DESAPRENDEU?
Sesi Vôlei Bauru é atropelado pelo Sesc RJ e fica na semifinal na Copa Brasil
Por Fabio Toledo
A Arena Jaraguá, em Jaraguá do Sul, estava cheia. Afinal, os catarinenses esperavam ver um duelo pegado entre Sesc RJ e Sesi Vôlei Bauru. Uma rivalidade aflorada desde a temporada passada, com os encontros das equipes nos Playoffs da Superliga e na Copa Brasil. Nesta edição do torneio de meio de temporada, o líder da Superliga 19-20 encarava o Vôlei Bauru em ascensão após a virada de ano. Tendência de um jogão, mas expectativa quebrada logo cedo, assim como o passe bauruense. Com ampla vantagem, o Rio atropelou o Sesi por 3 sets a zero (25/16, 25/14 e 25/21).
A vitória com tantas sobras das cariocas não assustaria se levássemos em conta somente o último confronto entre as equipes, ainda no final de novembro. Mesmo assim, naquela ocasião, Bauru ensaiou alguma reação em pelo menos duas parciais. Já nesta partida, valendo vaga pra final da Copa Brasil – grande chance de título para o Sesi na temporada –, nem reagir o time bauruense conseguiu. Com a mentalidade correta, focado e sem dar chances de recuperação, o Sesc controlou o jogo do início ao fim. Até mesmo quando o Vôlei Bauru mais resistiu, em nenhum momento a equipe comandada por Bernardinho se abalou.
Já do lado bauruense, a noite foi uma das piores do projeto Sesi Vôlei Bauru. O passe ruim, que tinha melhorado nas partidas de 2020, voltou a aparecer. O saque, que ajudou em momentos importantes das últimas partidas, não entrou. O ataque, prejudicado justamente pela recepção, foi pouco efetivo. O bloqueio, importante pra dar algum equilíbrio quando tudo está funcionando mal, seguiu a toada dos demais fundamentos. Com todo o desempenho acontecendo abaixo do ideal – ainda mais perante uma equipe do nível do Sesc –, o resultado foi vexatório.
Para além do péssimo desempenho das atletas, também foi uma noite ruim de Anderson Rodrigues. Mesmo quando nada funcionava, o treinador arriscou pouco, buscando no banco de reservas apenas uma convencional inversão de cinco um, com Tifanny e Naiane. No máximo, colocou Glayce na ponta. Adenízia, central que necessita de mais tempo de quadra pra pegar ritmo, poderia ajudar o time com sua experiência, mas só entrou no terceiro set, ainda na posição de oposta. Se o treinador foi cirúrgico nas partidas anteriores, inserindo opções do banco que vingaram em quadra, diante do Sesc, ele também seguiu a noite ruim da equipe como um todo.
Com o triunfo, o Rio segue em busca de seu quarto título da Copa Brasil. O adversário da decisão é o Dentil/Praia Clube, que superou o Itambé/Minas na outra semifinal por 3 sets a 1. Já o Sesi Vôlei Bauru não tem muito tempo pra remoer a derrota. Nesta terça-feira, às 19h30, encara o São Paulo/Barueri, na Grande São Paulo. Depois, na sexta-feira que vem, enfrente o Sesc RJ novamente, agora na Panela de Pressão, às 21h30.
O jogo
Logo nos primeiros pontos disputados, o enredo de toda a partida foi apresentado. Fabíola sacou, o passe bauruense foi ruim e Peña fez de cheque. Em seguida, Fabíola foi pro serviço e mais um erro na recepção do Sesi Vôlei Bauru. Aproveitando-se dos muitos erros da equipe adversária, o Sesc RJ se impôs sem muito esforço. Logo antes dos 10 pontos carioca, Anderson Rodrigues pediu os dois tempos que tinha direito no set, mas de nada adiantou.
Quando Valquíria, Sarah e Polina enfim conseguiram virar bolas, a diferença estava na casa dos sete pontos. Bauru tentou uma reação apostando na entrada de Tifanny e Naiane na inversão do cinco um, só que o ataque do Sesc seguiu com sua superioridade perante o bloqueio e defesa bauruense, fazendo subir a vantagem. Em ataque pra fora de Tifanny, o placar chegou em 21 x 10. Somente na reta final da parcial o Sesi encontrou sua primeira sequência de pontos. Tarde demais, pois em ataque certeiro, seguido de ace de Peña, o Sesc RJ fechou em 25 x 16.
O início do segundo set foi uma repetição do primeiro: amplo domínio das cariocas, com destaque para a dupla Peña e Milka, donas dos cinco primeiros pontos do Sesc na parcial. Ao abrir 10 x 2, a equipe de Bernardinho logo tinha mais um set nas mãos. Anderson gastou seus dois pedidos de tempo no começo. Mesmo assim, tudo foi por água abaixo. Val até tentou alguma resistência pelo meio de rede, mas em sequência fulminante, o Rio fez 17 x 7.
Com Fabíola no saque, o Sesc manteve o passe do Vôlei Bauru quebrado, conseguindo pontos em contragolpe, ace ou erro do ataque bauruense. Assim, o placar chegou a sonoros 21 x 9. Ainda que Sarah e Polina tenham conseguido dois aces, não havia como o Sesi se safar de mais uma parcial perdida. Nos ataques certeiros de Peña, Tandara e Juciely, o Rio chegou ao set point com tranquilidade. Na última bola, nem precisaram finalizar, pois Polina sacou na rede e o período terminou em 25 x 14.
O passeio das cariocas em Jaraguá do Sul teve um momento mais complicado no terceiro set. O passe do Sesi Vôlei Bauru seguia ruim, mas o bloqueio apareceu no início da parcial, somado a erros adversários. Com isso, os 4 x 1 abertos pelo Sesc no começo foi recuperado pelo time bauruense. Ainda assim, o Rio não perdeu o controle. Em dois erros do ataque paulista, as cariocas retomaram a frente. Quando a equipe de Bernardinho fez 7 pontos em uma sequência de 10, Anderson pediu tempo.
Bauru precisava, mais do que nunca, correr atrás do prejuízo. Na variação ofensiva com Glayce, Sarah, Val e Polina, além de ataque pra fora de Tandara, a diferença caiu pra dois tentos. Até foi o ensaio de uma recuperação bauruense, mas tudo seguia sob controle do Sesc. Com o passe na mão, Fabíola encontrou Tandara e Peña. No block, Milka fez 20 x 16. Ainda que um saque pra fora de Gabiru e contragolpe certeiro de Mayhara mantinham o Sesi na cola, quando a bola chegou em Tandara e Amanda, o Rio deslanchou. No ataque de Juciely, a vitória veio por 25 x 21.
Abre aspas
Fabíola – “Dentro de quadra não tem favoritismo. A gente nem lembra disso. O que vale é o dia de hoje mesmo. E estamos muito felizes com o nosso desempenho. Funcionamos taticamente, principalmente o nosso saque. Vamos com tudo para essa final, venha que vier do outro lado”.
Dani Lins – “Foi um jogo muito abaixo do que a gente vem mostrando desde o começo do ano. Nenhum fundamento nosso funcionou. Saque, passe, contra ataque… A gente fez um jogo muito abaixo do que vinha fazendo. Eu saio daqui triste, porque poderíamos ter feito uma partida melhor. Sabíamos que o Sesc tem jogadoras experientes, mas não podemos fazer um jogo como esse. O primeiro e o segundo sets foram feios, a ponto de eu não saber o que fazer pra ajudar o time. No terceiro, foi o melhor set que a gente fez, mas agora precisamos esquecer, entre aspas, porque na sexta-feira que vem enfrentamos elas novamente, em casa, mas antes um confronto importante contra Barueri. Agora é bola pra frente, não deixar que esse jogo, por ter sido tão ruim, abale a gente. É cabeça no lugar, ver o que fizemos de ruim pra não fazer de novo”.
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