UM PONTO GANHO
Em pênalti polêmico, Noroeste garante empate com Rio Preto e mantém invencibilidade na A3
Por Fabio Toledo
A possibilidade de garantir a classificação para o mata-mata da Série A3 ainda existia para o Noroeste quando ele entrou em campo diante do Rio Preto na manhã deste domingo. No entanto, os resultados dos outros jogos já haviam adiado o momento e sobrava para o Alvirrubro fazer sua parte e vencer. Só que isso também não aconteceu. Em um Alfredão com público novamente abaixo das duas mil pessoas, Locomotiva e Jacaré ficaram no 1 x 1.
Tentando, de alguma forma, surpreender o adversário, o time do técnico Sérgio Caetano começou a partida com um jogador a mais no meio campo em relação ao que era esperado. Porém, a estratégia não evitou que o Noroeste tivesse o controle do jogo e forçasse o Rio Preto a fechar sua área. Contra as dificuldades de superar a defesa visitante, o Alvirrubro optou por arriscar bastante em chutes de fora da área. John Egito, Felipe Merlo, Renan, Pacheco e Léo Gonçalves, quando viram um espaço, arremataram de longe, mas a rede não balançou na primeira etapa.
O Rio Preto já melhorava antes do intervalo, com a mudança tática promovida pela entrada de Max Pardalzinho, para buscar mais jogadas pelos lados. Na volta dos vestiários, Gabriel Barcos aplicou a lei do ex, fazendo de cabeça um gol que deixava o Noroeste sob pressão. Depois de levar o 1 x 0, o Alvirrubro criou, mas também cedeu oportunidades perigosas para os visitantes. Ainda assim, o tirambaço de longe de Richarlyson carimbando a trave e a péssima finalização de Pedro Felipe, com só ele e o goleiro, dentro da área, mostravam que o momento era noroestino.
Só que a arbitragem não precisava dar a ajuda que deu, ao marcar pênalti inexistente do goleiro Gustavo sobre Richarlyson. O lance foi de uma dividida natural após uma finalização, mas Daniel Carlos Luciano Fernandes, em cima do lance, apontou para a cal. Léo Gonçalves não tinha nada a ver com isso e, depois de muita reclamação dos rio-pretenses, empatou.
Do alto da parte central do lado oposto às arquibancadas do Alfredão, onde ficam as câmeras de transmissão, Betão Alcântara andava de um lado pro outro. Suspenso por conta de uma expulsão em jogo anterior, o treinador precisou deixar a área técnica, colocando seu auxiliar, Bira, no lugar. Cada um com seu ângulo pôde ver o sétimo empate noroestino na A3 – é a equipe com mais resultados na coluna do meio, embora ainda permaneça invicta.
A estratégia de chutar de longe contra um time com a defesa mais fechada até foi uma boa por parte do Noroeste, mas não deu o resultado esperado. O que, de fato, se apresentou como melhor alternativa para encarar times defensivos foi a movimentação dos atletas e tabelas para encontrar espaços. Foi assim, por exemplo, que Richarlyson saiu cara a cara com o goleiro e sofreu o pênalti, ou que Pedro Felipe teve a chance de fazer e desperdiçou.
O empate foi um resultado razoável para o Alvirrubro, que conseguiu se manter na terceira posição, mesmo com vitórias de Comercial e Capivariano. Por outro lado, a liderança é praticamente inacessível, pois o Velo Clube abriu seis pontos de frente. Na próxima quarta-feira, às 20h, o confronto contra o Velo pode reduzir, aumentar ou manter essa diferença, também havendo a chance da classificação noroestina.
Do lado do Rio Preto, o empate, da maneira como foi, é engolido com gosto amargo. Até porque a vitória deixaria a equipe de volta ao G8. Agora, em 10º, segue na briga direta pelo oitavo lugar com outras cinco equipes (EC São Bernardo, Monte Azul, Primavera, Grêmio Osasco e Batatais). No meio de semana, o duelo é direto contra o Monte Azul, novamente fora de casa.
O jogo
Com mais posse de bola, o Noroeste começou melhor a partida. Aos 3 minutos, John Egito aproveitou o rebote de escanteio para arriscar o primeiro chute, por cima do gol. A dupla John e Pacheco causou perigo em tabela pela direita, mas foi Renan, cortando para o meio, que também chutou da entrada da área, para a defesa de Gustavo. Após Gabriel Barcos tentar o gol em um chute do meio do campo e o Rio Preto arriscar chutes de longe, também sem sucesso, o Norusca retomou a criação de perigo.
O chute de Felipe Merlo nem foi tão forte, mas Gustavo precisou se esticar para espalmar. Pouco depois, foi a vez de Pacheco achar uma brecha na defesa para bater da entrada da área, com o chute cruzado tirando tinta da trave. O alviverde rio-pretense se viu pressionado e buscou um volume maior pelo lado com a entrada de Max Pardalzinho no lugar de Iago Pereira. Contudo, em um primeiro momento, o Noroeste manteve o controle e protagonizou as melhores tramas.
Na tabela da direita para o meio, John Egito apareceu, arriscou da meia lua da grande área, mas o chute foi bloqueado. Do bico da grande área, pela direita, foi a vez de Léo Gonçalves tentar alguma coisa, só que a finalização foi facilmente defendida por Gustavo. Na reta final da primeira etapa, o Rio Preto finalmente conseguiu assustar no Noroeste, com Arnold chegando no meio da área para completar cruzamento. Porém, a bola subiu. Os visitantes apertaram a defesa alvirrubra, só que o jogo ainda seguiu com o placar zerado.
O Norusca manteve a estratégia na volta para a etapa complementar, mas as coisas não fluíram como nos 45 minutos iniciais. De fora da área, Max Pardalzinho bateu forte, obrigando grande defesa de Cairo, mandando pra escanteio. Na cobrança, Gabriel Barcos apareceu livre na segunda trave e mandou pro fundo do gol. Com a abertura do placar aos 4′, o Noroeste conseguiu duas oportunidades pela direita, mas nem Pedro Felipe, nem Léo Gonçalves acertaram o último passe. Colocando o time pra cima, Talles Brener entrou no lugar de Felipe Merlo.
Mesmo com a vantagem, o Rio Preto assustou duas vezes, em jogada de Arnold pela direita e outra cabeçada no meio da área, ambas passando com muito perigo sobre o gol de Cairo. Mais perigoso foi o chute de Richarlyson da intermediária, mandando a bola na junção da trave com o travessão. Aos 18′, Talles deixou no jeito para Pedro Felipe fazer, mas o centroavante isolou. O Noroeste colecionava oportunidades, só que o gol não saía. Até chegar ao 23º minuto.
Na infiltração de Richarlyson dentro da área, o passe chegou nele. Cara a cara com o goleiro, a bola não foi pro gol, mas na dividida de Ricky com Gustavo, o árbitro viu pênalti. Após muita reclamação do Rio Preto, Léo Gonçalves foi pra cobrança e garantiu o empate. O gol mudou as relações de força da partida, com o Noroeste melhor. Antes dos 30′, o segundo tento noroestino até saiu, mas Renan estaria impedido quando recebeu pra marcar. Aumentando a pressão no campo ofensivo, o Alvirrubro colocou Igor Pimenta e Lucas Dantas nos lugares de PV e Léo Gonçalves. Apesar da maior frequência no ataque, o Noroeste não conseguiu o segundo tento e o jogo terminou no empate.
Abre aspas
Léo Gonçalves – “Foi uma partida difícil, como a gente esperava. Eles vieram fechados, atrás de uma bola ou até mesmo o empate e saíram em vantagem. No primeiro tempo, tivemos volume de jogo, chutamos diversas bolas no gol, tivemos chances para abrir o placar. Acredito que a cara da partida seria outra se saíssemos na frente, mas infelizmente sofremos o gol no segundo tempo, em uma bobeira nossa. Mas o que fica é o nosso espírito de luta para levar pelo menos um ponto para a classificação. Temos mais três partidas pela frente. Agora, pegamos o líder, Velo Clube. Sabemos que é uma partida extremamente difícil, porém, é um time que joga e deixa jogar. Então, com a qualidade do nosso elenco, a gente tem totais condições de sair com os três pontos, mesmo jogando fora de casa.”
[Sobre os vários chutes de fora da área] “A gente vem se cobrando durante os treinamentos para chutar mais em gol. Temos diversos jogadores que chutam bem de fora da área, que têm esse perfil, mas vínhamos deixando um pouco a desejar nessa questão. Porém, hoje conseguimos fazer isso, o goleiro deles fez diversas defesas, erramos outras, mas o que fica é que buscamos o empate.”
Bira, técnico interino do Noroeste – “O primeiro tempo foi muito bom pra nós. No segundo, tivemos uma caidinha, mas voltamos para buscar o empate. A gente tinha alertado do perigo que o Barcos podia causar, mas ele ainda conseguiu fazer o gol. Ao todo, fizemos um bom jogo, mostramos uma boa intensidade, mas infelizmente saímos atrás e no final conseguimos o empate. Agora, a gente enfrenta o Velo, um time que também propõe o jogo e temos mais facilidade de encarar equipes assim. Então, vamos atrás da vitória.”
Noroeste 1 x 1 Rio Preto
Noroeste: Cairo; Pacheco, Jean Pierre, Júnior e Renan; Felipe Merlo (Talles Brener), PV (Igor Pimenta), John Egito, Richarlyson e Léo Gonçalves (Lucas Dantas); Pedro Felipe. | Técnico: Bira (interino)
Rio Preto: Gustavo; Felipinho, Bruno Miguel, Marcos Alemão e Fernandinho; Caio César, Jô, Iago Pereira, Jefferson Paulista e Arnold; Gabriel Barcos. | Técnico: Sérgio Caetano
Gols: Gabriel Barcos (Rio Preto – 4′ 2ºT) e Léo Gonçalves (Noroeste – 23′ 2ºT)
Resultados da 12ª rodada
(12º) Grêmio Osasco 0 x 1 Comercial (4º)
(6º) Osasco Audax 5 x 2 Olímpia (15º)
(2º) Desportivo Brasil 1 x 0 São Carlos (16º)
(5º) Capivariano 0 x 0 Primavera (11º)
(1º) Velo Clube 3 x 1 Monte Azul (9º)
(13º) Batatais 0 x 2 Barretos (7º)
(8º) EC São Bernardo 4 x 2 Taboão da Serra (14º)
(3º) Noroeste 1 x 1 Rio Preto (10º)
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