EMPATE NA REESTREIA
Noroeste 1 x 1 São José – com a bola, Alvirrubro foi pouco efetivo
Por Fabio Toledo
Havia um certo ar de estreia na noite da última terça-feira no Alfredo de Castilho. Afinal, 45 dias desde o jogo da terceira é muito tempo, um recomeço na Série A3. Até por isso, talvez, Noroeste e São José tiveram um primeiro tempo disputado em boa parte entre as intermediárias ofensivas, com pouca penetração na grande área adversária. Muito estudo e mais defesa do que ataque. Quem encontrou mais espaço foi a Águia do Vale, que saiu na frente. Porém, após dominar a posse de bola por quase toda a etapa complementar, o Norusca conseguiu o empate, por 1 a 1. Assim, manteve a liderança e a invencibilidade.
Apesar do resultado “menos pior”, o Alvirrubro precisa ter atenção. Não de fato com o placar, mas com sua exibição. No jogo mais equilibrado, do primeiro tempo, onde as duas equipes buscaram a criação ofensiva de maneira mais equilibrada, o Noroeste teve raros momentos de perigo. Os laterais, Carlinhos e Bruno Recife, pouco apoiaram. Alecsandro e Pedro, a dupla de ataque, não se movimentou o suficiente para se desvencilhar dos zagueiros. Yamada, Igor Pimenta e Richarlyson, compondo um meio-campo, em tese, de maior criatividade, falharam na busca pela aproximação de seus atacantes.
A pressão na saída de bola adversária até rendeu um ou outro momento de perigo, mas as tentativas foram travadas tanto pela defesa, como por erros dos jogadores noroestinos. Rodeando a defesa, a Locomotiva não conseguiu entrar na área joseense com a bola no chão. Coube ao jogo aéreo ser uma boa alternativa, mas também foi bem travado pela defesa da Águia. Do outro lado, apesar da troca de passes e movimentação do meio-campo, o São José encontrou espaço mesmo em lançamentos nas costas da zaga. Com Lucas Formiga, a primeira entrada na área com a bola nos pés rendeu apenas um chute fraco, defendido por Pablo.
A segunda intervenção do goleiro do Noroeste veio no passe errado de Bruno Recife, interceptado por Denis dentro da área. No chute alto, com pouco ângulo, o camisa 1 fez sua parte. Só não conseguiu salvar aos 37 minutos, quando Lucas Formiga avançou pela intermediária, até servir Anderson Magrão, pela direita da grande área. Pouco acionado até então, o centroavante mostrou sua capacidade, ao passar por entre as pernas de Celso Alemão – deixando o zagueiro no chão – e tocar de cavadinha por cima de Pablo.
Com a abertura do placar, o São José deixou mais a bola com o Norusca. Seria, em tese, uma boa oportunidade para a equipe de Luiz Carlos Martins fazer uso de seu meio-campo. Sem Jonatas Paulista, Blade ficou na sua posição, perdendo a condição de avançar na pressão do adversário, ou de buscar uma tabela em velocidade. Além disso, mesmo em desvantagem, o Alvirrubro não teve uma grande presença de seu trio mais criativo do meio. Sobrou justamente para Blade distribuir o jogo no ataque. Tudo isso levou a um Noroeste lento e com pouca mobilidade. Não a toa, mesmo com menos posse, foi a Águia quem chegou com mais perigo até o intervalo.
E o cenário pouco mudou na etapa complementar. O Noroeste já se mostrou, desde a temporada passada, ter um ótimo jogo em velocidade, aproveitando espaços que a defesa venha a dar. Por isso, em situações nas quais abre o placar, é um time difícil de ser superado. No entanto, em desvantagem, com o adversário recuado, tende a sofrer. O que é incompreensível, pois há capacidade no time para fazer um jogo de maior movimentação, drible, triangulação e finalizações a média distância para romper as defesas. Houve posse, mas não tanta criatividade. Assim, o Alvirrubro rodou a bola, fez um cerco à área joseense, mas arriscou pouco em gol – nas principais chances, Alecsandro apareceu para fazer o pivô.
Então, o jogo aéreo voltou a ser uma alternativa. Em um primeiro momento, com uma linha de quatro no ataque, cabia a Blade, mais um meia (geralmente Yamada) e ao zagueiro Guilherme Teixeira a criação, que culminava em um cruzamento na entrada da área. Depois, a partir da inserção de John Egito e Leléco, a movimentação aumentou, mas a efetividade seguiu baixa. O que funcionava – se é que pode dizer assim – era a obtenção de faltas na intermediária. Diante de um São José cada vez mais defensivo (ficou com apenas um atacante e um meia de criação), as bolas levantadas na área foram a saída encontrada. Aos 37′, no cruzamento de Carlinhos, Igor Pimenta cabeceou para garantir o empate.
Novamente, o resultado é o de menos para o Noroeste. Enfrentou um time mais organizado do que a classificação atual na A3 (penúltima colocação) aponta. Para a Águia, fica uma lição: manter a posse de bola também é uma estratégia defensiva e abrir mão dela é muito perigoso. Para o Norusca, é preciso ser mais consciente. Há muita qualidade no time para pouca criatividade nas jogadas.
A assimilação da partida acontece mais na mente do que no campo, uma vez que não há espaço para treinamentos. A 4ª rodada acontece já nesta quinta-feira, quando o Noroeste recebe o Primavera no Alfredão, enquanto que o São José joga contra o Batatais, no Vale do Paraíba. Ambas as partidas são às 22 horas.
Noroeste 1 x 1 São José
Noroeste: Pablo; Carlinhos, Celso Alemão (John Egito), Guilherme Teixeira e Bruno Recife; Blade, Richarlyson, Igor Pimenta e Yamada; Pedro Felipe (Leléco) e Alecsandro. | Técnico: Luiz Carlos Martins
São José: Thiago; Denis, Gutierrez, Douglas Mendes e Matheus Oliveira; Alan, Pablo, Branquinho (Lucas Gomes) e Radsley (Dema); Lucas Formiga (Gilsinho) e Anderson Magrão (Carlos Henrique). | Técnico: Ricardo Costa
Gols: Anderson Magrão (São José – 35′ 1ºT) e Igor Pimenta (Noroeste – 37′ 2ºT)
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