O BOM FILHO SEMPRE VOLTA
Gui Deodato traz de volta seu talento e capacidade atlética para o Zopone Bauru Basket
Por Fabio Toledo
A vida é feita de poucas certezas. Uma delas, o basqueteiro sabe bem: Gui Deodato volta ao Bauru Basket. Cria da Cidade Sem Limites, despontou no basquete pelo Dragão. Ganhou espaço por outras bandas, mas retornou. Na primeira vez, esteve no time campeão do NBB. O segundo momento é agora. Após três temporadas distante, o bom filho regressa à casa, vai defender o Zopone Bauru Basket em 2020/21.
Bastante identificado com Bauru, Gui também é xodó da torcida. Afinal, foi entre o antigo ginásio da Luso e a Panela de Pressão que ele mostrou seu potencial e até virou o Batman. Se desenvolveu como atleta de rotação na fase Paschoalotto Bauru, mas precisou deixar a equipe para ter maior espaço. Foi um dos líderes do Rio Claro antes do hiato da equipe. Quando o Leão fechou as portas, veio juntamente com Gegê para reforçar o Dragão, na temporada que culminou com o maior título nacional do projeto.
Mesmo dividindo a ala com Léo Meindl, chamou a atenção. Recebeu ótima proposta do Vasco, que prometia crescer na temporada seguinte. Contudo, uma lesão o deixou de molho em boa parte de sua passagem por São Januário, enquanto a promessa cruzmaltina se mostrava um cheque sem fundo. Rumou, em seguida, para Mogi das Cruzes, onde reencontrou o técnico Guerrinha e teve o melhor momento individual da carreira.
Depois de manter a Jaguatirica entre as quatro mais bem colocadas equipes do NBB, foi o escolhido para dividir a rotação nas alas com duas figuras de peso – e passagens por Bauru –, Alex Garcia e Leandrinho. Voltaria a ser jogador de rotação, mas também teve atuações com mais de 30 minutos em quadra pelo Minas, principalmente quando Leandrinho se machucou. Ainda assim, os números de Gui no último NBB foram típicos para um sexto homem. Sua minutagem média foi de 24.9, um pouco acima de outro ala de rotação, Zach Graham (23.9). Ficou bastante atrás de outro jogador da posição, mas titular, Betinho (27.7), e ainda mais atrás de Nick Wiggins, titular do Dragão na última temporada (31.3). Confira outros números:
Aprofundando a análise, separemos os seis jogos nos quais Gui Deodato atuou por 30 minutos ou mais, ou seja, teve grande tempo de quadra – contra Cearense, Unifacisa, Corinthians, Brasília, Pato e São Paulo. Levando em conta apenas essas partidas, ele obteve médias de 13.3 pontos, 2.5 assistências, 5.3 rebotes e 14.7 de eficiência. Apesar da melhora desses números em comparação com o geral, houve uma queda no percentual de acerto nos arremessos – de 44.3% no geral, caiu para 40.2% acima dos 30 minutos. Mas isso também passa pela eterna crítica ao jogo do atleta, que agride menos a cesta (busca infiltrações e faz valer sua qualidade atlética) quanto poderia. Durante o último NBB, Gui tentou mais arremessos de três pontos (125) do que jogadas mais próximas ao garrafão (78).
Um importante destaque do Minas no NBB passado foi que o quinteto com melhores resultados da equipe era composto por Gui e Alex, juntamente com Davi Rossetto, Devon Scott e Tyrone. Teve números ligeiramente melhores no jogo coletivo em comparação ao quinteto que contava com Leandrinho no lugar de Deodato (levantamento do site Mondo Basquete). A dupla de alas – Gui e o Brabo – atuou junta em três temporadas, mas nenhuma delas seguida da outra. A vinda dos dois para Bauru possibilitará esse ineditismo para dois nomes bastante apreciados pela torcida bauruense.
Isso também nos leva ao fator identidade da equipe. Para muita gente, faltou isso no último ano, principalmente com a lesão de Larry Taylor. Com Gui, Alex e o Alienígena, o Dragão volta a ter carne, osso e alma. Somando também a energia de Alexey e a força de Dikembe, o Zopone Bauru Basket tem cinco nomes de bom nível nacional. Isso deve continuar em outros anúncios. Em breve, haverá a confirmação do ala-pivô da cidade vizinha e, enfim, do novo treinador. Os nomes você já sabe, mas as análises e crônicas das chegadas anunciadas estarão por aqui.
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