Por Fabio Toledo

Você já parou para imaginar como é o dia-a-dia de um clube gigante e tradicional da Europa, os bastidores antes de uma partida, a pressão que cada pessoa carrega, uma maior aproximação a um ídolo seu no futebol? A série da Netflix Juventus: Prima Squadra tinha tudo pra conseguir isso. A parceria da empresa mundial de entretenimento com a Juventus, maior campeã italiana da história, rendeu uma série documental que animou os fãs de futebol. Em fevereiro, ela teve seus três primeiros episódios disponibilizados para os assinantes. 

A série aborda a temporada 2017-18 da Juve. Uma época em que a “Squadra Bianconera” disputa ponto a ponto o Campeonato Italiano, em busca do 7º Scudetto seguido, com o Napoli, e encontrou algumas dificuldades para alcançar o mata-mata da Champions League. O documentário dirigido por Christine Racinez e David Hetzron realiza entrevistas tratando de alguns aspectos importantes do clube, como o valor da camisa 10 – contou com depoimento de Alessandro Del Piero, Paulo Dybala (atual camisa 10) e de mais alguns outros –, do clube na vida de seus atletas – apresentou um pouco da história do meia Claudio Marchisio, formado na Juve –, da importância do capitão e de esse ser Gigi Buffon, grande bandeira da Vecchia Signora dentro de campo, entre outros.

 

Um dos objetivos da produção foi contar histórias daqueles homens representam a equipe nas quatro linhas, e não há dúvidas de que as entrevistas são os pontos fortes da série. Mostrar as tradições do clube, como o evento de apresentação na pré-temporada na cidadezinha de Villar Perosa e as festividades natalinas, é outra marca positiva. No entanto, ela não consegue desenvolver a mesma qualidade na abordagem da temporada do calcio em si. Entre algumas ramificações de atletas contando um pouco de suas vidas em Turim, eventos internacionais e coisas fora do campo – e dos vestiários –, apresenta-se um ou outro jogo importante, contando com uma narração durante todo o episódio, o que dá ritmo, ao mesmo tempo que deixa muita coisa passar batida.

Um personagem que se sobressai nesta série é Gigi Buffon. O goleiro de 40 anos, grande símbolo da história do clube presente nas quatro linhas, vive o dilema de encontrar o momento certo para encerrar a carreira, enquanto é o grande exemplo aos demais jogadores e principal figura para os torcedores. Ainda que o polonês Wojciech Szczesny venha sendo preparado para ser seu substituto no gol, é possível notar que, com o fim da carreira de Buffon, a Juve não será a mesma, mesmo com o goleiro vindo a ocupar algum cargo na diretoria, como o ex-meia Pavel Nedved ocupa, sendo o vice-presidente de futebol.

 

Muito do que se mostra em Juventus: Prima Squadra pode lembrar aqueles programas produzidos pela Uefa sobre os bastidores da Champions League – mas com a abordagem voltada em um clube apenas. Porém, por ter a chancela da Netflix, a série poderia ter sido menos institucional do que está sendo apresentada. Ainda assim, para o fã de futebol, vale a pena conhecer um pouco mais sobre a Juventus e alguns de seus atletas. Quem sabe, novos clubes não se juntem à empresa de entretenimento para mostrarem suas dificuldades, conquistas e tradições em futuras temporadas.

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JUVENTUS: PRIMA SQUADRA

Ano: 2018

Número de episódios: 6 (até o momento, a Netflix disponibilizou 3)

Tempo médio de cada episódio: 40 minutos 

Direção: Christine Racinez e David Hetzron

Elenco: Gianluigi Buffon, Gonzalo Higuaín, Maximiliano Alegri, Miralem Pjanic, Paulo Dybala, Giorgio Chiellini, Alessandro Del Piero, Pavel Nedved e outros.