ENFIM, CLASSIFICADO
Noroeste fica no empate com Olímpia, mas se garante no mata-mata
Gramado pesado, anti-jogo do adversário, oportunidades desperdiçadas e arbitragem ruim impedem triunfo noroestino, mas derrota do São Bernardo confirma equipe na próxima fase
Por Fabio Toledo
A chuva torrencial que caiu em Bauru no início da noite de quarta-feira não apenas afugentou alguns torcedores que tencionavam ir ao Alfredão, mas também criou um ambiente complicado para se jogar futebol. Com o gramado pesado, cheio de poças d’água, Noroeste e Olímpia entraram em campo com objetivos específicos. O resultado final, de 2 a 2, não foi grande coisa para ambos, mas garantiu parte dos objetivos.
Para o Noroeste, a vitória garantiria a classificação para a fase de mata-mata da Série A3. E o começo da partida sinalizou bastante promissor para a meta do Alvirrubro. Logo aos dois minutos, o time da casa já saía na frente. Aos 15′, ampliava, ensaiando um placar largo. A quantidade de oportunidades desperdiçadas no primeiro tempo também apontavam para tal.
Para o Olímpia, a permanência na A3 estava em jogo. Enquanto o adversário direto contra o rebaixamento, Marília, vencia com tranquilidade o lanterna Mogi Mirim, a equipe sofria um revés cedo e, com o campo encharcado, encontrava dificuldades para chegar à grande área noroestina. Contudo, em uma das poucas vezes que chegou, arrancou um pênalti e se manteve no jogo.
O Norusca teve chance de matar a peleja nos 45′ iniciais, mas não conseguiu. E o castigo veio logo no começo do segundo tempo, quando o Galo Azul empatou, novamente em bola parada. A partir daquele momento, pouco futebol aconteceu. O time do técnico Alberto Félix criou outras oportunidades, sem nenhum êxito. Entre um lance e outro, o anti-jogo dos atletas visitantes, relativamente satisfeitos com o pontinho que os mantinham fora da degola, esfriou a partida e gerou a fúria da torcida noroestina, principalmente com relação ao árbitro Márcio Roberto Soares.
Apesar das dificuldades do campo, do adversário e do apitador, o Noroeste precisa ter a noção de que está disputando a Série A3. As adversidades encontradas na partida dessa quarta-feira é apenas uma mostra daquilo que vem pela frente, no mata-mata. Até o momento, são esses ambientes adversos que complicam o desempenho noroestino, sendo muito importante prestar a atenção necessária para isso.
A classificação noroestina, mesmo com o empate, aconteceu devido à derrota do São Bernardo para o Velo Clube. Com 26 pontos, o Bernô, 9º colocado, não alcança os 31 do Alvirrubro. Embora já classificado, o Alvirrubro vai em busca de um melhor posicionamento na classificação para tentar escapar de Atibaia e Portuguesa Santista (a Briosa em especial). Ao término da 18ª rodada, o Alvirrubro está em 6º e enfrentaria o Capivariano. Dependendo do que acontecer diante do Taboão da Serra, fora de casa, na manhã do domingo, o Norusca pode enfrentar Portuguesa Santista, Atibaia, Capivariano, Desportivo Brasil ou Barretos.
Já lá embaixo, o Olímpia segue respirando fora do Z6, mas está empatado por pontos com o MAC. Pra piorar, o Galo Azul encara o Atibaia (2º, na busca pela liderança), enquanto o Marília enfrenta o União Barbarense, virtualmente rebaixado.
O jogo
Apesar do gramado pesado, o Noroeste partiu pra cima logo no começo. Na sequência de um chute longo de Igor Pimenta defendido pelo goleiro Lucas, Marcelinho completou a sobra do escanteio para abrir o placar com dois minutos jogados. Com a movimentação do marcador, a disputa ficou mais no meio de campo, onde o campo se encontrava mais carregado.
O Olímpia não conseguia chegar com perigo, mas o Norusca sabia que precisava fazer o resultado o quanto antes para se garantir. Para tal, aos 15′, contou com o posicionamento de seu goleador. Depois do desvio da zaga em chute de longe, Jorge Mauá saiu cara a cara com Lucas e estufou a rede, deslizando de peixinho na comemoração.
Ainda que os visitantes estivessem dois gols atrás, precisando da recuperação, seguiram com dificuldades para entrarem na grande área noroestina. Até que, após toque do atacante do Olímpia, a bola bateu na mão de Maicon Douglas. O árbitro não teve dúvidas para apontar a cal. Thauan foi pra cobrança e descontou: 2 x 1, aos 25′. No restante do primeiro tempo, a disputa rendeu chances de gol para ambos os lados, mas o placar permaneceu o mesmo.
O Norusca começou a etapa complementar com o mesmo apetite do início da partida. Antes de um minuto, Gindre fez boa jogada pela direita e cruzou, mas o cabeceamento de Mauá foi por cima do gol. Pouco depois, Vilson arriscou de longe e assustou o goleiro Vinícius (substituto de Lucas, que saiu machucado). Próximo da marca dos 10 minutos, o Olímpia passou a frequentar mais o ataque e logo castigou o Alvirrubro.
Aos 9′, em cobrança de escanteio, Thauan apareceu na primeira trave, antecipou-se à defesa e desviou de cabeça. O gol de empate era o que o Olímpia precisava para pelo menos se manter fora do Z6 ao término da rodada. Assim, os visitantes esfriaram o jogo com atendimentos médicos e incitação de pequenas confusões. Em busca da vitória, Alberto Félix colocou Alef no lugar de Vilson. Na primeira oportunidade criada pelo jogador, Leandro Oliveira exigiu grande defesa de Vinícius, com a bola ainda batendo no travessão.
Na reta final da peleja, o Norusca ainda tentava o desempate, mas a permissividade da arbitragem com o cai-cai do Olímpia deixou a reta final bem arrastada. Por mais que Wellington tivesse entrado no lugar de Gindre e Samuel no de Ricardinho, para dar mais velocidade ao time, faltou tempo hábil de bola rolando para alguma mudança acontecer. Assim, o empate em 2 a 2 se estabeleceu.
Abre aspas
Marcelinho – “A gente veio pra vencer, mas tivemos todas as dificuldades do campo molhado e do time deles brigando contra o rebaixamento. Sabíamos que eles viriam fazer esse tipo de jogo pra procurar o empate. Mas a primeira etapa nossa, que era se classificar, foi concluída. Agora começa um novo campeonato, onde quem fez mais pontos só tem vantagem de decidir em casa”.
Alberto Félix – “O resumo de tudo que tiramos dessa partida é o de sair do campo com a certeza da classificação. Era o objetivo principal e foi alcançado. A partida em si teve muitas situações polêmicas que nos atrapalharam muito, o campo ficou muito encharcado e os gols que tomamos foram ambos de bola parada, até em decorrência do próprio campo, mas fico muito satisfeito com o rendimento do time e nossa classificação está garantida”.
Ah, a arbitragem
Parece que teremos que inserir o tópico para os apitadores em todas as partidas agora, não é? Afinal, o senhor Márcio Roberto Soares aprontou no Alfredão. O árbitro de 39 anos parou pouco o jogo em lances mais truncados quando o gramado estava mais pesado. Depois, foi conivente com o anti-jogo dos visitantes, parando a partida a todo momento por conta de jogador caído. Sem falar da falta de pulso para controlar a partida.
O capitão noroestino Marcelinho contou que não tinha muita conversa com o juizão não. “Nós, atletas, não tem nem o que conversar porque ele usa o critério do cartão. Então, ficamos submissos com isso. Pra essa próxima fase eu acho que os árbitros têm de ser mais qualificados. Em Monte Azul, o árbitro foi muito bom, aqui, um jogo importante com um time brigando contra o rebaixamento e a gente para um lugar melhor na tabela, acho que tinha que ser um árbitro mais de ponta”.
Outro que critica o comportamento do apitador é o técnico Alberto Félix. “Uma das coisas que venho falando ao longo de todo o trabalho por aqui é justamente ver esses juízes e a capacidade deles em beneficiar o anti-jogo. A gente trata os caras com educação, só reclama do que é nosso e do que é muito visível, mas você precisa ver como eles agem comigo. É como se eles pensassem ‘esse aqui não vai ter problema porque não vai me xingar, então vou marcar tudo contra’ e é isso que eles têm feito”.
Noroeste 2 x 2 Olímpia
Noroeste: Ferreira; Pacheco, Jean Pierre, Marcelinho e Ricardinho (Samuel); Igor Pimenta, Maicon Douglas, Leandro Oliveira, Vilson (Alef) e Gindre (Wellingon); Jorge Mauá. | Técnico: Alberto Félix
Olímpia: Lucas (Vinícius); Leo Carioca, Malcon, Bruno Leal e Thiago; Roger, Diego Alan, Geovani e Queijinho (Rone); Fumaça e Thauan. | Técnico: Marco Birigui
Gols: Marcelinho (Noroeste – 2′ 1ºT), Jorge Mauá (Noroeste – 15′ 1ºT), Thauan (Olímpia – 25′ 1ºT) e Tahuan (Olímpia – 9′ 2ºT)
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