VENCEU SEM CONVENCER
Noroeste sofre pressão, mas garante vitória magra sobre Olímpia pela A3
Por Fabio Toledo
Com o apito final, o que se ouviu no estádio Alfredo de Castilho foi, em sua maioria, vaias. Quem chegasse agora ali poderia acreditar em um resultado negativo do Noroeste perante o lanterna da A3, Olímpia. Mas, na verdade, o Alvirrubro terminou com o triunfo, por 1 x 0. O que descontentou o torcedor foi algo que o placar não pode apontar.
Ou pode? Afinal, tratava-se da defesa mais vazada da competição nas três primeiras rodadas. Portanto, mais que o placar mínimo de vitória seria esperado. No entanto, o ferrolho montado pelo gerente de futebol/técnico interino Paulinho Fonseca segurou o Noroeste no primeiro tempo. Mesmo com controle da posse de bola, o time de Betão Alcântara não acelerou o jogo e facilitou o trabalho da defesa visitante.
O Norusca teve seu melhor momento na partida nos 10 minutos iniciais do segundo tempo, bastante agressivo pelos lados, com o atacante de referência Pedro Felipe mais solto e os dois laterais muito participativos. Foram algumas bolas cruzadas com perigo diante da meta do goleiro Jeferson, até surgir o pênalti em uma das sobras. O gol poderia ter servido de alento aos noroestinos, permitindo o controle da peleja e de mais oportunidades, mas a necessidade de recuperação do Olímpia falou mais alto. Os visitantes foram pra cima, enquanto que o Alvirrubro recuou, preocupando os 1.485 torcedores presentes no Alfredão.
Foram cerca de 35 minutos de domínio do Galo Azul, que teve oportunidades, mas a falta de qualidade dos visitantes, além dos bloqueios defensivos, mantiveram a vitória do lado noroestino. Porém, o time da casa fez uma exibição abaixo do esperado para um dos candidatos ao acesso para a A2. Mesmo ainda sem um atleta com característica de puxar contragolpes, a maneira como o time recuou quase destruiu o resultado que era construído.
As frases típicas de “futebol é resultado” e “o time soube sofrer” apareceram na entrevista coletiva, mas o “resultado” diante desse Olímpia seria mais que o 1 x 0, com gol de pênalti – o Alvirrubro tem o ataque menos efetivo entre os sete primeiros colocados –, e “saber sofrer” jogando em casa, com o lanterna da competição, não é um ponto positivo.
Por outro lado, se o Noroeste precisava da vitória para se manter no G8, conseguiu. Em quarto, com oito pontos, a Maquininha Vermelha segue na cola do líder e único com 100% de aproveitamento, o Velo Clube. Neste domingo, às 11h, novamente no Alfredão, o time volta a entrar em campo, agora contra um adversário mais complicado: o Barretos, em confronto direto do G8. Já o Olímpia encara o Primavera, às 16h do sábado, em Indaiatuba.
O jogo
Em menos de três minutos de partida, as duas equipes já tinham uma oportunidade criada. Na primeira, Diego Souza arriscou chute da intermediária, mas a bola foi por cima. Também por cima, só que mais perto do travessão, foi a cabeçada de Bruno Leal, após escanteio do Olímpia. Depois desse susto, o Norusca voltou a partir pra cima, principalmente em cruzamentos. Pela direita, o Alvirrubro chegou com perigo, mas a bola rasteira na área foi cortada por Bruno Leal.
A partir dos 10 minutos, os visitantes recuaram e o Norusca precisou trabalhar a bola no meio-campo. Isso diminuiu a presença noroestina na grande área adversária, enquanto o Olímpia tentou aproveitar passes mais longos, buscando acionar seus atacantes, mas sem muito sucesso. O jogo só foi esquentar novamente próximo dos 30′, quando Caio Barbosa chutou da entrada da grande área e Jeferson fez grande defesa. Pouco depois, na sobra de cruzamento, a bola ficou na pequena área, mas a zaga do Olímpia chegou primeiro. De novo na sequência do jogo aéreo noroestino, o goleiro Jeferson fez defesa tranquila.
Aos 37′, o Galo Azul aproveitou o erro de passe alvirrubro no meio-campo para chegar ao campo ofensivo, mas Jean Pierre cortou o cruzamento rasteiro. Essa foi a única chegada do Olímpia na reta final, com o time visitante fechando a casinha com uma linha de seis jogadores na defesa, travando as descidas do Noroeste. Os anfitriões, por sua vez, não aceleram o jogo, seguiram na troca de passes sem furar o ferrolho adversário. Com isso, o zero permaneceu nos dois lados do placar depois dos 45 minutos.
O Norusca voltou pro segundo tempo precisando mudar sua postura. Com isso começou a etapa complementar usando as pontas pra chegar em velocidade no campo ofensivo. Na primeira oportunidade, com cerca de um minuto, Pedro Felipe cruzou rasante da direita, para o desvio de Jeferson. Pela canhota, Diego Souza mandou pra área, Jeferson afastou parcialmente e a bola sobrou pra Maranhão. No chute do volante, Jeferson fez a defesa. A ofensiva noroestina já causava problemas, com o gol sendo questão de tempo pra sair.
E a rede balançou antes dos 10′ jogados. Em mais uma sobra de bola de cruzamento cortado por Jeferson, Léo Gonçalves chutou e a bola bateu no braço do defensor do Olímpia. Pênalti, cobrado por Léo com sucesso, pra alívio do torcedor no Alfredão. Na sequência do gol, o Noroeste ainda ficou um pouco no campo ofensivo, mas foram lances dos visitantes os mais perigosos. No chute de longe de Diego Alan, Cairo fez boa defesa. Foi o último lance do lateral-esquerdo do Olímpia, que saiu para o lugar de Antônio Carlos, enquanto Caio Barbosa foi substituído por Igor Pimenta do lado alvirrubro.
Com o jogo na casa dos 15 minutos da etapa complementar, o Olímpia se aproveitou do recuo do time noroestino e foi pra cima. Veloso teve seu chute travado dentro da área, enquanto que Zezinho foi derrubado por Jean Pierre dentrou da área, mas o árbitro Márcio Roberto Santos nada marcou. Foram 15 minutos de domínio do Galo, que se assustou apenas uma vez, em cabeçada de Jackson, novidade no time, substituto de Pedro Felipe. Aos 31′, o Noroeste enfim se apresentou no ataque com um contragolpe rápido, mas o chute de Richarlyson saiu fraco. A última troca do Noroeste foi John Egito por Léo Gonçalves.
O Olímpia seguiu melhor na partida e o gol visitante amadurecia. Em jogada pela esquerda, Antônio Carlos cruzou e Zezinho apareceu no meio dos zagueiros para cabecear. A bola passou raspando a trave noroestina. Não demorou muito para outro cruzamento arrepiar a torcida. O desvio foi da defesa alvirrubra, com a redonda passando rente ao pé da trave esquerda, pra fora. O Norusca teve o contragolpe pra ampliar, mas quando a bola chegou no pé de Igor Pimenta, o meia foi desarmado. Na última chance do Olímpia, Daniel recebeu na entrada da pequena da área, de costas pro gol. No giro, Júnior Campos desviou pra escanteio. Com o apito do árbitro, gritos de alívio e vaias ecoaram no Alfredão.
Abre aspas
Léo Gonçalves – “A gente sabia que o time deles ainda não tinha pontuado no campeonato, então acreditávamos que eles viriam atrás da linha da bola do mesmo jeito que as outras equipes. Todo time que enfrenta a gente joga atrás da linha da bola e fica difícil pra gente entrar. Sabíamos que ia ser um jogo complicado, mas graças a Deus deu certo hoje, conseguimos fazer um golzinho ali, soubemos sofrer também, depois que eles resolveram sair pro jogo. Demos uma recuada, que não pode acontecer, mas vamos arrumar isso nos treinos durante a semana pra não repetir esse erro. Agora é comemorar a vitória, é importante seguir invicto, com oito pontos, descansar, porque domingo tem mais uma batalha”.
Betão Alcântara – “Eu acho que o mais importante é o resultado. Não consigo acreditar que o futebol bem jogado é mais importante que o resultado. Nós tivemos três ótimos jogos anteriores e contra São Carlos e Primavera, quando fomos absolutos o jogo todo, não conseguimos ganhar. Hoje, conseguimos ter o controle total do jogo no primeiro tempo, dominamos o Olímpia, que veio fechado, talvez mais até que o Primavera. Pedi maior agressividade no ataque pro segundo tempo, voltamos muito bem, até fazer o gol. Depois era normal o Olímpia, com a pressão que está no campeonato, ia se jogar no ataque. Eles terminaram o jogo com quatro atacantes, não tem como sair a não escapando em contra ataques. Escapamos algumas vezes e poderíamos ter matado o jogo, mas o mais importante é dar continuidade no G8 e seguir nossa caminhada”.
Noroeste 1 x 0 Olímpia
Noroeste: Cairo; Pacheco, Jean Pierre, Júnior Campos e Ian; Richarlyson, Rogério Maranhão, Léo Gonçalves (John Egito) e Diego Souza; Caio Barbosa (Igor Pimenta) e Pedro Felipe (Jackson). | Técnico: Betão Alcântara
Olímpia: Jeferson; Luis Guilherme, Bruno Leal, Guilherme e Diego Alan; Veloso, Daniel, Tiago e Lucas Pará; Zezinho e Calil. | Técnico: Paulinho Fonseca
Gol: Léo Gonçalves (Noroeste – 10′ 2ºT)
Jogos da 4ª rodada
(5º) Monte Azul 2 x 0 São Carlos (14º)
(4º) Noroeste 1 x 0 Olímpia (16º)
(15º) Grêmio Osasco 2 x 3 Desportivo Brasil (2º)
(6º) Rio Preto 1 x 0 Taboão da Serra (13º)
(10º) Batatais 0 x 5 Capivariano (3º)
(8º) Comercial 2 x 1 EC São Bernardo (11º)
(7º) Barretos 1 x 1 Osasco Audax (12º)
(1º) Velo Clube 2 x 0 Primavera (9º)
Imagem dos lances: Reprodução/FPF TV
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One Comment
Jose Ricardo
31. jan, 2019LASTIMAVEL PENSAR SOMENTE NO RESULTADO DO JOGO E NÃO PENSAR EM ACERTAR O TIME, GANHAMOS OTIMO!!!, POREM PEGAMOS O LANTERNA, UM TIME RUIM E QUANDO PEGAR UM TIME MAIS OU MENOS?, NÃO PRECISA NEM SER BOM, MAIS OU MENOS JA ESTAMOS PERDIDO. OU TRCOCA O TECNICO, OU JÁ ERA MAIS UM ANO…