VAGÃO CULTURAL – CREED II
Franquia volta maior, melhor e mais emocionante do que no primeiro filme
Por Lucas Guanaes
No cinema, sequências costumam ser problemáticas. Utilizar os pontos fortes do primeiro filme, retirar as deficiências e ter um produto melhor que já não conta com o elemento surpresa geralmente são tarefas que produtores e diretores falham em Hollywood. Não dessa vez. Creed II é a sequência de “Creed – Nascido para lutar”, que por sua vez dá continuação à trajetória de Rocky Balboa, ainda que num papel secundário. E apesar do emaranhado de continuações, o filme é talvez o melhor de todo o universo de Rocky.
O fio condutor é bem simples: após ser derrotado pelo Garanhão Italiano em Rocky IV, Ivan Drago perdeu toda notoriedade na União Soviética e refugiou-se informalmente na Ucrânia. Lá, treinou seu filho, Viktor Drago, que tornou-se um excelente (e gigante) boxeador, ainda que sem notoriedade. Assim que Adonis Creed torna-se campeão mundial, os russos fazem um desafio ao filho de Apollo, mantendo viva a rivalidade e vendo numa possível vitória a grande chance de recuperar a vida e prestígio que tinham na Rússia.
Desta maneira, o filme tem o mérito de ser, simultaneamente, uma continuação praticamente direta de Rocky IV e Creed I. Contudo, enquanto a obra da década de 80, assim como várias da época, tinha a geopolítica muito presente, desta vez a relação entre pai e filho ganha destaque no limite certo entre emoção e violência das lutas. Num arco menor, também existe a busca de Rocky, já recuperado do câncer, mas num papel ainda inferior ao de Creed I, por uma retomada das relações com seu filho, Robert.
Ainda que o final não seja lá uma grande surpresa e guarde suas semelhanças com Rocky IV, Creed consegue prender o espectador. O filme conta com três lutas completas e vários takes de treinamentos bem executados, como já é tradição na franquia e nos filmes de boxe em geral produzidos nos EUA. Mesmo com a troca do diretor da primeira película, a sequência teve momentos até superiores neste quesito.
O bastão da franquia está cada vez mais nas mãos do personagem vivido por Michael B. Jordan. Stallone avançou no papel paternal em relação a Adonis, dando conselhos não só sobre boxe, mas sobre vários aspectos da vida e dando cada vez mais protagonismo ao jovem. Contudo, não deixa de ter seus bons momentos. Bianca (Tessa Thompson), par romântico de Adonis, e Mary Creed (Phylicia Rashad), esposa de Apollo e mãe de Adonis, complementam o núcleo principal e também conseguem agregar à história.
A trilha sonora, outro ponto positivo do primeiro filme, continuou nas mãos do sueco Ludwig Göransson (que também trabalhou em Pantera Negra, Vingadores: Guerra Infinita e Corra!) e foi novamente um dos grandes feitos da franquia. Assim como no restante do universo, o final deixa margens para uma continuação, mas fechou a história do filme de maneira definitiva. Em resumo, é um filme que definitivamente vale a pena ser visto, seja pelos fãs de boxe, da franquia Rocky/Creed, ou pelo público em geral.
Confira o trailer do filme:
O filme
Creed II
Produção: EUA
Ano: 2018
Duração: 131 minutos
Diretor: Steven Caple Jr.
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Dolph Lundgren, Florian Munteanu, Phylicia Rashad, entre outros
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