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Noroeste supera Nacional nos pênaltis e está na semifinal da Série A-3
Por Fabio Toledo
Foto: Bruno Freitas/Noroeste
Torcedor noroestino, se você chegou com vida à noite desde dia 24 de outubro, pode dar uma folga ao cardiologista. Afinal de contas, no Alfredão, Noroeste e Nacional fizeram uma partida digna de decisão. Tensão pra todo lado, gol pra lá, gol pra cá e penalidades. Contudo, depois do 1 a 1 no tempo normal, o Alvirrubro foi mais competente da disputa por pênaltis e, por 5 a 3, avançou para a semifinal da Série A-3 do Campeonato Paulista.
Um triunfo num jogo de emoções extremas. O Norusca mostrou firmeza como anfitrião, criou oportunidades pra abrir o placar, mas prevaleceu o melhor aproveitamento do ataque do Naça. Saindo na frente, o time comandado por Tuca Guimarães se fechou. Assim, segurou o Noroeste até o intervalo, mas as mudanças – de atacante e de posicionamento dentro de campo – levaram ao gol de empate logo na volta dos vestiários.
Apesar de um confronto mais aberto e de gols perdidos dos dois lados, o placar terminou no empate. A decisão ficou para as penalidades. Na marca da cal, muitos dizem que é uma questão de sorte, mas a competência prevalece. Depois de Pablo brilhar, parando uma cobrança, o Noroeste não desperdiçou nenhuma pra garantir a classificação.
Agora, dois jogos separam a Maquininha Vermelha do acesso. O adversário? Ainda será definido neste domingo, nos jogos entre Comercial x Linense e Capivariano x Velo Clube. Da ida, o Comercial tem a vantagem de um gol, enquanto o Velo fez 2 x 0 sobre o Capi. Se o cenário permanecer assim, o Norusca enfrenta o Velo. Já se o Linense superar o Comercial, o adversário será o Elefante. Por fim, caso o Capivariano vire sobre os rio-clarenses, será ele o último obstáculo do Alvirrubro pelo retorno à Série A-2.
Foto: Bruno Freitas/Noroeste
Tudo parecia bem
Logo que o jogo começou, o Noroeste foi pra cima do Nacional. Com Pedro e Fidel variando de posição, Richarlyson mais aberto pela direita (acompanhando as descidas de Matheus Blade) e Igor Pimenta, pela centro-esquerda, o Alvirrubro chegava ao fundo do campo. Mais defensivo, o Naça se fechava, segurando os avanços, até precisar contar com a sorte aos 9 minutos. Foi quando Igor Pimenta cobrou falta da intermediária, Guilherme Teixeira apareceu no fundo e desviou para o meio da pequena área. Ali, Pedro chegou no carrinho, mas errou a finalização. No bate-rebate em cima da linha de gol, a zaga afastou.
Mais frequente na intermediária ofensiva, o Norusca tinha melhores chances em avanços rápidos. Num deles, aos 13′, Fidel encontrou Maranhão na entrada da área. Na primeira presença aguda do volante, ele chutou e foi travado. Na sequência, foi ao chão, sentindo dores no músculo adutor da perna direita. Então, precisou ser substituído. Como o Noroeste não contava com França no banco – desfalque com dores no joelho direito –, o lateral-direito Carlinhos substituiu o camisa 5 noroestino, levando Matheus Blade ao meio. Depois da troca, o Alvirrubro até seguiu no ataque, mas foi castigado numa chance fatal.
Reviravolta
Eram jogados 19 minutos. Pressionado, o zagueiro Gabriel despachou pra frente, Guilherme Lobo saltou, mas não alcançou a bola. Antecipando-se na marcação, Guilherme Teixeira apareceu logo atrás. Contudo, o zagueiro noroestino errou no tempo da intervenção, sobrando pra Tavares. Formava-se ali uma situação de 3 noroestinos contra quatro atacantes do Nacional. Na tabela de Tavares com Lobo, o centroavante do Ferrinho recebeu de volta e, pressionado por Carlinhos e Jean Pierre, encontrou Wellington livre pela direita. No chute cruzado, o meia do Naça superou Pablo e deixou o placar em 1 a 0 para os visitantes.
O gol era tudo que o Nacional precisava pra se fechar. Agora em desvantagem, cabia ao Noroeste seguir na pressão ofensiva. O time até teve forte presença no ataque, com os laterais aparecendo à frente, mas tinha pouca presença de área. Com Richarlyson aberto, Pimenta distante do jogo no setor final e os dois atacantes marcados pela zaga adversária, faltou um jogador de chegada ao ataque, pra ocupar um espaço vazio nas investidas em vermelho e branco. Assim, o primeiro tempo foi pra conta com o Norusca em dificuldade.
Foto: Bruno Freitas/Noroeste
Nova postura
Para o segundo tempo, Luiz Carlos Martins sacou Fidel Rocha e colocou Leléco. Além disso, o time logo apresentou outra novidade no ataque: maior volume dentro da área. Com o avanço dos laterais, cabia a Pedro, Pimenta, Richarlyson e Leléco ocuparem espaços na linha de frente. Bastante participativo, Leléco aparecia a todo momento na intermediária de ataque. Diante de um Nacional bastante recuado, o Noroeste tinha a bola, mas precisava trabalhá-la de maneira a furar o ferrolho adversário.
O momento encontrado aconteceu logo aos três minutos, quando Pedro recebeu passe de Renan pela ponta esquerda. Segurando a bola, chamou três defensores para si, enquanto Leléco apareceu nas costas do quarto. Num passe preciso, a redonda chegou ao atacante bauruense na entrada da pequena área. Ele puxou pro pé direito, tirando do marcador e batendo rasteiro, sem tempo de reação para o goleiro Douglas.
A partir do gol de empate, o jogo ficou mais dinâmico. O Nacional passou a frequentar mais o campo de ataque, tendo boa chance na bola parada. Aos 7′, Diego Chiclete apareceu na sobra, no meio da área, mas sua finalização foi fraca, na direção de Pablo, que agarrou. Enquanto os cruzamentos dos visitantes eram perigosos, a velocidade do Norusca causava arrepios do outro lado. Aos 11′, Pimenta recebeu de Leléco e mandou na corrida pra Pedro. O atacante noroestino ganhou da defesa e chutou cruzado. Porém, Douglas esticou o pé e fez grande defesa.
Ficaram no quase
Pouco depois da grande oportunidade, o técnico Luiz Carlos Martins promoveu a entrada de Yamada, no lugar de Richarlyson. O retorno do camisa 10, destaque do pré-paralisação, foi de muita mobilidade. Com ele, Leléco e Pimenta, ocorria muita variação de posicionamento. Com o acompanhamento dos laterais, o Alvirrubro tinha bastante volume no ataque, mas faltava um toque decisivo pra superar a defesa do Nacional e ter uma situação clara de gol.
Enquanto isso, o Naça também chegava, fazendo uso da bola parada. Aos 27′, Luquinhas apareceu livre no cruzamento vindo da direita, bateu de primeira, tirando de Pablo. O goleiro ficou vendido no lance, mas a bola, caprichosamente, foi ao lado do gol. Já aos 42′, foi a vez de Diego Chiclete desviar cobrança de escanteio, na primeira trave. Novamente, só restou a Pablo torcer e mais uma vez a redonda foi pra fora.
Na reta final, tudo se encaminhava à decisão nos pênaltis. As equipes faziam as substituições derradeiras, para a composição dos cobradores, mas ainda teve tempo para mais sofrimento. Aos 49′, Carlinhos colocou na área em busca de Leléco. Douglas saiu do gol, mas espalmou mal, deixando a bola no alto. Ali, Denilton, que havia acabado de entrar, antecipou-se ao marcador e desviou de cabeça. Agora, o capricho ficou do lado do Nacional, com a bola passando ao lado da trave. Depois daquilo, não havia jeito: a vaga para a semifinal seria definida nas penalidades.
Foto: Bruno Freitas/Noroeste
A hora de Pablo
Tirando do goleiro, Igor Pimenta abriu a série balançando a rede. Já pelo Nacional, quem iria fazer a primeira cobrança era Matheus Teta. O chute do volante do Nacional foi pro lado direito do goleiro, mas não muito aberto. Pablo fez a escolha certa e realizou a defesa, dando confiança para o time noroestino. Na sequência, Leléco bateu alta, no canto esquerdo de Douglas, O goleiro pulou no lado certo, mas não alcançou a bola.
Wellington aproveitou bem sua cobrança, deslocando o goleiro, pra tirar o zero do placar pelo Naça. Depois, foi a vez de Carlinhos, que bateu cruzado, na mesma direção que Douglas pulou. No entanto, o guardião da meta do Ferrinho abafou mal a bola, ela quicou no chão e entrou no gol. Com Reinaldo, o Nacional voltou a ter boa cobrança, na espera do seu goleiro brilhar pra voltar pra partida. Mas Yamada evitou isso, ao deslocar Douglas e deixar o placar em 4 x 3.
Ainda em desvantagem, Guilherme Dias foi pra última cobrança do Nacional. Na perna canhota, ele bateu cruzado, Pablo acertou o canto, se esticou, mas o chute foi certeiro. Assim, restava uma esperança derradeira aos visitantes, enquanto o artilheiro noroestino Guilherme Teixeira, foi pra bola. Se ele se consagrou no jogo aéreo, era o momento de chutar a bola decisiva, pra se redimir da falha no gol do Naça. Muito frio, ele cobrou alto, no canto esquerdo de Douglas. Novamente, o goleiro foi pro lado certo, pulou bem, mas o chute foi infalível. Pra festa dos jogadores do Noroeste no Alfredão e dos torcedores por todas as localidades.
Foto: Bruno Freitas/Noroeste
Abre aspas
Richarlyson
Guilherme Teixeira
Leléco
Noroeste 1 x 1 Nacional (5 x 3 nos pênaltis)
Noroeste: Pablo; Matheus Blade, Jean Pierre, Guilherme Teixeira e Renan (Denilton); Jonatas Paulista, Maranhão (Carlinhos), Igor Pimenta e Richarlyson (Yamada); Fidel Rocha (Leléco) e Pedro Felipe. | Técnico: Luiz Carlos Martins
Nacional: Douglas; Léo Machado, Gabriel Moreira, Diego Chiclete e Matheus Barros; André Rocha (Gabriel Vieira), Teta, Wellington, Guilherme Lobo (Guilherme Dias) e Luquinhas (Reinaldo); Tavares (Vinicius Faria). | Técnico: Tuca Guimarães
Gols: Wellington (Nacional – 19′ 1ºT) e Leléco (Noroeste – 3′ 2ºT)
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