DA BULGÁRIA PARA BAURU
Dobriana Rabadzhieva: a nova aquisição do Sesi Vôlei Bauru para o restante da Superliga
Por Fabio Toledo
O planejamento do Sesi Vôlei Bauru para a temporada apresentava uma possibilidade. Na montagem do elenco, foi estudado deixar uma vaga para atleta estrangeira visando o segundo turno e Playoffs da Superliga. Uma possibilidade que se consolidou nesta semana, com a contratação da ponteira búlgara Dobriana Rabadzhieva.
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Aos 29 anos, a atleta de 1,90 m vem para sua segunda passagem no voleibol brasileiro. Afinal, defendeu o Itambé/Minas na última Superliga, em situação semelhante a de sua chegada ao Sesi Vôlei Bauru – disputou o segundo turno da competição, além do Campeonato Sul-Americano, do qual foi eleita a melhor ponteira.
No segundo semestre de 2020, Dobriana jogou a Liga Chinesa pelo Guangdong Evergrande, time que terminou na quarta posição. Ainda assim, ela tem em seu histórico em clubes, além do Sul-Americano, um título da Liga Suíça (pelo Volero Zurich) e um bicampeonato da Liga Azeri pelo Rabita Baku. Em um dos títulos, ela jogou ao lado da líbero Brenda Castillo, a qual irá reencontrar no Sesi Vôlei Bauru.
O que esperar da Dobriana?
Para ter maior embasamento sobre o momento atual da atleta, analisamos cinco partidas do Guangdong na Liga Chinesa: contra Zhejian (06/12), Tianjin (12/12 e 13/12) e Shanghai (15/12 e 16/12). O enfoque foi na sua recepção. Embora o passe bauruense tenha melhorado nos jogos do final do ano – incluindo um melhor desempenho de Suelle neste quesito –, a chegada de Dobriana pode garantir mais segurança no fundo quadra.
Na média geral dos cinco jogos, Rabadzhieva recebeu 26,4 serviços, com um aproveitamento de 80,3%. Em comparação com atletas da Superliga, essa marca é superior aos 79,6% de positividade da recepção da líbero Camila Brait, dona do melhor passe da competição. É bem verdade que, ao menos nesses cinco jogos analisados, os saques raramente variavam do balanceado, mas ela teve pela frente serviços da norte-americana Jordan Larson e da chinesa Yingying Li, por exemplo, atletas do alto nível internacional.
Foto: Divulgação/FIVB
Além da recepção controlada, Dobriana é mais um reforço ofensivo, capaz de armar uma jogada a partir de seu passe, para a levantadora lhe encontrar na entrada de rede. No time que também contava com a norte-americana Kelsey Robinson, Rabadzhieva era bastante acionada.
Outro elemento importante que o Sesi Vôlei Bauru poderá ter com a ponteira búlgara é uma ainda maior agressividade no serviço. Sob o comando de Rubinho, Bauru tem apostado mais no saque viagem, com Polina, Tifanny e Adenízia. Dobriana seria outra com tal capacidade, com uma bola menos potente que a de Polina, só que menos errática em comparação à oposta azeri. Afinal, Poli se destaca pelos 14 aces, mas também tem 16 erros de serviço na Superliga.
Por fim, os 1,90 m de Dobriana Rabadzhieva contribuem bastante para a rede bauruense. Seu alcance no bloqueio é de 2,99 m. Em comparação com outras atletas do Sesi Vôlei Bauru, Polina tem 3,05 m; Mara, 2,97 m; Adenízia, 2,90m. O quesito bloqueio ainda necessita de maior regularidade e a presença de Dobriana pode ser de grande valia.
Com todos os atributos apresentados, é possível dizer que o Sesi Vôlei Bauru eleva seu nível na Superliga. Tem uma líbero de nível internacional, mesma situação da sua oposta e, agora, da sua ponteira. As três numa idade considerada “auge físico e técnico”, além de nomes experientes em Jogos Olímpicos e Mundiais, também em busca de espaço na seleção brasileira. Definitivamente, é um elenco com capacidade para brigar por título, resta saber se vai conseguir chegar a esse objetivo esperado.
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