VAGÃO CULTURAL – DRAFT DAY: A GRANDE ESCOLHA
Prato cheio para os fãs da NFL, sem deixar os leigos chupando o dedo
Por Lucas Guanaes
“32 times, sete rodadas, 224 rapazes que, hoje, estão prestes a se tornar jogadores da Liga Nacional. Um dia em que vidas mudam. Destinos são decididos. Dinastias nascem. E o relógio está sempre correndo. É claro que estou falando do dia do recrutamento! (Draft Day)”
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É com esta abertura de Chris Berman (ESPN) que “A Grande Escolha” começa, já dando ideias do que o espectador irá curtir nas duas horas do longa metragem. A história gira em torno de Sonny Weaver Jr., vivido por Kevin Costner, o fictício general manager do Cleveland Browns, esse sim um time real da NFL. O paralelismo com a realidade, aliás, é um dos pontos altos do filme, coisa que trataremos logo mais.
Sonny ainda lida com a recente morte de seu pai, um lendário treinador dos Browns, além da notícia de que está esperando um filho advindo de um relacionamento às escuras com Ali, uma das executivas do time, vivida por Jennifer Garner. Tudo isso no primeiro dia (de três) do Draft da NFL.
Os Browns possuem a 7ª escolha, mas Sonny faz de tudo para melhorar suas possibilidades, dar um futuro decente para seu time e, de quebra, sair da sombra de seu pai. O filme mostra como os bastidores do dia que marca o início da temporada pode ser tão emocionante quanto, ou até mais, que o próprio Draft em si.
Sem nenhum plot twist ou soluções acomodadas, a obra é claramente construída degrau por degrau, até chegar no grande clímax, que são os 10 minutos de escolha de cada franquia no Draft. Até lá, porém, a frase mais falada pelo protagonista é “me deixe trabalhar”, e o espectador realmente consegue sentir todo o peso do trabalho de Sonny, além das pressões sofridas interna e externamente.
Como toda produção hollywoodiana, possui sua carga dramática e alguns poucos momentos clichês, como o tradicional par romântico e o personagem que serve como alívio cômico. Mas o longa dirigido por Ivan Reitman se sobressai quando comparado a filmes do tipo. As franquias são retratadas com seus nomes reais, inclusive com takes das arenas de cada equipe (Browns, Seahawks, Buffalo Bills, Kansas City Chiefs, Jacksonville Jaguars e Houston Texans são retratados).
Além disso, são inúmeras as referências e termos técnicos e históricos que irão satisfazer os mais fanáticos pelo esporte. Tudo isso, porém, sem parecer nem muito complexo, nem muito didático para os leigos. Ou seja, é um prato cheio tanto para quem é fã, quanto para quem não faz ideia de que no futebol americano a bola é oval.
Por fim, o elenco de apoio engrandece a experiência de maneira perfeita. Além da já citada Jennifer Garner, estão presentes Chi McBride, Terry Crews, Sam Elliott, Tom Welling, Denis Leary, entre outros. Saindo da seara dos atores, são inúmeras as participações de atletas, ex-atletas, jornalistas e dirigentes que interpretam eles mesmos no filme. Tudo para criar uma ambientação mais e mais realista.
A curiosidade fica pelo acidental paralelo com a realidade. No Draft de 2014, ano de lançamento do filme, o Cleveland Browns foi uma das franquias que mais se movimentou nos bastidores do Draft. Porém, neste mesmo ano e nos seguintes, as campanhas do time foram péssimas, passando longe dos playoffs. Já no filme, a temporada não chega a ser retratada.
Confira o trailer do filme:
O FILME
A Grande Escolha (Draft Day)
Ano: 2014
Duração: 110 minutos
Produção: EUA
Direção: Ivan Reitman
Elenco: Kevin Costner, Jennifer Garner, Chi McBride, Terry Crews, Sam Elliott, Tom Welling, Denis Leay, Chadwick Boseman, entre outros
Fotos: Divulgação/Lionsgate Entertainment
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