VERMELHOU!
Noroeste vence Marília, se mantém no G4 e complica situação do arquirrival
Alvirrubro comandou as ações do jogo, mas fez o gol apenas na metade da segunda etapa
Por Fabio Toledo
Faixas, foguetório, sinalizador de fumaça vermelha, mais de 5 mil torcedores presentes (somando os 4.919 que pagaram ingresso, mais os sócios torcedores e as crianças, com entrada gratuita). O Alfredão viveu uma noite memorável – para rememorar os grandes momentos do Noroeste. Tudo por conta do grande clássico, Noroeste x Marília, que voltou a Bauru seis anos depois. Diferentemente do último duelo na Cidade Sem Limites, para a alegria dos noroestinos, o Alvirrubro saiu vencedor, por 1 a 0.
O resultado positivo premia a equipe que comandou as ações da partida. O MAC, mal na tabela e com time tecnicamente inferior, buscou se resguardar e tentar uma bola no contra ataque para marcar. Porém, os alvicelestes tiveram pouco espaço e erraram quando a oportunidade aparecia no horizonte. Ainda assim, aguentou a pressão do arquirrival o máximo que pode, com o goleiro Gilson pegando até pênalti cobrado por Leandro Oliveira.
Procurando alternativas para furar o bloqueio maqueano, os comandados de Alberto Félix tentaram – até mesmo excessivamente – os cruzamentos na área adversária. No primeiro tempo, com o time baixo, não conseguiu muito sucesso. Com a entrada do centroavante Romão, aí sim havia um jogador de estatura. Na dividida pelo alto do atacante com a zaga, a bola sobrou para Alef – outro que veio do banco – sair de frente para o gol e marcar o tento da vitória.
O controle da partida, traduzido em triunfo no clássico, deixa um sentimento positivo para atletas e torcida, agora ainda mais próximos, em busca dos objetivos na Série A3. Em 4º colocado, com 21 pontos, está a apenas 2 dos líderes Atibaia e Portuguesa Santista – empataram na noite, em confronto direto – e com o mesmo número de pontos que o Capivariano, 3º. Na sequência, o Alvirrubro tem pela frente o São Carlos, fora de casa, às 11h do sábado (jogo com transmissão da Rede Vida). Depois, o duelo é contra a perigosa Portuguesa Santista, em Santos, na quarta-feira (28).
Já do lado derrotado, a cabeça inchada pós-clássico precisa ser tratada rapidamente. O MAC é o 16º colocado, com 11 pontos, e só sai da zona de rebaixamento daqui duas rodadas – isto se a equipe conseguir pelo menos 4 pontos e nem Grêmio Osasco, nem Olímpia, pontuarem. Pra piorar, o Tigre tem pela frente o líder Atibaia no próximo sábado e o Capivariano (3º) na quarta-feira. Sequência pesadíssima para o Marília.
O jogo
Nos primeiros movimentos, o Norusca já chegou com perigo. A cobrança de falta de Leandro Oliveira carimbou a trave e arrepiou a torcida. Pouco depois, Marcelinho acertou cabeçada perigosa, que passou à direita da meta maqueana. Após esse momento inicial de pressão noroestina, o Marília conseguiu algum espaço no meio de campo ao ganhar algumas bolas divididas. Contudo, não alcançou a grande área de seu arquirrival.
Com o passar dos 20 minutos, o cenário da peleja já se estabelecia. O Noroeste comandava as ações, pressionava a saída de bola e buscava o gol com jogadas pelas laterais. Já o Marília buscava se defender, não bobear no passe e esperava contra ataques para avançar. Assim, a metade final do primeiro tempo foi passada por um bom tempo no lado do MAC. Contudo, os cruzamentos que passaram pela área alviceleste não encontravam um alvirrubro.
Se a bola não chegou pelo alto, também foi na lateral que a maior chance noroestina saiu. Vilson alcançou a grande área e foi derrubado. Pênalti! Em meio à tensão – e às dezenas de celulares preparados para registrar a cobrança na arquibancada –, Leandro Oliveira foi pra bola, mas Gilson buscou no canto direito. O domínio do Norusca seguiu até o intervalo, só que o placar permaneceu do jeito que começou o jogo.
No segundo tempo, Du Gaia saiu do banco mariliense para balançar a rede no primeiro lance que recebeu a bola. Porém, estava impedido. Seguindo pelos lados, o Noroeste chegou perigosamente com Pacheco, mas seu cruzamento rasteiro foi cortado pela zaga antes de chegar em Wellington. Após tantas bolas na área, finalmente o Norusca teve seu centroavante: Romão entrou no lugar de Leandro Oliveira.
Pouco depois, mais uma substituição noroestina: Alef por Alex Silva, dando maior ofensividade ao ataque, para pressionar a saída adversária, embora perdesse um homem na proteção à zaga. Ainda que o MAC tivesse começado a frequentar o lado noroestino com mais perigo, o Alvirrubro conseguiu enfim balançar a rede. Em cruzamento vindo da direita, Romão perdeu a dividida pelo alto, mas a bola foi para Alef, que apareceu nas costas da zaga e chutou, superando Gilson e fazendo a festa com a torcida, aos 27 minutos.
Imagem: Alexandre Moretti/Noroeste
A vantagem no placar fez Alberto Félix recompor seu meio de campo, tirando Gindre para a entrada de André Rocha. Ainda assim, o goleiro Gilson precisou fazer uma defesaça para evitar o segundo gol do Noroeste, novamente em chute de Alef. O Marília tinha maior obrigação em buscar o empate, logo arriscou em algumas jogadas pelos lados e arriscou de fora em uma ocasião. Ferreira espalmou. Mais que isso, nada. Com o apito final do árbitro, o Noroeste derrotou seu arquirrival e se manteve entre os líderes.
Abre aspas
Alef, meia do Noroeste e autor do gol da vitória – “Me sinto privilegiado de fazer gol no clássico e estou muito feliz por ter ajudado minha equipe a sair com os três pontos. Venho trabalhando muito. Eu vir do banco é opção do treinador, respeito, mas venho trabalhando para buscar meu espaço”.
Maicon Douglas, volante noroestino, remanescente da temporada passada – “A derrota no ano passado ficou entalada, deu aquele gostinho amargo na garganta, mas hoje conseguimos fazer um grande jogo e vencemos com propriedade. A gente sabia que ia ser um jogo muito bem jogado, independente de o Marília estar na zona de rebaixamento, porque clássico é isso. A vitória é muito importante e nos dá moral para a sequência do campeonato”.
[Sobre o bom público no Alfredão]”Pra gente que joga, é muito gostoso ver a torcida vindo, enchendo o estádio e nos apoiando. Quero agradecer a todos que estiveram presentes, nos ajudaram demais e já quero convidar para o próximo jogo em casa. Vamos colocar mais de 5 mil no próximo jogo, porque queremos muito esse apoio e contamos muito com nossa torcida”.
Alberto Félix, técnico do Noroeste – “A sensação é de dever cumprido. Vimos a torcida comparecer em peso, nossa equipe muito determinada, se impondo nos 90 minutos. Fizemos por merecer o resultado, podíamos ter conseguido um placar mais elástico, mas estamos muito felizes pelo desempenho dos jogadores, que nos deixam muito bem posicionados na classificação do campeonato”.
[Sobre o jogo] “Se a gente fazer a avaliação dos 90 minutos, o time que procurar jogar o tempo inteiro foi o Noroeste. No primeiro tempo, jogamos dentro do campo do Marília o tempo inteiro e isso requer um esforço muito grande dos jogadores, para tentar achar alternativas de tentar furar o bloqueio do Marília, que estava muito recuado, e também para não descuidar e não sofrer o contra ataque. Isso gera um desgaste e o time do Marília ganhou a segunda bola algumas vezes e criou alguma dificuldade pra gente. No geral, a equipe esteve muito bem, porque foram raríssimas as vezes em que deixou essa oportunidade de contra ataque pro Marília. Foi um time perseverante nos 90 minutos”.
Noroeste: Ferreira; Pacheco, Marcelo Augusto, Marcelinho e Hipólito; Alex Silva (Alef), Maicon Douglas, Vilson, Leandro Oliveira (Romão) e Gindre (André Rocha); Wellington. | Técnico: Alberto Félix
Marília: Gilson; Israel, Zé Roberto, Rafael Fefo e Jamerson Bahia; Pablo, Matheus Alexandre (Rafael), Marquinhos e Alisson; Luan (Du Gaia) e Adílson (Jefferson). | Técnico: Luiz Carlos Ferreira
Gol: Alef (Noroeste – 27′ 2ºT)
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