AGORA É FINAL!
Osasco e Sesi Vôlei Bauru iniciam decisão do Paulista neste sábado
Por Fabio Toledo
Sesi Vôlei Bauru e Osasco Audax/São Cristóvão dividem o protagonismo no cenário paulista há três anos. Desde o surgimento da parceria entre a instituição de serviços sociais com a agremiação esportiva bauruense, apresentou-se no estado um grande adversário ao tradicional time do Osasco. Este, por sua vez, também passou por mudanças, com novos patrocinadores após a saída da Nestlé, mantendo uma equipe competitiva, embora com menos investimento.
Em 2018, Sesi Vôlei Bauru e Osasco se enfrentaram na decisão do Campeonato Paulista, num momento que, para algumas pessoas, simbolizou o fim da hegemonia osasquense no estado. Na melhor de dois confrontos, o Sesi, liderado pela levantadora Fabíola, pela ponteira Tifanny e pela oposta Valentina Diouf, derrotou o Osasco Audax, conquistando o primeiro título do Sesi Vôlei Bauru. Uma parceria que prometia mais, só que até o momento não conseguiu ir além.
O reencontro em finais era esperado para o ano passado. Osasco e Bauru foram as melhores equipes na primeira fase e a hora da revanche estava próxima. Só não avisaram José Roberto Guimarães e o talentoso time do São Paulo/Barueri, que, mesmo com um projeto financeiramente mais enxuto e elenco jovem, desbancou o então campeão, Sesi Vôlei Bauru, na semifinal, além do próprio Osasco na grande final.
Agora, em 2020, não ocorreram surpresas. Sesi Vôlei Bauru e Osasco Audax/São Cristóvão se enfrentam pelo título estadual, pra retomar o espaço regional e dar sequência ao projeto visando uma boa campanha na Superliga. Neste sábado, às 21h30, acontece o primeiro jogo da final, em Osasco. Na terça-feira, no mesmo horário, o confronto decisivo ocorre na Panela de Pressão.
Sesi Vôlei Bauru: chegada sem sobressaltos
Quer queiram, quer não queiram admitir, o Campeonato Paulista de 2020 serve como uma pré-temporada para a Superliga. Afinal, foram 6 meses de inatividade por conta da pandemia do novo coronavírus. Fora isso, o estadual está sendo realizado em cerca de um mês, pouco tempo para as equipes estarem na sua melhor forma. Ainda assim, o desempenho do Sesi Vôlei Bauru ao longo da competição tem sido melhor em comparação ao início da temporada 2019/20.
É possível admitir que, de um ano pra outro, o elenco é melhor. Mesmo com as estrangeiras, Polina Rahimova e Brenda Castillo, entrando somente na reta final do campeonato, o desempenho do grupo bauruense, comandado por Anderson Rodrigues, foi até aqui impecável. Apesar da lesão que tirou Mayhara da temporada e da que deixa Mari Cassemiro de fora até novembro, o Sesi jogou da maneira que deveria jogar.
Dani Lins vem cultivando esperança de ir aos Jogos Olímpicos, a partir de boas exibições, juntamente com as centrais Adenízia e Mara – embora corra por fora na briga por uma vaga pra Tóquio, ela tem se destacado nas últimas partidas. Já Tifanny foi a principal pontuadora ao longo do estadual, conseguindo manter um bom percentual de acertos. Suelle, a outra ponteira da equipe, já mostrou a qualidade que dá à equipe, como uma coadjuvante de luxo no time titular.
A ótima sintonia nesse início de temporada garantiu um caminho seguro até a final do Paulista. Apenas um set foi perdido, na entreia contra o Pinheiros. Houve algumas parciais de maior complexidade, mas o Sesi Vôlei Bauru conseguiu se sobressair nos momentos decisivos. Chegou à semifinal, onde encarou o mesmo Pinheiros e dessa vez venceu os dois confrontos por 3 a 0. Ainda que o nível de exigência não tenha sido tão alto em comparação à Superliga, as bauruenses têm passado bem pelos testes de início de temporada.
Osasco Audax/São Cristóvão: reinvenção no meio do caminho
No caso do Osasco Audax/São Cristóvão, embora não tenham estrangeiras no elenco, o grupo é composto com atletas de muita experiência internacional. Um time titular que tem a levantadora Roberta, a ponteira Jaque, a oposta Tandara, a central Bia e a líbero Camila Brait não pode reclamar de falta de qualidade. Ainda mais com o potencial presente nas também ponteiras Tai Santos e Gabi Cândido, na central Mayany e na levantadora Naiane. Todos esses nomes deixam o time comandado por Luizomar de Moura entre os dois melhores elencos do estado – ao lado do Sesi Vôlei Bauru.
Contudo, o início de temporada não foi tão brilhante quanto do rival. Primeiro, foi o complicado jogo contra o Pinheiros, no qual Osasco chegou a abrir 2 sets a zero, mas levou o empate. Depois de vencer no tie-break, encarou o Sesi no José Liberatti e perdeu por 3 a 0. Ali, a equipe viu que as coisas precisavam mudar e, de certa forma, mudou. Na mais importante demonstração de mudança até aqui, os três confrontos contra o São Paulo/Barueri, as osasquenses mostraram outra postura em quadra.
Sempre empurrado pela qualidade ofensiva de Tandara, Osasco também tem contado com boa presença de Jaque e Tainara pelas pontas. Mayany vem aparecendo bem no meio de rede, apesar das dificuldades das outras centrais, Bia e Camila Paracatu. Questionada no início do estadual, Roberta voltou a se consolidar como levantadora titular, a partir dos bons saques e distribuição de jogo – embora Naiane ainda seja uma sombra, no banco. Em suma, o Osasco que entrará em quadra no próximo sábado para decidir o Paulista não é o mesmo que perdeu por 3 a 0 para o Sesi Vôlei Bauru na primeira fase.
Pressão dos dois lados
Por fim, um aspecto relevante nessa final é o da pressão. Em termos competitivos, o título paulista pode até não significar tanto. Contudo, moralmente falando, será importante pra quem vencer. O Sesi Vôlei Bauru tem o favoritismo, devido a tudo que apresentou nos jogos passados. Um fator que dá confiança, mas também deixa uma pressão pra ser confirmado. Pressão essa adicionada à recuperação do título perdido, mesma situação de Osasco.
Para a equipe que tem 14 conquistas estaduais, estar há duas temporadas longe do topo aumenta a necessidade do triunfo. Além disso, a rivalidade alimentada desde os tempos do Sesi-SP ecoa depois de três vitórias seguidas das bauruenses em pleno José Liberatti. A equipe desafiante à sua hegemonia tem sabido superá-la em sua própria casa. Mas talvez essa não seja uma pressão maior do que a ideia de revanche do Paulista de 2018. Demorou um ano a mais, mas a chance de se redimir chegou. Por mais que o elenco tenha mudado um pouco, quem conhece a casa sabe a importância dessa vitória.
O Paulista não tem sido um torneio de tanto prestígio assim. Porém, o duelo entre Sesi Vôlei Bauru e Osasco Audax/São Cristóvão dá maior aspecto a essa decisão. Um confronto que sai faísca e serve pra deixar o recado visando as competições nacionais.
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- Fabio Toledo
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