ESQUADRÕES ALVIRRUBROS – 2006
O melhor time do (nosso) mundo
Por Fabio Toledo
O acesso em 2005, somado à conquista da Copa FPF, deu ao torcedor noroestino uma empolgação ainda maior para o retorno à elite do Campeonato Paulista. Assim, as campanhas publicitárias tiveram grande sucesso, da que tinha o slogan “sou noroestino e não desisto nunca” até a do “melhor time do ‘nosso’ mundo”. De fato, o elenco montado para 2006 foi de grande destaque.
Sob o comando de Paulo Comelli, treinador do acesso, o Norusca contou com jogadores de experiência na elite nacional, como o goleiro Mauro, vindo do Santos (o veterano Maurício, ex-Corinthians, fez parte do acesso e era reserva de Mauro); Paulo Sérgio, lateral-direito, havia defendido o Figueirense no ano anterior; o volante Hernani, revelado pelo Atlético-MG, tinha passagens por Grêmio, Ponte, Portuguesa, Paysandu e Fortaleza; o meia Luciano Santos vinha de passagens por Atlético Paranaense, Grêmio e Ponte Preta; o atacante Rodrigo Tiuí era revelação do Fluminense.
A estreia, num Alfredão lotado, foi contra ninguém menos que o Corinthians, campeão brasileiro de 2005. Vestindo a camisa listrada em vermelho e branco, foram a campo Mauro; Paulo Sérgio, Bonfim, Edmílson e Cláudio; Hernani, Luciano Santos, Lenilson e Luciano Bebê; Tiuí e Otacílio Neto. O Alvinegro, de Carlos Alberto, Nilmar e Tevez, teve um gol legítimo não marcado, após o chute de Marcelo Mattos bater no travessão e cair dentro do gol defendido por Mauro. Porém, o Alvirrubro foi melhor na partida, pressionou o adversário, perdeu oportunidades, mas ainda assim saiu com a vitória, após Luciano Santos acertar belo chute de fora da área.
Depois de superar o América em Rio Preto, o Noroeste terminou a primeira semana do Paulistão na liderança. Seguiu na briga pelo topo, até uma doída derrota por 1 a 0 para o Santos na Vila Belmiro. Nada que abalasse o time, que fez 3 a 1 no Paulista, campeão da Copa do Brasil em 2005, em Jundiaí e goleou o MAC por 4 a 0 nas rodadas seguintes. No sábado de Carnaval, o duelo contra o Palmeiras, no Alfredão, seria decisivo para as ambições da equipe.
O estádio lotado, com o lado palmeirense mais abarrotado em um espaço menor, levou a certa tensão. Irritado com uma redivisão do estádio para as torcidas, Celso Zinsly, gerente de futebol noroestino, um dos responsáveis pelo excelente momento do clube, sofreu um infarto e faleceu, já com o jogo em andamento. A partida terminou em 3 a 1 para o Palmeiras, de Edmundo e do técnico Emerson Leão, com o goleiro Sérgio sendo destaque.
Apesar do péssimo Carnaval, o Norusca conseguiu importantes resultados para se manter entre as melhores equipes da competição. Um importante fator foi ter mantido ótimo desempenho no Alfredo de Castilho, sendo derrotado apenas uma vez em nove partidas. Outro bom resultado foi o empate por 1 a 1 com o São Paulo, que seria campeão nacional naquele ano, em pleno Morumbi – gol de Leandrinho. Assim, o Noroeste chegou na última rodada na terceira posição.
Na tarde do dia 9 de abril, o Alvirrubro voltava ao Parque Antarctica para encarar o Juventus. Mas dessa vez o time de Bauru não venceu: 3 a 1 para o Moleque Travesso, resultado que fez o Noroeste perder uma posição, justamente para o Palmeiras. No entanto, a quarta posição rendeu o título (na época não oficial) de campeão do interior, dado em mais uma ação de marketing do empresariado local – e virando referência para a FPF estabelecer o prêmio oficialmente no ano posterior. Por mais que não fosse tão aproveitado para conquistar espaço a nível nacional, o momento noroestino atraiu uma nova geração de torcedores e deu um protagonismo pouco visto em décadas no clube.
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