SEGUE SEM EVOLUÇÃO
Em mais um desempenho fraco, Sendi/Bauru Basket perde para Pinheiros
Por Fabio Toledo
Na última segunda-feira, Pinheiros e Sendi/Bauru Basket estrearam na temporada 2019-20 do NBB CAIXA. Ambos acabaram derrotados, levando o duelo dessa quarta a ser o do primeiro triunfo de uma dessas equipes. Após dois períodos ofensivamente fracos, o salto pinheirense chegou após o intervalo e o clube da capital paulista saiu com a vitória por 76 x 68.
Em comparação com a derrota diante do Corinthians, o Dragão teve melhores momentos em termos defensivos. Mesmo com bastante volume de arremessos, nem Kenny Dawkins, nem Corderro Bennett conseguiram se sobressair pelo Pinheiros. Nas transições rápidas, Bauru encontrou boas passagens ofensivas, mas poucas.
Na maior parte do jogo, os lances individuais foram mais utilizados do que um ataque mais coletivo. Nisso, Lucas Faggiano e Nick Wiggins conseguiram aparecer. Em compensação, os demais atletas, mais necessitados do jogo coletivo para aparecerem, deixaram a desejar. Tudo isso favoreceu o trabalho da defesa pinheirense, que assim que encaixou nos lances individuais, obrigou Bauru a forçar bolas e a errar.
Com 22 erros de ataque, o Dragão também cedeu vários contragolpes. Aí, na transição rápida, o Pinheiros aproveitou. Aliás, Betinho aproveitou. Com volume de jogo excepcional, ele fez a diferença no terceiro período, quando sua equipe construiu a vantagem vitoriosa. Já no quarto período, a maior pressão defensiva bauruense na linha de passe deu espaço para o jovem Lucas Cauê também aparecer.
Assim, o Sendi/Bauru Basket encerra sua primeira viagem do NBB com duas derrotas na bagagem. Mais que isso, duas apresentações fracas. Algo alarmante, tendo em conta que o Dragão passou quase um mês treinando para essas partidas e não evoluiu seu jogo. A resposta precisa vir na sequência de cinco jogos que a equipe faz na Panela de Pressão. A começar neste domingo, às 18h, contra a Unifacisa. Já o Pinheiros encara o Rio Claro, no sábado, às 18h.
O jogo
O Pinheiros foi pra quadra com Dawkins, Bennett, Betinho, Toledo e Ware, enquanto que Bauru teve Faggiano, Crescenzi, Wiggins, Massey e Renato de titulares. Em boa presença de Crescenzi, responsável por passe logo para a cesta de Wiggins, além dele conseguir uma bola certeira e sofrer falta, o Dragão teve os três primeiros minutos experimentando a superioridade. Porém, quando Massey e Wiggins perderam três ataques em sequência, o Pinheiros respondeu. Nos lances livres de Toledo e na bola de três de Betinho, os anfitriões empataram em 7 x 7.
Diferentemente do duelo contra o Corinthians, Bauru conseguia fechar o garrafão para os rebotes ofensivos. Por outro lado, no ataque, custava muito para a bola balançar a redinha. Dessa forma, quando Betinho anotou sua segunda cesta do perímetro, já era para a virada do Pinheiros. Renato ainda deixou o Dragão na frente, mas a boa entrada de Caio Torres, vindo do banco, resultou em melhor presença na briga por rebotes, além de um tiro certeiro de fora que deu números finais à parcial – 15 x 13.
Logo com 13 segundos do segundo período, Wiggins cometeu sua segunda falta de ataque e, pra não ficar pendurado, foi pro banco. Com um quinteto formado por Lucas Brito, Samuel Pará, Crescenzi, Jaú e Gabriel Mendes, Bauru teve um bom início de quarto. No duelo das rotações, a bauruense teve um sobressalto. A defesa forte e os contragolpes deram nove pontos ao Dragão em cinco minutos. Mas os rebotes ofensivos de Caio Torres evitaram uma grande abertura de vantagem, ficando apenas em cinco pontos, até os 17 x 22.
No retorno dos titulares, o Pinheiros reagiu. Na terceira bola de três, depois em mais dois lances livres, Betinho começou a reduzir a diferença. Crescenzi e Gabriel ainda resistiram para Bauru. Só que quando Ware apareceu pra fazer a cesta e depois fechar a porta pra Crescenzi, os donos da casa conseguiram condições pra retomar a ponta. Ela veio com Betinho, na quarta bola de três no jogo, levando o Pinheiros ao intervalo com vantagem – 29 (14) x (14) 27.
No banco quase o segundo período todo pelas faltas, Wiggins voltou faminto para o segundo tempo. De três, o canadense deixou Bauru na frente. A resposta veio na mesma moeda, sempre com Betinho (5/7 nas bolas de três na ocasião). O jogo individualizado de Wiggins foi a principal cartada bauruense para reagir, mas aos poucos foi se mostrando insuficiente. Principalmente após Betinho conseguir cavar a terceira falta de ataque de Wiggins e levá-lo novamente para o banco. Naquele momento, o placar estava 34 x 34. Depois, só deu Pinheiros.
O cara foi Betinho, pra variar. Em pouco mais de um minuto, ele anotou 8 pontos, com direito ao sexto e sétimo tiros certeiros do perímetro. Junto com isso, veio o encaixe da defesa pinheirense perante o jogo individual de Bauru. Perdendo espaço pra jogar, o Dragão entrou em parafuso, passou a arriscar mais bolas de três, sem sucesso. Na oitava bola longa encaçapada por Betinho, a diferença subiu pra nove. Nos três minutos finais, o Dragão teve uma sequência de boas defesas, mas não capitalizou o suficiente, com lances livres perdidos por Faggiano e Wiggins. Ainda por cima, Lucas Cauê pegou as sobras no garrafão e fechou o período muito bem para o Pinheiros – 53 (24) x (13) 40.
Tempo havia para o Bauru Basket correr atrás. E Faggiano buscou o jogo para tal. Com quatro pontos, reduziu a diferença pra 9. Na bola recuperada por Crescenzi, Wiggins diminuiu mais. Na pressão da linha de passe, as marcações duplas deram espaço pra Lucas Cauê seguir brilhando embaixo da cesta. Aí, além de não tirar os pontos que lhe deixava pra trás, as bolas perdidas do outro lado deixavam as esperanças bauruenses escassas. A nona bola de três de Betinho levou o Pinheiros 14 pontos na frente, em 60 x 46.
Passados mais de quatro minutos sem pontuar, enfim Bauru movimentou o placar, com Wiggins. Ao lado de Faggiano, ele se esforçou em busca de um milagre no Henrique Villaboim. Com 7 tentos e uma assistência, o canadense deixou o jogo a 10 pontos de diferença, com pouco menos de dois minutos pro final. O grande problema foi parar as ofensivas do Pinheiros, que se aproveitou da agilidade de Dawkins e Bennett para se desvencilhar da marcação e fazer as cestas determinantes para fechar a partida com o triunfo por 76 (23) x (28) 68.
Abre aspas
Demétrius Ferracciú – “Nosso objetivo era conseguir uma vitória aqui em São Paulo. Fizemos um jogo muito abaixo e estou frustrado com isso porque o time vem treinando bem e unido. Nossa defesa melhorou de segunda-feira para cá, mas nosso aproveitamento foi muito abaixo para nível de NBB. Agora é analisar com paciência e ir em busca de correções. Temos que fazer valer nosso mando em casa e virar essa chave”.
Lucas Faggiano – “Acho que tivemos muitos problemas em nos encontrar no ataque. Apesar de termos feito uma boa defesa no primeiro tempo, no terceiro quarto tomamos muitos pontos e foi difícil correr atrás da diferença. É duro começar assim, mas temos uma sequência de jogos em casa e temos que aproveitar isso. Aproveitar a torcida e a energia”.
Betinho – “Tem dia em que tudo dá certo e hoje foi um deles. A gente trabalha para isso, mas quando as bolas começam a cair, a confiança vai lá em cima. O time me ajudou muito. Ninguém foi egoísta, ao contrário. Eles me incentivaram o tempo todo a continuar chutando. O mais importante foi a vitória contra um adversário direto”.
O cara
Depois de Felipe Vezaro fazer chover bolas de três para o Corinthians, agora foi a vez de Betinho aprontar a mesma coisa pra cima de Bauru. Foram nove bolas de três, seu recorde pessoal no NBB e a quarta maior marca da história da liga. Aproveitamento menor que o do corintiano, mas a presença do camisa 26 para o Pinheiros foi além dos tirambaços e de ter sido a grande referência ofensiva da equipe. O lance chave do terceiro período, a falta de ataque de Wiggins, foi protagonizada por ele, momentos antes dele alcançar 14 dos 24 tentos anotados pelo clube do Jardim Europa em seu melhor quarto do jogo. Os 32 pontos ficou a um da maior marca do ala no NBB – em 2010, fez 33 contra o Flamengo, enquanto defendia o Paulistano.
Destaques
Pinheiros
– Betinho: 32 pontos (9/14 dos três pontos) e 3 assistências
– Lucas Cauê: 12 pontos, 7 rebotes e 2 tocos
– Bennett: 9 pontos, 3 rebotes, 5 assistências e 3 roubos de bola
– Dawkins: 6 pontos, 4 rebotes, 3 assistências e 3 roubos de bola
Sendi/Bauru Basket
– Wiggins: 22 pontos
– Faggiano: 16 pontos e 4 rebotes
– Crescenzi: 9 pontos, 3 rebotes, 4 assistências e 3 roubos de bola
– Massey: 5 pontos, 10 rebotes e 2 tocos
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