DRAGÃO EM RECONSTRUÇÃO
Bauru Basket começa a ganhar forma para a próxima temporada, que terá muitas mudanças
Por Fabio Toledo e Lucas Guanaes
Na narrativa dos últimos meses, o torcedor do Bauru Basket se viu aflito. Sem nem mesmo poder se despedir do time, com a abrupta finalização de temporada em decorrência da pandemia do coronavírus, acompanhou o Dragão puxar a fila para o encerramento do NBB. Não demorou muito para ser anunciada a liberação de todos os atletas, membros da comissão técnica e parte do staff administrativo. Um movimento que, internamente, permitiu reduzir os custos para a sobrevivência do clube naquele momento. Ao torcedor, era uma faca de dois gumes: deixava aberta a possibilidade de manutenção da agremiação, mas também poderia estar mais perto para fechar as portas.
O ápice aconteceu com o anúncio da saída da Sendi como patrocinadora máster. A empresa era responsável por praticamente metade da receita por temporada do Dragão. Isso, na vista do torcedor, marcava um naufrágio iminente. Por outro lado, o Bauru Basket não demonstrava nenhum sinal de derrocada. Apesar do plano inicial – de ser uma das primeiras equipes a entrar no mercado para montar um elenco – não ter dado tão certo, também não era o fim do mundo.
Com baixos custos, ainda pode se planejar com a receita vinda dos parceiros atuais, sem fazer loucuras, até acertar valores com novos patrocinadores ou mesmo aumentar a presença de alguns que já estão no projeto. Afinal, por mais que equipes como Unifacisa, Flamengo, Sesi Franca, Paulistano e São Paulo já estivessem no mercado, as demais seguem indefinidas e ainda existem ótimos nomes livres para compor um elenco competitivo para o próximo NBB. Exemplo disso são os dois primeiros nomes para o time de 2020-21. Por outro lado, um novo nome comandará o escrete bauruense.
Zopone Bauru Basket
Grita alto, torcida. Agora, somos ZOPONE BAURU BASKET. 💚🐲💥 #FogoNeles pic.twitter.com/nYVjY3Xbfi
— Bauru Basket (@BauruBasket) July 20, 2020
O comunicado da saída da Sendi do patrocínio máster surpreendeu quem acompanha o dia a dia do clube, da mesma maneira que era compreensível, devido à situação econômica atual. Mas o Dragão começou a se acertar para a temporada 2020-21 a partir de uma nova estratégia para atrair parceiros. O primeiro movimento com esse objetivo foi reduzir os valores das cotas principais, o que logo permitiu o acerto com a Zopone Engenharia e Comércio. A empresa, bastante próxima aos projetos esportivos da cidade, já fazia parte do apoio ao Bauru Basket e, além do maior auxílio financeiro e estrutural (a equipe já utilizava a academia da ABDA, projeto tocado pelo grupo Zopone), também servirá como referência do Dragão para atrair possíveis novos parceiros.
Dema out
Foram cinco temporadas à frente do Bauru Basket. No período, conquistou o tão sonhado NBB em 2016/17, além do Interligas em 19/20, vice do NBB, da Liga das Américas e do Paulista. O ciclo, porém, chegou ao fim. A reestruturação financeira do Dragão chegou à comissão técnica, que já trabalha em um novo nome, que deverá ser anunciado em breve. Segundo o jornalista Lucas Rocha, do Blog do Souza e da Jovem Pan News Bauru, Hudson Previdello, que foi assistente de Demétrius e Guerrinha, é o nome com mais força para assumir o comando da equipe.
Armação definida
O primeiro atleta anunciado, para a surpresa de quase ninguém, foi a permanência de Larry Taylor. O maior ídolo do basquete bauruense vai para mais uma temporada defendendo o Dragão. Em outubro, Larry completa 40 anos e com a mesma disposição das primeiras temporadas na Cidade Sem Limites. Por mais que o físico não seja o mesmo de uma década atrás, a entrega em quadra, a habilidade e a personalidade ainda estão ali, no último jogador a vestir a camisa 4 no Bauru Basket. Embora brasileiro de coração, ele nasceu em Chicago, cresceu acompanhando Michael Jordan, sem saber que ele próprio seria o mais próximo de MJ que o torcedor bauruense veria de perto.
Para acompanhá-lo, o segundo jogador a ser anunciado no Bauru Basket também vestiu a 4 na temporada passada, mas no Mogi das Cruzes. E as semelhanças de Alexey com Larry não ficam apenas no número da camisa ou na passagem pelo Alto Tietê, nem que ambos fazem aniversário em outubro ou que as estaturas são parecidas (de acordo com a Liga Nacional, Alexey mede 1,81 m e Larry tem 1,82 m). É possível encontrar no jogo de Alexey lembranças daquele Larry de uma década atrás. Ali está a agressividade no ataque, aliando velocidade, habilidade e confiança pra penetrar no garrafão. Construção para o próprio arremesso, mas também de olho na abertura dos companheiros.
Infelizmente, outra semelhança da dupla é o fato de que ambos se lesionaram na última temporada. No caso de Larry, o Bauru Basket perdeu bastante em agressividade ofensiva e pressão defensiva no perímetro com o desfalque de seu camisa 4 das fases mais agudas do Paulista até todo o primeiro turno do NBB. Já Alexey teria sua primeira temporada com espaço para se destacar como titular, após nascer e crescer em Franca. Em três jogos por Mogi na competição nacional, sempre esteve acima da marca de 15 pontos, 5 rebotes e 5 assistências. Sua evolução era destacável, até sofrer uma grave lesão no joelho, contra o Corinthians, em outubro. Retornou apenas em março, quatro jogos antes do fim do campeonato.
Para Alexey, Bauru representa um espaço para ele enfim mostrar toda a sua capacidade. Sabe-se que, saudável, ele pode ser um furacão. Além disso, estará ao lado de Larry, o qual poderá lhe ensinar importantes lições. Para o Alienígena, fica o desafio de render, principalmente no físico, o padrão que o fez ser ídolo por onde passou, mesmo sendo um “quarentão”. Com a dupla, o torcedor enfim tem motivos para se acalmar. Outros, em breve, poderão até mesmo arrancar um sorriso.
Enquanto isso, a diretoria segue trabalhando para complementar esse setor do time. E o nome que deve chegar é o de Augusto Cabral, armador de 21 anos, que atuou pelo Pato Basquete na última temporada. Augusto era um dos nomes mais promissores da base do Minas Tênis Clube, mas não conseguiu tanto espaço no time adulto. Assim, rumou para Pato Branco, onde conseguiu uma média de 15.9 minutos por jogo, anotando 7.4 pontos (39% do perímetro), 1.6 rebotes e 1.7 assistências.
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