ESQUADRÕES ALVIRRUBROS – 1987
O fim do ioiô
Por Fabio Toledo
A entrada para a década de 80 foi negativamente marcante para o Noroeste. Isso porque, em 1981, o clube acabou rebaixado no Estadual. Passou três anos na divisão de acesso, até conseguir voltar a subir, em 1984. Contudo, a manutenção na elite passou a se tornar problema. Logo na edição de retorno, caiu novamente. Garantiu a subida em 1986, mas a fama já estava obtida: o Norusca era o ioiô do futebol paulista.
Para reverter essa trajetória – e a sina do rebaixamento em 1987 –, O Alvirrubro conseguiu atrair o empresariado local para montar um grupo forte. Embora o técnico Varlei de Carvalho defendesse a manutenção do elenco que subiu, os noroestinos não queriam ser alvos de chacota. Então, trouxeram nomes de impacto. O goleiro Ewerton veio da Portuguesa. O lateral-esquerdo Jacenir chegou do Corinthians. Amarildo, zagueiro, do Palmeiras.
O meia Lívio, ex-Cruzeiro, estava no Atlético Paranaense. Márcio Araújo, que deixou Falcão na reserva do São Paulo um ano antes, também reforçava a meiúca. O veterano atacante Chico Spina, campeão brasileiro com o Internacional, foi outro a chegar, enquanto que Baroninho, já consagrado, com passagens por Palmeiras e Flamengo, retornou à casa. Assim, a base do time contava com Ewerton; Edinho, Vitor Hugo, Amarildo e Jacenir; Márcio Araújo, Vadinho e Lívio; Chico Spina, Rodinaldo e Baroninho. O comando técnico ficou com Varlei, mas Urubatão Nunes assumiu no decorrer da competição.
O Paulista era longo e exaustante, com 20 clubes disputando turno e returno – 38 jogos em cinco meses –, para avançar quatro times à semifinal. Dessa forma, o Noroeste buscou iniciar com tudo, para acumular gordura e não correr risco de queda. Na estreia, em Bauru, Rodinaldo anotou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o XV de Jaú. Foi o primeiro de muitos do atacante noroestino, que disputou a artilharia do estadual com o corintiano Edmar e levou o prêmio de revelação do campeonato, superando Raí, recém contratado pelo São Paulo.
O primeiro turno do Alvirrubro foi incrível. Não apenas pelas vitórias sobre o Corinthians, de Wilson Mano, Jorginho e Biro-Biro; o São Paulo, de Gilmar, Oscar e Pita; e o Santos, de Rodolfo Rodrigues, César Sampaio e do técnico Candinho; mas também pelos 22 pontos conquistados. A campanha foi a quinta melhor da primeira parte do certame, superando os desempenhos de São Paulo (6º) e Corinthians (18º).
A situação era tão boa, o rebaixamento estava tão distante, que nem mesmo uma queda de rendimento no returno atrapalhou as coisas. Terminou a competição com 14 vitórias, assim como o vice-líder, Palmeiras. Porém, as 14 derrotas deixaram a equipe no meio da tabela, na 11ª posição. Dali, Rodinaldo foi para o Palmeiras. O zagueirão Vitor Hugo ficou até 88, mas logo estava defendendo Guarani e Flamengo. Márcio Araújo foi jogar na Portuguesa. Jacenir retornou ao Corinthians. Por fim, o bom desempenho noroestino atravessou o Atlântico, levando Ewerton, Amarildo e Vadinho a defenderem o Marítimo, de Portugal. Mais do que tudo, o bom time alvirrubro rompeu a corda do ioiô e se garantiu mais um ano na elite do Campeonato Paulista.
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