MELHORES DO NBB 2019-20 – PARTE 1
Chegou a hora das tradicionais escolhas da LE para as principais premiações individuais do NBB
Por Fabio Toledo e Lucas Guanaes
O NBB foi encerrado há algumas semanas, ainda com alguns jogos da primeira fase a serem realizados, sem a “escolha” de um campeão. Como já era previsto no início da competição, não haverá rebaixamento nessa temporada. Portanto, a classificação da primeira fase servirá para definir os participantes brasileiros nas competições continentais do próximo ano.
Quanto às premiações individuais, nada indica que ocorrerão. Mas se mesmo quando a Liga Nacional de Basquete realiza a votação entre imprensa, atletas e comissões técnicas e entregava os prêmios em uma grande festa nós mostramos nossas escolhas a vocês, o que nos impede de fazer isso agora, não é mesmo? Assim, confira a premiação da LE para os melhores do NBB 12!
Neste post estão nossas escolhas para a seleção do quinteto da temporada, melhor técnico e sexto homem. Na segunda parte você confere as demais premiações previstas no regulamento do NBB 2019/20.
Não é à toa que, no espanhol, a posição de armador é chamada de “base”. Afinal, ela é fundamental para se ter um bom funcionamento ofensivo, além da melhor cobertura defensiva possível, especialmente no perímetro. Na edição 2019-20 do NBB, muitos nomes se destacaram, como os estreantes Pepo Vidal e Diego Figueredo, o ídolo rubro-negro Franco Balbi, o veterano Nezinho, o multicampeão Gegê, entre outros. Vários candidatos que, infelizmente, ficaram de fora de nossa lista final dos três indicados. Vamos a eles!
Por mais que a temporada do Sendi/Bauru Basket tenha sido abaixo de seu nível habitual, o desempenho de Faggiano foi justamente o oposto. Se sua equipe não ajudou o bastante, o argentino teve contribuição impressionante, anotando 15 pontos ou mais em 15 dos 26 jogos, além de ser disparado o líder em assistências do time. Mais que isso, não tê-lo em quadra causava muitos danos, levando-o a ultrapassar os 35 minutos em quadra em 11 partidas. Em nível geral, Faggiano teve o segundo maior índice de eficiência entre os armadores do NBB com mais de 20 jogos disputados. O desempenho coletivo do Dragão o dificultou a ser destaque, mas, individualmente, dá pra notar quão boa foi sua temporada.
Ao contrário de Faggiano, novato no NBB, Fúlvio representa a experiência entre os indicados. E tê-lo nesse Top 3 chega a ser surpreendente, pois se passaram duas temporadas nas quais as coisas não fluíram tão bem. As lesões pareciam levá-lo ao final da carreira, mas em Mogi ele voltou a ser Magic Fúlvio. Com sua segunda maior minutagem média nos últimos cinco anos, Fúlvio precisou conduzir os mogianos após a lesão de Alexey e assim o fez. A média de pontos do camisa 2 foi sua maior das últimas oito temporadas, apresentando algo a mais do que as tradicionais assistências. Mais um grande feito de um dos maiores armadores da história do NBB.
Não poderia ser diferente: o terceiro indicado é Georginho De Paula. Como ele está em outras disputas dessa premiação, nos atentemos às condições de armador. Por mais que o São Paulo tenha sido um time marcado pela alta qualidade individual, seu armador conseguiu a segunda maior média de assistências da temporada. Ele foi o fio condutor para o trabalho coletivo do time mais individual do NBB e isso não é pouco. Sua estatura de ala e capacidade atlética o fez se sobressair, sendo praticamente impossível alguém da posição de armador pará-lo quando batia pra dentro. A liberdade criativa que teve em meio aos atletas veteranos deu tudo e muito mais do que precisava para ser fundamental na campanha tricolor.
Escolha da LE – Georginho (São Paulo)
O são-paulino brilhou na temporada 2019-20 e se sobressaiu em meio aos armadores, tanto nas características da posição, como pela pluralidade de funções que sua capacidade permitiu atingir.
Seis nomes do mais alto nível do basquete nacional presentes entre os indicados a melhor ala da temporada. E olha que outros jogadores da posição também poderiam estar presentes: menções honrosas a Shamell, Bennett, Danilo Fuzaro, Solano e Betinho. Por mais importantes que tenham sido esses cinco atletas, seria uma tarefa difícil tirar um dos indicados.
Começamos pelo mais veterano: Alex Garcia. Quem o vê em quadra deve considerá-lo 10 anos mais jovem do que realmente é, pois o Brabo segue em alto nível. Depois de uma última temporada em Bauru marcada pela readaptação após lesão no joelho, sua chegada ao Minas foi revigorante. Alex retomou as médias que acompanham sua carreira no NBB na última década. Isso é suficiente para colocá-lo no Top 10 do índice de eficiência, de média de pontos e entre os 20 melhores em assistências e roubos de bola. Ainda assim, num time que tinha Leandrinho como grande destaque, ele chamou a responsabilidade, trabalhando na armação, na finalização e, claro, na sua excelente defesa.
Já no caso de André Góes, seus números na temporada foram os melhores em 11 edições de NBB. No aguerrido Mogi das Cruzes, ele foi elemento fundamental para muitas das 16 vitórias, por se tratar de um atleta polivalente, capaz de fazer boas defesas em jogadores de variadas estaturas, além de se destacar do outro lado da quadra, nas bolas de média e longa distâncias e infiltrações. Sem contar as muitas partidas nas quais ele carregou o time, quase sempre desfalcado. Precisando de alguém pra infiltrar, chutar do perímetro, pressionar armador ou marcar pivô? Conta com o André Góes.
David Jackson é o representante francano na disputa da seleção da temporada. E não poderia ser diferente, pois o norte-americano foi mais uma vez o grande nome ofensivo do Sesi Franca. Sétimo maior cestinha da temporada, com uma média de seis arremessos certos a cada 10 tentados, DJ teve o quarto maior índice de eficiência média de toda a liga. O time francano foi ótimo como um todo, mas seu camisa 32 teve maior destaque individual.
O quarto nome é mais um veterano, que depois de quatro participações no NBB, enfim teve uma temporada começando desde o princípio. E pelo que mostrou, não fosse uma lesão no decorrer do ano, Leandrinho tinha tudo pra concorrer a mais prêmios. Ainda assim, terminou a edição 2019-20 com o segundo maior índice de eficiência média, como o quarto maior cestinha e líder na pontuação média, com 14 jogos anotando 20 pontos ou mais.
Em termos de pontos totais, Leandrinho ficou atrás apenas de Shamell, Léo Meindl e Barnes. Entre esses três, o nome indicado entre os melhores alas foi Léo. Última aquisição do São Paulo para o NBB, não apenas substituiu Holloway à altura, como teve os melhores números ofensivos da carreira. Além disso, trabalhou melhor sua defesa e o conjunto da obra o levou ao Top 5 em eficiência.
Por fim, outro nome que dispensa comentários. Apesar do intenso trabalho coletivo do Flamengo – levando a poucos destaques individuais –, Marquinhos aparece entre os indicados por seguir como destaque no Rubro-Negro. Quando o momento está complicado, o flamenguista tem a certeza de que o time vai se recuperar, pois Marquinhos está com a bola. Mais uma vez cestinha do Fla na temporada, teve a quinta maior média de pontos do NBB entre os jogadores com mais de 20 jogos.
Escolhas da LE – David Jackson (Sesi Franca) e Léo Meindl (São Paulo)
A decisão por apenas dois nomes soaria injusta para qualquer um dos indicados, mas optamos por Léo e DJ. O primeiro por conseguir ter um papel tão fundamental no São Paulo quanto Georginho, em excelente temporada, ou Shamell, referência na posição. Já DJ foi o grande nome do Franca, time da segunda melhor campanha. Quando as coisas iam mal, ele esteva lá para resolver, como sempre.
Cada vez mais, o basquete tem exigido dos seus grandões um trabalho de movimentação e mais qualidade nos arremessos longos. Mas o NBB também tem mostrado que ainda há espaço para os pivôs cuja prioridade é o domínio do garrafão. Uma mescla de estilos está presente nos seis indicados para as duas vagas dessa seleção.
Bicampeão do NBB, David Nesbitt desembarcou no Parque São Jorge como uma força extra ao Corinthians. No entanto, durante a temporada, tornou-se figura central, inclusive no ataque, adicionando ao seu jogo características não vistas em sua passagem por Paulistano e Flamengo. Além da maior média de pontos, terminou entre os 10 maiores reboteiros e no Top 20 de eficiência da liga.
Se Nesbitt evoluiu com relação a temporadas anteriores, pode-se dizer que Devon Scott foi a grande novidade internacional do ano no NBB. No Minas, dos renomados Alex, Leandrinho e Tyrone Curnell, Scott teve uma presença tão fundamental quanto. Basta ver seus números para entender: terceira maior eficiência média da liga, segundo jogador com mais duplos-duplos, segundo maior reboteiro, além de tremenda regularidade.
O terceiro nome é um dos representantes da Unifacisa. Douglas Nunes disputou seu oitavo NBB pela sexta agremiação diferente e essa experiência foi muito importante para o time de Campina Grande. Afinal, não só a Unifacisa era estreante, como seu treinador e boa parte do elenco estava na primeira temporada na liga. Juntamente com Gemerson, teve esse papel de referência e conseguiu manter o bom nível apresentado quando defendeu o São José, em 2018-19.
Na sequência, temos um dos mais subestimados pivôs do NBB. Sem espaço na liga desde 2017, Gerson teve ótimas médias por Blumenau na Liga Ouro 2019 e chegou ao Rio Claro como um terceiro nome para o garrafão, ao lado de Pastor e Ansaloni. Contudo, a boa sintonia com Sahdi elevou seu desempenho, a ponto dele terminar com a terceira maior média de pontos, mais rebotes, maior eficiência de todo o elenco e Top 20 no quesito de toda a competição.
O mais jovem dos indicados é João Vitor. Na LDB 2018, teve médias de duplo-duplo pelo Flamengo. Na Liga Ouro 2019, quase repetiu a dose pelo São Paulo. Já mostrava todo o potencial que tinha quando chegou à Unifacisa. Mesmo figurando como homem de rotação, com tempo de quadra menor do que 20 minutos, ele deu uma enorme contribuição ao Jacaré. Na lista dos 30 mais eficientes do NBB, é o único com minutagem média abaixo da metade do tempo de jogo, figurando ainda entre os 10 maiores reboteiros e líder em tocos da competição.
Para finalizar, o representante do São José nessa disputa. E não poderia ser ninguém menos do que Rafael Oliveira, grande nome da Águia na temporada, mesmo com a presença de argentinos, do veterano Duda Machado e, posteriormente, de Morillo. No melhor ano de sua carreira, terminou entre os 10 maiores pontuadores e no Top 10 de maior eficiência média da liga.
Escolhas da LE – Rafael Oliveira (São José) e Devon Scott (Minas)
Scott foi superior a todos os demais pivôs neste temporada, os números não deixam negar. Já nossa segunda escolha vai para o Rafa por ele ter se destacado de tal maneira no São José. Em um time tão inconstante, ele se marcou por uma regularidade que poucos na liga tiveram.
A escolha de melhor treinador da temporada nos levou a três indicados que mereceram estar na disputa levando em conta os determinados objetivos das equipes em que estavam. Com uma menção honrosa a Filet, comandante da Unifacisa, sensação do primeiro turno do NBB, seguem abaixo os três concorrentes à “prancheta de ouro”.
Aos 36 anos, Fernando Penna teve experiência recente nas quadras e como auxiliar no Sesi Franca antes de assumir o compromisso em Rio Claro. Seu primeiro trabalho como treinador tinha o objetivo de levar a equipe aos playoffs, brigando pelas últimas vagas à pós-temporada. O ano não foi fácil, necessitou movimentações anteriores e durante a disputa do NBB para encontrar o melhor time, até isso acontecer. Assim, o Rio Claro melhorou seu desempenho e entrou na briga por G8, interrompida no cancelamento da temporada. Por ter ido além do esperado, Penna é um dos nossos indicados.
Guerrinha, o mais veterano do trio, também comandou o Mogi além do que se esperava, mesmo em uma temporada cruel. Afinal, perdeu elementos importantes do elenco, patrocinador máster e, ainda assim, montou um ótimo time. Contudo, grandes nomes se machucaram e tudo indicava para uma queda de rendimento, o que não aconteceu. A garra do time mogiano em superar as dificuldades lembrou os tempos de outro time comandado por Jorge Guerra: o Bauru Basket dos primeiros anos de NBB.
O terceiro indicado tem lugar cativo por aqui. Não é de hoje que Gustavo De Conti aparece entre os melhores treinadores. Afinal, de ano a ano, precisou reconstruir o elenco do Paulistano, sempre montando boas equipes, culminando no título do NBB em 2018. Com mais condições de construir seu time ideal, chegou ao Flamengo e logo recolocou o Rubro-Negro de volta no topo do NBB. Na temporada 2019-20, apesar do grande equilíbrio entre as equipes, manteve a maior regularidade, culminando na melhor campanha, com apenas três derrotas em 26 jogos.
Escolha da LE – Guerrinha (Mogi das Cruzes)
Não poderia ser outro nome se não o do treinador do Mogi. Afinal, foi o time que passou por mais dificuldades, perdendo referências ao longo da temporada, mas ainda assim manteve um bom ritmo e seguiu com uma ótima campanha até o final. Mais uma vez, Guerrinha mostrou que sabe lidar com as adversidades.
Definir essa categoria exige reconhecer a importância da rotação no sucesso de uma equipe, e escolher apenas três indicados foi um trabalho árduo. Por isso são merecidas menções honrosas a Dontrell Brite, Leo Schattmann, Elinho e Fiorotto, que dificultaram bastante a seleção dos três melhores. Além deles, ressaltamos Pepo Vidal, que ficou a um jogo vindo do banco de ser elegível para a votação.
O primeiro indicado tem uma interessante trajetória na temporada. Afinal, se Brite e Vidal foram reservas que ganharam a titularidade em suas equipes, Baxley fez o caminho oposto. Começou como titular no Rio Claro, mas foi como elemento da rotação que ele ganhou mais destaque. O reflexo está em sua média de pontos, que aumentou a partir do momento em que ele se tornou o sexto homem do time rio-clarense, da mesma forma em que se tornou mais eficiente. Isso o levou a ser de grande importância na arrancada da equipe até a 9ª posição.
O segundo concorrente é Duda Machado. Embora tenha sido titular em passagens por Vasco, Cearense, Rio Claro e Macaé, o ala do São José também tem um histórico de homem de rotação, desde o Flamengo, papel também realizado em Bauru. Na Águia, adaptou-se ao estilo argentino do ataque, distribuiu mais a bola e foi importante para manter a pegada ofensiva do time joseense em momentos nos quais Figueredo ou Mariani ficavam de fora, levando-o a uma das melhores eficiências médias entre os reservas neste NBB.
Ressaltando a grande importância da rotação no esquema de jogo do Flamengo, o terceiro indicado vem do Rubro-Negro. De volta ao Brasil depois de quatro anos no basquete espanhol, Léo Demétrio compreendeu rapidamente seu papel ao chegar na Gávea. Mesmo em um elenco com boas opções de garrafão (Olivinha, Mineiro e Leron Black, depois Eloy Vargas), ele conseguiu seu espaço. Entre os principais reservas do NBB, destacou-se nas médias de pontos, rebotes e eficiência, além de um índice positivo no plus/minus. Foi, de fato, um sexto homem com todas as qualidades pra ser titular de boa parte dos times da liga.
Escolha da LE – Léo Demétrio (Flamengo)
Por mais que seja menos complicado jogar em meio a tantos bons jogadores, em um bom esquema tática, como é o caso do Flamengo, Léo se tornou um legítimo sexto homem, tendo dentro de sua minutagem um rendimento considerável. Não ficou com o protagonismo, mas sempre esteve bem quando foi necessário.
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