ESQUADRÕES ALVIRRUBROS – 1953
O primeiro acesso à elite estadual
Por Fabio Toledo
Dez anos depois do título do interior, o futebol já se apresentava na era profissional. Junto com ela, também foi criada a divisão de acesso para o Campeonato Paulista. Era a chance de as equipes se colocarem entre as principais agremiações do estado e de encararem os grandes times da capital. Assim, na Segunda Divisão de 1953 – chamada de Série Verde –, vinte clubes entraram na disputa, que se iniciou no final de novembro e só acabou em maio de 1954.
Na primeira fase, dividida em grupos regionais, o Noroeste ficou na chamada Série Verde, juntamente com BAC, Marília, Tupã, Piracicabano e São Paulo de Araçatuba. A caminhada alvirrubra começou com um empate sem gols em Marília, mas logo veio o primeiro triunfo, em casa, sobre o São Paulo. Garantindo pontos como visitante e sendo superior no Alfredo de Castilho, o Norusca terminou a primeira fase na liderança, com seis vitórias, três empates e uma derrota.
Chegou então o momento do “Torneio dos Campeões”, o hexagonal final que daria o acesso apenas ao primeiro colocado. Ali, estavam presentes o Noroeste, Marília, Ferroviária, Paulista, América de Rio Preto e Bragantino. O debute noroestino, em 28 de março de 1954, foi com vitória sobre o Paulista por 4 a 2, em Bauru. Na sequência, bateu o América por 2 a 1, em Rio Preto, fez 2 a 0 na Ferroviária, no antigo Alfredo de Castilho, e 2 a 1 no MAC.
A vitória sobre o Tigre foi de virada, mas acabou marcada por pancadaria, devido à fúria dos torcedores do Marília destinada ao árbitro José Benedito Siqueira. Após invasão do campo e quebra-quebra do estádio, os torcedores teriam encontrado o juizão escondido dentro do vestiário e o espancaram. Como resultado, o MAC, que se colocava como postulante ao acesso, perderia todos os pontos das partidas que realizasse como mandante. Foi ali, também, que começou a rivalidade entre a Locomotiva e o Tigre.
No fim da quarta rodada, o Noroeste era o único invicto no hexagonal. Seguia muito bem, mas precisou lidar com uma perda inesperada. Antes do jogo de encerramento do primeiro turno, contra o Bragantino, o treinador da equipe, José Pavezi, o Pepino, teve um infarto e veio a óbito. O time noroestino precisou se recompor antes do duelo, que terminou com vitória por 1 a 0.
Superar a perda do técnico foi o maior desafio do Alvirrubro na corrida pelo acesso. Mesmo com esse desfalque no comando, os triunfos por 1 a 0 sobre Paulista e América deram as condições necessárias para alcançar tal objetivo. O Norusca liderava a competição, mas era perseguido pela Ferroviária. O título e o acesso esteve em jogo em Araraquara, no dia 16 de maio. Em um duelo de oito gols, a Ferrinha venceu por 5 a 3 e adiou as comemorações em Bauru.
Porém, não passou de 23 de maio, justamente contra o Marília. Em campo, no Estádio Alfredo de Castilho, nos Altos da Cidade, o Noroeste contava com Sidnei; Zulu e Vila; Nélson Faria, Mingão e Amaro; Colombo, Zeola, Brotero, Ranulfo e Luiz Marini. A linha de ataque que marcou uma geração de noroestinos garantiu os 2 a 0 no placar. Os dois tentos foram anotados por Zeola, atacante que depois teve passagem marcante pelo Juventus da Mooca, jogou no Palmeiras e até mesmo no Napoli, da Itália.
A vitória assegurou o título da Segunda Divisão e o acesso para a elite estadual pela primeira vez na história do clube. Isso com uma rodada de antecedência. No dia 30, contra o Bragantino, a ressaca do título já havia batido e o time perdeu por 2 a 0. Depois desse acesso, o Norusca ficaria na elite estadual, ininterruptamente, por 13 temporadas.
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