Bauru agora é internacional!
Fabio Toledo
Não cabia mais ninguém na Panela de Pressão para ver o Paschoalotto/Bauru ser campeão continental pela primeira vez. A Liga Sul Americana é considerada a segunda competição de clubes mais importante da FIBA Americas. A primeira é a Liga das Américas, à qual Bauru conseguiu a classificação após ganhar a Sul Americana, batendo Mogi das Cruzes na final por 79 a 53.
Os primeiros minutos foram pegados. Muitas faltas (em três minutos, Mogi já tinha cometido a quinta) e ataques desperdiçados por ambos os lados. Bauru chegou a pegar 4 rebotes ofensivos seguidos, mas a bola não caiu. Com o decorrer do primeiro período, o Dragão conseguiu abrir vantagem, mas muito por ter alterado a tradicional estratégia de arriscar tudo nas bolas de três. É claro que Day, quando entrou (dessa vez foi Larry Taylor quem saiu jogando), ajudou bastante nas bolas do perímetro. Os 25 a 11 gerou uma salva de palmas na Panela lotada.
Tal qual o final de cada ato em uma ópera, ou o final de cada melodia num concerto musical, o público na Panela também aplaudiu a equipe bauruense no término do segundo período. A única diferença era a de que não havia silêncio durante a partida como os exemplos citados Muito pelo contrário, a torcida deixou claro que não eram uma mera plateia. Pra derrotar a equipe bauruense, é preciso manter mais de vinte pontos por quarto pra ter chances de vencer no final. Só que Mogi não passou dos 11 também no segundo. 20 a 11 para Bauru, 45 a 22 no total.
Os comandados de Guerrinha encontraram dificuldades na finalização e na armação, com Ricardo Fischer, no terceiro período. Mas não foi problema, pois Jefferson e Day, responsáveis pelas “bolas de segurança”, e Hettsheimeir, alcançando 16 pontos, mantiveram a vantagem acima dos 20 pontos, o que irritou Shamell, Alemão, toda a equipe mogiana. Na parcial, 21 a 18. No geral, 66 a 40.
O período final pode ser expresso pela famosa “Canção da Despedida”, entoada no momento derradeiro da partida. Só foi segurar o jogo e esperar os últimos dez minutos se encerrarem para o grito de “É Campeão!” sair da garganta do torcedor bauruense pela segunda vez no ano. 13 a 13 na modesta parcial, mas o que mais importava era o capitão, Ricardo Fischer, levantar o troféu e a torcida invadir a quadra para festejar com seus heróis:
Alex, MVP deste Final Four; Rafael Hettsheimeir, cestinha da final com 18 pontos; Jefferson, dono de mais um duplo-duplo na temporada, 11 pontos e 13 rebotes; Robert Day, com 13 pontos (80% de aproveitamento nos arremessos de 3); Ricardo Fischer, o jovem líder dessa equipe; Gui Deodato, o garoto que cresceu na equipe; Murilo Becker, que praticamente nasceu para o basquete na equipe e voltou para se consagrar; Tiago Mathias, o pivô que não deixa a desejar e não deixa a equipe na mão; Carioca, Wesley Sena e Gabriel, jovens que já sentem o sabor das conquistas; e não poderia faltar Larry Taylor, o norte-americano que virou brasileiro, ou melhor, bauruense, maior símbolo em quadra do projeto Bauru Basket após o clube reabrir suas portas. Não nos esqueçamos do comandante, Guerrinha, outro símbolo, não só do recomeço, como de toda a história do Bauru Basket.
Um dos principais objetivos na tempora, Bauru já conquistou: a vaga na Liga das Américas, porém cabe mais para esse elenco fortíssimo. A final do NBB, até mesmo o título desta temporada, encerrando o domínio do Flamengo na principal competição nacional, também pode acontecer. Com time que tem, com o apoio da cidade, dos patrocinadores e de seus torcedores, que fizeram a Panela pulsar nesta final, Bauru tem condições totais de entrar para a história do basquete do país.
O terceiro lugar da Liga Sul Americana ficou com o Boca Juniors, que derrotou o Malvin por 76 a 75, com direito à cesta decisiva, de três, ser marcada no estouro do cronômetro, por Sandes.
- VIA
- Fabio Toledo
- TAGS
- Basquete
- Bauru Basket
- Bauru e Interior
- Fabio Toledo
- LE
Leave a comment