
Contudo, antes da temporada ter início, os três foram para os EUA, onde disputaram o Adidas Global Nations, realizado em Houston, Texas. O camp da marca esportiva reuniu vários dos melhores jogadores do mundo todo na faixa etária dos 17 e 18 anos. Nomes já muito badalados, que recebem muita atenção da NBA, como Zion Williamson e Michael Potter Jr., estiveram presentes.
Os brasileiros fizeram parte do Team Latin America, que terminou na terceira posição da competição. Porém, nos camps o resultado final não tem tanto valor, mas sim o desempenho do time e de cada atleta individualmente. Isso porque as franquias da NBA enviam inúmeros olheiros para observar possíveis futuras escolhas no Draft. E neste ponto os atletas do NBB mandaram muito bem.
Outros brasileiros também estiveram presentes, é verdade, mas, por serem um pouco mais novos e sem tanta experiência no profissional, não obtiveram o mesmo destaque. Traduzimos para você as análises realizadas pelos jornalistas Jonathan Givony e Mike Schmitz, da ESPN e do DraftExpress, um dos sites mais respeitado do mundo acerca do Draft da NBA.
Yago
“Yago dos Santos, um armador de 1,75m vindo de uma temporada como o melhor novato no Brasil, foi talvez o jogador mais divertido de se ver em todo o camp. Um jato com a bola, puniu os preguiçosos pivôs defensores americanos com repetidas bolas de 3 pontos após o pick’n roll, além de um ótimo trabalho ao encontrar jogadores livres em situações de drive and dish*. Também conseguiu impressionantes 27 (de 58) chutes de três pontos em apenas seis jogos em Houston, alguns dos quais nas distâncias da NBA”. – Tradução livre da LE
*Quando o jogador finge que vai arremessar, mas passa para alguém livre (veja aqui)
ADIDAS NATIONS GLOBAL 2017:
Yago esteve “on fire” na sua primeira partida. 🏀😵 #AdidasNations pic.twitter.com/lYvoip63Az
— HS Basketball BR (@HSBasketballBR) 6 de agosto de 2017
Estatisticamente, Yago foi o melhor atleta do Team Latin America. Habilidoso, com bons recursos no passe e dribles, compensou a falta de altura e foi o maior pontuador do time nos jogos. Extremamente efetivo, rápido e com grande impacto em quadra, encheu os olhos dos olheiros, tal qual fez no último NBB.
Maicão
“O alvo principal de seus passes era o pivô brasileiro (de descendência nigeriana) Michael Uchendu, cujo jogo se encaixou muito bem contra Charles Bassey** (também nigeriano) pelo jogo simples e mais físico. Uchendu conseguiu 18 pontos de média e 10 rebotes por jogo com seis duelos em Houson. Também conta o fato dele ser um ou dois anos mais velho que a maioria, além de ser mais maduro e ter um melhor físico”. – Tradução livre da LE
**Charles Bassey é cotado como uma das primeiras picks do Draft de 2019
Logo após, a análise foca em Maicão. O pivô bauruense foi o maior reboteiro do camp e chamou muita atenção por seu jogo físico, sem grandes firulas. Já foi possível notar uma evolução de seu comportamento em quadra nesta temporada, com alguns recursos a mais. Além disso, vale destacar sua grande atuação contra o pivô nigeriano Charles Bassey, uma das maiores promessas para o Draft de 2019. Maicão foi muito bem e com certeza ganhou alguns pontos por ter atuado melhor que o nigeriano.
Gabriel Jaú
“O terceiro brasileiro, Gabriel Galvanini (também chamado de Jaú), foi o canivete suíço*** do time, acertando oportunas bolas de 3 pontos, achando os jogadores livres, defendendo em várias posições, mostrando maturidade no garrafão e pegando rebotes muito bem. Se manter a consistência da defesa no perímetro e desenvolver um jump-shot mais confiável, pode se tornar um prospecto da NBA graças à boa leitura de jogo”. – Tradução livre da LE
***espécie de faz-tudo
Por fim, Gabriel Jaú destacou-se por ser o jogador mais completo do time. Atacando e defendendo em praticamente todas as posições, tal qual no Bauru Basket. Por muito pouco também não terminou com um duplo-duplo de média, assim como Maicão. Ainda, foi o único que, nas análises, despontou como uma possível futura escolha no Draft, desde que melhore seu jump-shot.
Muita coisa vai acontecer até estes atletas figurarem nas listas do Draft. Isso só deve ocorrer entre 2019 e 2021. Entretanto, suas atuações pelos clubes e, eventualmente, seleções (principais ou de base), serão analisadas de perto, com muita atenção. Assim, o cuidado com suas evoluções, além da prevenção de lesões deve ser muito bem feito. Quem sabe daqui uns anos não vemos o número de brasileiros aumentar na melhor liga de basquete do mundo?
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- Lucas Guanaes
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