ESTREIA TENSA
Zopone/Gocil Bauru Basket segura reação de Mogi e vence na estreia do NBB
Por Lucas Guanaes
Começou o NBB para o Zopone/Gocil Bauru Basket. A competição é o grande objetivo da equipe na temporada e a estreia ocorreu diante do Mogi, no Ginásio Hugo Ramos. Foi o terceiro embate entre os rivais na temporada, sendo os dois primeiros no Paulista. E este foi o mais tenso, com o maior número de erros e menor diferença no placar. No final das contas, vitória do Dragão por 85 x 90, segurando a reação de Guerrinha e companhia no fim.
As duas equipes estavam desfalcadas no confronto. Bauru não teve João Pedro e Alex Garcia, que sentiu um desconforto na panturrilha durante a semana e foi poupado, além de Zach Graham, que deve chegar no Brasil nos próximos dias. Já Mogi não pôde contar com Colina e Gruber, que já voltou aos treinos, mas ainda não aos jogos.
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Tanto Guerrinha, como Léo Figueiró optaram por começar com quintetos mais leves, sem um pivô “tradicional”, mais preso à cesta. Assim, Wesley, por Mogi, e Tyrone, por Bauru, eram os mais altos em quadra no jumpball, permitindo suas equipes jogarem com cinco abertos, com mais agilidade. Porém, logo Kurtz e Dikembe tomaram seus espaços em quadra, aproveitando faltas de Fabrício e uma pancada sofrida por Gabriel Jaú.
No início do jogo, Bauru cometeu muitos erros, como andada, pisada na linha e faltas ofensivas, enquanto Mogi sofria para atravessar a marcação bauruense, não conseguindo concluir os arremessos com sucesso. Com o passar do tempo, porém, as ações mogianas passaram a se concentrar em Coleman, que estava com a mão calibrada para a estreia da competição.
Porém, a rotação curta de Mogi fez com que a equipe sofresse com as faltas. Vários atletas precisaram ir para o banco para não ficarem muito carregados nas infrações, mas ainda assim nos minutos finais, quando a diferença no placar era mínima, Coleman e Douglas Santos já estavam ejetados.
A disputa pelos rebotes também foi um fator crucial na partida. Durante o primeiro período, melhor momento bauruense e que definiu a diferença no placar, Bauru conseguiu 11 rebotes, contra apenas dois de Mogi. As grandes chances dos anfitriões ocorreram quando conseguiram tranquilidade para pegar as sobras defensivas e partir no contra-ataque, sempre levados por Fúlvio, autor de 12 assistências na partida.
Pelo Bauru, destaque para Alexey e Gui Deodato, os atletas mais regulares da equipe na sexta-feira, e também os com maior tempo de quadra. No primeiro tempo, Jaú também teve impacto, com seis pontos e seis rebotes apenas nos primeiros minutos. Já Tyrone manteve o time no jogo quando Mogi tentou reagir, principalmente no segundo tempo.
Agora Mogi voltará às quadras na terça-feira (17), contra o São Paulo, às 20h, ainda no Hugão, com transmissão da ESPN. O Dragão, por sua vez, enfrentará Brasília na segunda-feira (16), às 18h30, também no Hugo Ramos, sem transmissão confirmada.
O jogo
Fulvio, Coleman, Douglas Santos, Fabrício e Wesley iniciaram a partida pelos donos da casa, enquanto Alexey, Larry, Gui Deodato, Jaú e Tyrone foram os visitantes. Os quintetos mais leves em quadra duraram pouco tempo. Após algumas trocas de cestas, Fabrício cometeu duas faltas e Guerrinha logo o sacou para colocar Douglas Kurtz em quadra. Em seguida, Jaú sofreu uma pancada no rosto em uma disputa de bola, obrigando Figueiró a substituí-lo por Dikembe.
Mogi apostou em uma defesa por zona para conter os tiros do perímetro bauruense, enquanto o Dragão seguia na marcação individidual. As modalidades de defesa funcionaram, cada qual à sua maneira, deixando o placar da partida baixo. Com o passar dos minutos, Bauru aproveitou as faltas resultantes em lances livres, aumentando a diferença para 12 pontos. Antes do fim do primeiro período, porém, Cassiano conseguiu converter um tiro de três e sofrer uma falta, deixando o mostrador em 18 x 26.
Coleman logo anotou um chute de três pontos na zona morta, mas Jaú tomou conta do garrafão mogiano e conseguiu cinco tentos em sequência, obrigando Guerrinha a pedir tempo. A parada funcionou e Mogi passou a organizar melhor seus ataques, dando maior volume para Coleman e Wesley, deixando o placar em 27 x 31. Foi a vez de Léo Figueiró parar o jogo.
Bauru conseguiu momentaneamente retomar o controle da partida, mas logo Fúlvio e Coleman voltaram a calibrar a mão, forçando mais um tempo bauruense. Voltando a jogar no 5 x 5, já que a transição rápida não estava surtindo efeito, os visitantes tiveram mais tranquilidade, principalmente com os armadores, conseguindo manter a diferença no quarto: 43 (25) x (24) 50.
A Jaguatirica optou retomar a defesa por zona em 2-3, protegendo o garrafão e a zona morta. A estratégia funcionou, sem deixar Bauru pontuar. Quando Coleman conseguiu mais um tiro do perímetro e empatou em 50 pontos, Léo pediu tempo. As equipes passaram a trocar cestas, alternando a liderança na partida até o final da parcial: 65 (22) x (22) 72.
Com bolas de Alexey e Gui Deodato, Bauru logo recolocou dois dígitos de vantagem, quando Guerrinha pediu tempo. O treinador mogiano voltou à quadra os atletas pendurados para tentar se manter na partida, mas o Dragão seguiu melhor, ao menos até os últimos minutos de jogo.
Isso porque Fúlvio e Coleman, encaixados na defesa bauruense até então no período, voltaram a ter maior volume e bom aproveitamento, reduzindo a desvantagem para apenas quatro pontos. Contudo, Coleman e Douglas Santos estouraram o limite de faltas individuais e foram ejetados da partida. Bauru aproveitou a diminuição no poder de fogo adversário e conseguiu segurar a vitória: 85 (20) x (18) 90.
Abre aspas (via assessoria)
– Alexey Borges: “Entramos com a intensidade necessária para vencer nesta estreia e, mesmo alternando bons e maus momentos ao longo do jogo, atingimos o nosso objetivo. Estamos trabalhando para entrosar o grupo o mais rápido possível, mas sabemos que isso só virá com a sequência de jogos. O importante é ter ciência que possuímos uma grande equipe e que todos estão motivados e querendo buscar os objetivos e dar sempre o melhor ao longo da temporada”.
– Coleman: “Algumas partes da partida foram boas. Precisamos ir para cima no próximo jogo e melhorar no ataque e na defesa. A minha atuação foi boa, mas nós precisamos melhorar como time. Se estivermos jogando bem coletivamente, as coisas se sairão bem. Foi bom para mim, mas vou trabalhar em silencio e ir para cima de novo”.
O cara do jogo
Em um elenco recheado de nomes consagrados no basquete nacional, como Larry, Alex e Tyrone, quem vai tendo mais regularidade e, consequentemente, destaque na temporada é Alexey Borges. Contra Mogi, seu ex-time, não foi diferente. O armador teve um volume muito grande na partida, tanto em pontuação, como em assistências, roubos e na transição rápida. Não à toa, o único período em que não pontuou, o terceiro, foi o melhor momento de Mogi no jogo. Também chama a atenção o aproveitamento de Alexey, com 68% de sucesso nos arremessos tentados.
Destaques
Mogi das Cruzes
– Coleman: 26 pontos, 3 rebotes e 4 roubos
– Wesley: 15 pontos, 6 rebotes, 2 assistências e 2 tocos
– Kurtz: 13 pontos
– Fúlvio: 7 pontos, 6 rebotes e 13 assistências
Zopone/Gocil Bauru Basket
– Alexey: 24 pontos, 3 rebotes, 9 assistências e 3 roubos
– Tyrone: 19 pontos e 3 rebotes
– Gui Deodato: 17 pontos, 4 rebotes, 4 assistências e 2 roubos
– Gabriel Jaú: 13 pontos e 10 rebotes
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