ESQUADRÕES ALVIRRUBROS – 2012
O fim de um ciclo marcante
Por Fabio Toledo
Ao longo de quase uma década, o Noroeste experimentou um momento de segurança financeira e boa infraestrutura. Teve bons momentos na elite paulista, mas o projeto não era devidamente desenvolvido a nível nacional, o que mantinha a dependência do clube ao presidente e grande mecenas, Damião Garcia. Já com a idade avançada e saúde debilitada, seus filhos também passaram a participar mais do clube.
Rebaixado da A-1 em 2010, o Norusca garantiu o retorno logo no ano seguinte. Contudo, não se manteve e voltou a cair para a A-2 em 2011. Aparecia ali grande semelhança ao ioiô dos anos 80, promovendo maior cobrança aos gestores do clube. Em 2012, o Alvirrubro não conseguiu novo acesso, deixando um clima mais complicado pelas bandas da Vila Pacífico. Era neste cenário que o Noroeste iniciou a Copa Paulista.
O técnico era Amauri Knevitz, mantido no cargo desde a A-2. Para a disputa, o time foi remodelado, com cinco jogadores do time derrotado pelo São Bernardo, na última rodada do estadual do primeiro semestre, mantidos: o volante Kasado, o lateral-esquerdo Velicka (levado ao meio), o meia Juninho e os atacantes Diego e Roberto. Giovanni, nome bastante presente na A-2, também seguiu no clube. Nesse novo grupo, a média de idade era baixa, com atletas em busca de um lugar ao sol.
A experiência ficava por conta do meia-atacante Gilsinho, de passagens por Linense, Mirassol e pelo próprio Norusca na Série A-1. Além dele, também tinha Daniel Grando, atacante revelado pelo Corinthians, e o goleiro Yuri. Porém, esses dois jogadores com a idade mais próxima aos 30 tiveram pouco espaço. Grando, por conta de Diego Oliveira, jogador que ganhava destaque no Alvirrubro, fazendo dupla de ataque com Roberto. Yuri, pelo desempenho nos treinos de Walter, goleiro vindo de um rebaixamento à Bezinha com o XV de Jaú.
Na primeira fase da Copa Paulista, o Noroeste encarou Ferroviária, Penapolense, América de Rio Preto, Marília, Barretos e Santacruzense. O time comandado por Knevitz, apesar de altos e baixos, mantinha um desempenho positivo, com três vitórias, quatro empates e uma derrota. Contudo, a derrota por 2 a 0 para o MAC em pleno Alfredão levou à queda do treinador, substituído por Moisés Egert. Na estreia do treinador, mais um empate – 1 a 1 com o Penapolense. Mas com mais tempo de treinamento, o Norusca fez 4 a 1 na Santacruzense, encerrando confiante a etapa.
O Alvirrubro caiu em um grupo equilibrado na segunda fase, com Grêmio Osasco, Paulista e Rio Claro. O equilíbrio era tanto que, em 12 jogos da chave, apenas quatro não terminaram em empate. Bom para o Noroeste, vencedor de duas dessas partidas, sobre Rio Claro e Paulista. Entre um triunfo e outro, veio um grande choque extra-campo: a Família Garcia deixaria o clube. Uma receita mensal de cerca de R$400 mil seria reduzida a menos de 1/4 disso.
Desde então, o futuro do Noroeste ficou incerto. Ainda assim, dentro de campo, o time comandado por Moisés Egert se manteve seguro, terminando na liderança do grupo. Com garantias financeiras até o final do ano, o elenco seguiu o bom trabalho, avançando às quartas de final. Nessa fase, contra o Capivariano, os dois gols anotados fora de casa foram decisivos para decidir o avanço do Alvirrubro depois de um empate por 2 a 2 e por 1 a 1. Por 0 a 0, o Norusca levou a decisão da semifinal contra o Velo Clube para o Alfredo de Castilho. Com gols de Gilsinho, Velicka e Kasado, os 3 a 1 asseguraram a ida à final.
Em um duelo movimentado, o primeiro jogo da decisão, contra o Grêmio Audax – do goleiro Sidão, do volante Tchê-Tchê e do técnico Antônio Carlos Zago – teve o Norusca abrindo 2 a 0, com Hélio e Kasado. Rafinha diminuiu para o Audax, mas a vitória no Alfredão deixou o Alvirrubro em vantagem. Tal qual foi em 1943 e 1970, o jogo derradeiro da Copa Paulista aconteceu em São Paulo. Dessa vez, no estádio Nicolau Alayon.
A casa era a do Nacional, mas por um dia foi noroestina. Diante de muitos alvirrubros na arquibancada, entraram em campo Walter; Mizael, Lima, Hélio e Ralph; Kasado, Velicka, Johnnattan e Gilsinho; Diogo e Roberto. Numa partida marcada pelo protagonismo dos goleiros, Diogo conseguiu um chute cruzado, indefensável para Sidão. Gol do título do Noroeste, que vivia o presente, sem saber muito bem seu futuro.
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