VAGÃO CULTURAL – SOMMEREN 92 (VERÃO DE 92)
A histórica conquista da Eurocopa pela Dinamarca na década de 90 retratada em filme
Por Lucas Guanaes
Se você, caro leitor, nasceu após 1990, muito provavelmente nunca viu uma grande geração dinamarquesa no futebol, muito menos grande campanhas em competições internacionais. É bem verdade que a seleção alvirrubra disputou as Copas do Mundo de 1998 e 2002, mas as participações foram bem discretas.
Contudo, entre o final da década de 80 e o início da de 90, a Dinamarca era uma das grandes sensações do futebol mundial. A alcunha de “Dinamáquina” não veio por acaso, já que a seleção tinha uma geração de grandes jogadores, além de ter feito boas partidas na Euro de 1984 (caindo nas semifinais) e na Copa de 86, na Espanha.
Logo após, porém, a mesma foi muito mal na Euro 88 e não se classificou para a Copa de 1990. Assim, algumas das principais estrelas do time, como o treinador Sepp Piontek, o atacante Preben Elkjaer e o meio campo Soren Lerby deixaram a seleção. O até então auxiliar Richard Møller Nielsen assumiu o comando da Dinamarca e é neste ponto que tem início a obra Sommeren 92.
O filme dirigido por Kasper Balfoed mostra todo o drama da seleção nas eliminatórias para a Euro 92, disputada na Suécia. A Dinamarca não conseguiu a classificação, mas foi para a Euro por conta da exclusão da Iuguslávia, então envolvida em guerras. Totalmente desacreditado e sem tempo de preparação, Nielsen consegue avançar na competição aos trampos e barrancos.
O final da história já é conhecido: a Dinamarca consegue seu primeiro e único título de expressão em toda a história (além da Copa Rei Fahd de 1995, que viria a se tornar a Copa das Confederações). Na campanha, passou pela Holanda de Bergkamp e Van Basten, então campeã europeia e a Alemanha, que vencera a Copa de 1990. Vários nomes daquela seleção tiveram seu nome cravado na história, como Brian Laudrup e Peter Schmeichel.
Apesar de pincelar as dificuldades da seleção em campo, o filme foca no descrédito de Nielsen, que precisa provar para a confederação, imprensa, família e até para a própria seleção de que é um profissional capaz de conduzir o time. Nesse ínterim, briga com os irmãos Laudrup, principais jogadores da seleção, que deixam de defender seu país. Posteriormente, Brian volta, enquanto Michael retorna apenas a Euro.
Além de Nielsen, o filme também retrata as dificuldades dos autores dos dois gols da final contra a Alemanha: John “Faxe” Jensen, que era conhecido por não conseguir marcar gols e Kim Vilfort, que precisou encarar o tratamento do câncer de sua filha durante a participação na Euro 92.
A peculiaridade do filme está no fato de, apesar de não ser um documentário, a obra contar com vários flashes originais das partidas e bastidores da seleção, além da narração dos jogos da época. Por isso, as “participações” dos jogadores e do técnico ficam restritas a tais momentos. Porém, vale destacar o bom trabalho da produção do filme ao escolher e produzir atores com grande semelhança física às suas contrapartes na vida real.
Longe de ter um roteiro excepcional, o filme entretém, aproximando o espectador da seleção, além dos dramas do treinador e dos atletas. O fato da produção ser dinamarquesa e todos os atores serem da escandinávia, também contribui para a ambientação do filme. A película está disponível na Netflix.
Confira o trailer original de Sommeren 92:
Os detalhes da campanha completa da Dinamarca em 92 você pode conferir nesta matéria do Trivela.
O FILME
Sommeren 92 (Verão de 92)
Diretor: Kasper Balfoed
Produção: Dinamarca
Duração: 93 minutos
Elenco: Ulrich Thomsen, Cyron Bjørn Melville, Esben Smed Jensen, Henning Jensen, Birgitte Hjort Sørensen, entre outros
Ano: 2016
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- Lucas Guanaes
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