ESQUADRÕES ALVIRRUBROS – 2005
O “Expressinho” da Copa FPF
Por Fabio Toledo
A década de 90 foi melancólica para o Noroeste. Primeiro, pelos fracassos em tentar retornar à elite nacional. Segundo, pelos rebaixamentos estaduais, levando a equipe à Série A-3. Terceiro, pelas dificuldades financeiras, dívidas trabalhistas e mais problemas do gênero, deixando o Alvirrubro em situação complicada para a virada do século. Foi quando, em 2003, o empresário Damião Garcia se apresentou para ajudar a reerguer o clube.
A partir do investimento do dono da Kalunga, a Locomotiva voltou aos trilhos, com dinheiro, claro, mas também organização interna, reestruturação do clube e por aí vai. Junto com seo Damião, Celso Zinsly assumiu a gerência do futebol. Assim, o Noroeste obteve dois acessos seguidos, em 2004 e 2005, podendo enfim retornar à elite do Paulistão. Após a conquista do vice-campeonato da A-2, a opção noroestina para o segundo semestre foi em apostar na sua base, que teve algum destaque na Copa São Paulo de Juniores, para compor o elenco da Copa Federação Paulista de Futebol.
O time que subiu tinha Maurício; Zé Carlos, Bonfim, Renato Carioca e Marcelo Santos; Gilmar Fubá, Edmílson, Luís Carlos e Luciano Bebê; Osni (Jorge Henrique) e Gileno, sob o comando de Paulo Comelli. Desses, ficaram para a “Copinha” somente Bonfim, Marcelo Santos e Luciano Bebê. O “expressinho alvirrubro” tinha como base Gustavo (Rafael Defendi); Cacá, Bonfim, Marcelinho e Marcelo Santos; Danilo, Luiz Carlos, Wellington (Tobias) e Luciano Bebê; Felipe (Buiú) e Otacílio Neto. O técnico era Carlos Alberto Seixas.
Na disputa da Copa FPF, estavam 28 equipes. A primeira fase dividiu os competidores em quatro grupos, ficando o Noroeste na chave com Marília, Rio Preto, Araçatuba, Taquaritinga, Oeste e Mirassol. Dali, quatro avançavam para as oitavas de final. O Norusca começou com problemas, perdendo duas e ganhando uma, mas logo se ajustou, ao vencer o Mirassol fora de casa e o clássico contra o MAC, no Alfredão. Terminou com seis vitórias, cinco empates e duas derrotas, o suficiente para ir às oitavas.
Pela frente, um adversário conhecido: o Juventus, que derrotou o Noroeste na final da A-2. Na Rua Javari, deu Locomotiva, por 1 a 0. No Alfredão, deu Moleque Travesso, também por 1 a 0. Seguindo o regulamento da época, o Norusca, com melhor campanha, avançou. Nas quartas, contra o Botafogo de Ribeirão Preto, os placares também se repetiram, 2 a 1 a favor dos mandantes. Novamente, resultados favoráveis à Maquininha Vermelha, que voltou à Ribeirão na semifinal, para encarar o Comercial. Dessa vez, saiu com um empate por 1 a 1, garantindo a vaga para a finalíssima ao fazer 3 a 2 em Bauru.
Na decisão, contra o Rio Claro, a vantagem do empate (fosse uma vitória pra cada lado ou dois empates) favorecia o adversário. Assim, no jogo da ida, no Alfredão, o Norusca foi pra cima, com três atacantes – Buiú, Otacílio e Felipe. Em trinta minutos, Felipe fez um, completou o cruzamento de Marcelo Santos em outro, mas a arbitragem deu gol para o lateral. No rebote de chute de Otacílio, foi a vez de Buiú balançar a rede. Apesar de dois gols de Vinícius para o Rio Claro, o Noroeste fez sua parte na “primeira perna” da final.
A volta, fora de casa, não foi nada fácil. O Galo Azul dominou as ações em boa parte do primeiro tempo – contando com a qualidade de Luciano Gigante, sempre perigoso quando o Norusca o enfrentava. Assim, o placar não demorou a se movimentar, em favor dos donos da casa. Quando se encontrou em campo, no finalzinho do primeiro tempo, Luciano Bebê empatou, de falta.
A etapa complementar mal tinha começado, quando foi a vez de Otacílio acertar o pé, também em cobrança de falta. Cada vez mais ofensivo, o Rio Claro igualou o marcador. Porém, Marcelinho fez, na sobra da zaga, e Buiú, em jogada de velocidade, deu todos os motivos para o noroestino comemorar mais um pouco naquele histórico ano. O Alvirrubro voltava à elite organizado fora do campo, com dinheiro para reforços e uma juventude promissora.
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