E A SINA CONTINUA
Vôlei Bauru começa mal, consegue recuperação, mas cai para Brasília no tie-break
Fabio Toledo
Após dois sets, ambos vencidos pelo BRB/Brasília, o Vôlei Bauru mostrou fibra para se superar, desenvolver um bom ritmo de jogo e empatar a peleja. No entanto, no tie-break, as comandadas do técnico Fernando Bonatto viram os detalhes definirem a partida para as candangas, vencedoras por 3 sets a 2 (25×22/26×24/18×25/10×25/17×15). Assim, as bauruenses mantiveram a sina de derrotas fora de casa.
A inconsistência nos dois primeiros sets custaram caro para Bauru. Principalmente na segunda parcial, quando a equipe teve boa situação para chegar bem na reta final, com cinco pontos de vantagem, mas sucumbiu perante as dificuldades em colocar a bola no chão.
Por escolhas erradas da levantadora Ju Carrijo – que atuou quase toda a partida, devido ao desfalque de Juma, com amigdalite -, finalizações forçadas demais das atacantes ou pelo bloqueio candango, Bauru sofreu a virada e se viu contra a parede ao final do set.
Ainda assim, há de se exaltar a recuperação nos períodos seguintes. Em especial na troca de Palacio por Helô, no momento em que a cubana vinha sendo bem marcada, e a presença de Angélica no meio de rede. Porém, no set decisivo, a derrota veio no detalhe.
Os destaques da pontuação por Bauru foram as ponteiras Dayse (18), Paula Pequeno (17) e Palacio (17). Já Brasília contou com noite brilhante de Isabela Paquiardi (16 pontos e 3 aces), além de grandes desempenhos de Malu (14) e Priscila Souza (12).
Na sequência da Superliga, o Vôlei Bauru se mantém na estrada. No dia 2 de novembro (próxima quinta), às 19h, o desafio é em Santo André, contra o SESI. Depois, em 07/11, a equipe volta a jogar na Panela de Pressão, contra o Camponesa/Minas.
O jogo
O set inicial foi marcado pelo equilíbrio em sua primeira parte. Mantendo a estratégia de atuar com as duas líberos em situações de jogo diferentes, Fernando Bonatto promoveu a rotação, que também envolvia as centrais Valquíria e Andressa. Ju Carrijo, por sua vez, esteve em quadra ainda mais tempo, devido ao desfalque de Juma.
Na metade final, Brasília manteve uma pequena vantagem, mas Bauru foi buscar duas vezes e chegou a virar em 18 x 19. Dificuldades para armar jogadas fatais complicaram o jogo bauruense e as donas da casa voltaram a crescer. Assim, em ataque pela ponta, Brasília fechou a parcial em 25 x 22.
Com bom serviço e contra ataques, o time candango começou forte o segundo set e fez logo 3 x 0. Tentando a recuperação, Bonatto sacou Palacio e colocou Helô em seu lugar. A entrada fez bem a Bauru, pois embaralhou a leitura da defesa adversária. O bloqueio também foi importante para levar as bauruenses à virada e abertura de vantagem.
Aproximando-se da reta final da parcial, Brasília se aproveitou de uma boa sequência de Paquiardi no saque e aniquilou a diferença. Em bola na antena de Andressa, o time da casa virou para 21 x 20. A partir daí, o jogo se manteve lá e cá. O que foi decisivo acabou sendo a dificuldade bauruense em virar as bolas. O ataque de Helô raspou na fita e foi para fora, garantindo set point para as adversárias. Elas, por sua vez, conseguiram garantir a segunda parcial à favor, por 26 x 24.
Depois de um 5 x 5 no placar, Bauru encontrou caminhos para fazer 5 x 10 no terceiro set. Quebrando o passe e utilizando bem as centrais e ponteiras, a diferença só cresceu até os 15 pontos marcados pelas visitantes. Com 8 x 15, houve o pedido de tempo do Brasília. A parada de jogo foi benéfica às candangas, que reduziram para 4 a vantagem bauruense. Lembrando do cenário do período anterior, Bonatto pediu tempo.
Na volta à quadra, Angélica foi acionada pela primeira vez. A participação da central foi importante para Bauru retornar ao bom momento, principalmente por sua passagem no saque. Com ela no serviço, as visitantes voltaram a construir uma considerável vantagem. No ataque de Paula Pequeno, Bauru fez 18 x 25.
Pela primeira vez na peleja, as bauruenses começaram muito bem uma parcial. Boa parte disso se deveu ao forte bloqueio do time da Sem Limites. Assim, Bauru abriu 1 x 6 até o pedido de tempo do Brasília. A partir dali, as anfitriãs conseguiram encaixar mais o jogo, se livrando do paredão na rede para reduzir a diferença para 2 pontos. Acontece que Bauru possui um grande time de centrais. Andressa, que vinha se destacando no meio de rede, mas teve um queda de aproveitamento, deu lugar para a Angélica, e já estava resolvido o problema.
O trio Dayse, Palacio e Angélica foi um problema no bloqueio para as anfitriãs. Somado a uma boa passagem de Paula Pequeno no saque, Bauru dominou por completo a parcial, chegando a fazer 8 x 19. Após o 9º ponto candango, teve mais das bauruenses. Uma chuva de bloqueios garantiu o fechamento do set em 10 x 25. E Bauru chegava para o tie-break melhor do que nunca.
Apesar disso, foi Brasília quem começou set desempate aproveitando suas oportunidades e fechando a porta dos ataques adversários. Com 4 x 1 no placar, Bonatto parou o jogo. A pausa foi providencial para manter Bauru na partida. Principal fonte de pontos, o bloqueio travou o ataque candango e o placar foi para 6 x 6. Antes da mudança de lado, Paula atacou cruzado e fez 7 x 8.
A virada de lado foi positiva para as donas da casa. Fazendo seus ataques e contando com bolas perdidas por Bauru, abriram 10 x 8. Após acontecer o empate na casa dos 10, Bonatto arriscou uma inversão de cinco e um, sem sucesso. Com Brasília à frente, alguns lances complicados para a arbitragem de bola fora ou dentro gerou reclamações das bauruenses, mas fato é que as candangas chegaram ao duplo match point – ambos salvos pelo escrete da Sem Limites. Porém, com dois bons saques de Paquiardi, Brasília encontrou o caminho para a vitória, que veio em bloqueio no ataque de Palacio.
Abre aspas
Angélica, central do Bauru – “Mesmo tendo melhorado no terceiro e quarto sets, precisamos apresentar melhor desempenho. Fica o alerta para a gente. Mas pelo menos a equipe conseguiu reagir, o que é importante, e essa é só a terceira rodada ainda. A força do grupo é sempre importante e melhorando o volume do jogo nosso jogo saiu um pouco e o final do jogo foi detalhe.”
Fernando Bonatto, técnico do Bauru – “Não pode ser só no terceiro set, precisa ser mais organizado antes. Temos boa organização e quando conseguimos colocar isso em prática o jogo fica mais tranquilo e cria mais oportunidades. Mas no quinto set voltamos a cometer os erros dos primeiros dois sets. Precisa ter paciência para decidir o set, os pontos, independentemente se são no 0 a 0 ou no 14 a 14, saber o que está acontecendo do outro lado. Pecamos nos erros em relação a isso.”
Entrevistas concedidas à TVC
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