Mandela, Morgan Freeman, Matt Damon, Clint Eastwood e apartheid. Todos na mesma obra

Foto: Reprodução/Blackfilm.com

Imagine ter a moral de um importantíssimo personagem da história do século XX declarar que apenas você pode interpretá-lo em um filme sobre uma passagem de sua vida. Morgan Freeman conseguiu esse feito. Ninguém mais, ninguém menos que Nelson Mandela autorizou apenas o americano a realizar o papel em Invictus.

A obra retrata os anos seguintes da libertação de Mandela da prisão e seus momentos como presidente, mais precisamente o ano de 1995, quando a África do Sul foi sede da Copa do Mundo de Rugby. Liderando um país ainda completamente dividido, mesmo já sem o Apartheid, Mandela viu no esporte sua maior chance de unir sua nação, pondo fim, mesmo que por alguns momentos, à divisão de raças.

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Assim, o filme foca na relação entre Mandela (Morgan Freeman) e o capitão dos Springboks, como é chamada a seleção sul-africana, François Pienaar (Matt Damon). Desacreditada, a África do Sul não passaria das quartas-de-final, segundo especialistas. Nem mesmo os sul-africanos brancos acreditavam no título, enquanto os negros ainda torciam contra a seleção, já que o rugby era considerado como um esporte dos brancos.

Foram as conversas de Mandela e Pienaar que mudaram a mentalidade do time e, com o passar dos jogos, a torcida se uniu para apoiar os Springboks, superando adversários teoricamente mais fortes, como a Inglaterra e, principalmente, os All-Blacks da Nova Zelândia.

Para interpretar os papéis, tanto Morgan Freeman quanto Matt Damon conversaram com os retratados na obra, além de assistirem a inúmeros vídeos para treinar o sotaque e estudos sobre o rugby. O esforço rendeu indicações ao Oscar em 2010 para melhor ator (Freeman) e melhor ator coadjuvante (Damon). Nenhum, porém, levou a estatueta para casa.

Como se não bastasse, o diretor é ninguém menos que Clint Eastwood, que também foi indicado ao Globo de Ouro. Um de seus maiores trunfos foi a escolha de bandas locais para a trilha sonora do filme, como Overtone, Yollande Nortjie, além de músicas de seu filho, Kyle Eastwood. Vários atores africanos também estão presentes no filme. No conjunto da obra, foram gerados mais de 120 milhões de dólares em receita ao redor do mundo.

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