RECUPERAÇÃO
Bem no segundo tempo, Noroeste vence Nacional e mantém distância na frente da A3
Por Fabio Toledo
Foto: Bruno Freitas/Noroeste
Na matinê carnavalesca, o palco da folia foi o Estádio Alfredo de Castilho. Por lá, o Noroeste entrou na Avenida em busca da recuperação. Afinal, no último sábado, atravessou o samba diante do Linense. Tinha pela frente o Nacional, do técnico Tuca Guimarães – conhecido de outros carnavais. O time mais experiente vindo da capital paulista conseguiu ditar a cadência do jogo, sem muito acelerar o ritmo e isso custou caro. Dando a volta por cima, o Norusca se encontrou em campo e festejou no final, com a vitória por 2 x 0.
O início do desfile noroestino foi travado. Retraído demais, o Alvirrubro viu o Naça ensaiar o pagode pelos lados. Melhor na partida, poderia ter sido mais agressivo, mas não aproveitou o momento. Quando o Noroeste saiu mais na pressão do passe, teve maior controle. Ainda assim, a bateria estava descompassada, com uma lentidão que dificultava a disputa frente a defesa do Nacional. A mudança aconteceu quando o mestre Luiz Carlos Martins promoveu a virada: Matheus Blade saiu da volância e foi pra lateral-direita.
O camisa 5 do Noroeste, então, transformou o lado esquerdo da defesa adversária numa passarela. Logo na sua primeira descida, fez o cruzamento para o gol de Fabrício Daniel – o quarto do atacante noroestino na Série A3. Foi um Deus nos acuda para os defensores do Naça, que só não tomou mais gols dos atacantes noroestinos porque Fabrício finalizou duas ótimas jogadas por cima da meta, além de Pedro Felipe ter carimbado o travessão também em ótima jogada.
Ainda por cima, teve um chutaço de Maranhão, de fora da área, que garantiu o segundo gol alvirrubro. Placar definido em favor do Noroeste, líder da A3 – quatro pontos a mais que o segundo colocado, Linense. Agora, uma semana separa o time bauruense de seu próximo compromisso. No domingo à tarde, enfrenta o Velo Clube, no Alfredão. Já o Nacional busca a reabilitação no sábado que vem, em casa, contra o Grêmio Osasco.
Foto: Bruno Freitas/Noroeste
O jogo
Norusca e Naça começaram a partida de maneiras diferentes. Nos primeiros minutos, os visitantes chegaram pelos lados, com James Dean e Ricardinho, mas Gustavo Índio, centralizado no ataque, não conseguiu ser acionado. Mais retraído, o Noroeste buscava algum contragolpe ou uma falha na saída de bola adversária, sem sucesso. O Alvirrubro só foi avançar mais após os 15 minutos, no jogo aéreo, que também não deu resultado. Errando passes em demasia, os donos da casa não conseguiam se impor.
Mesmo com maior posse de bola depois do primeiro terço da etapa inicial, o Noroeste tomou um susto. Na primeira escapada que conseguiu, Gustavo Índio aproveitou a falha defensiva e bateu na entrada da área, exigindo a defesa de Pablo. Com dificuldade pra penetrar na defesa do Nacional, o Norusca teve o primeiro chute a gol aos 25′, com Fabrício Daniel de fora da área. No entanto, a bola foi de fácil defesa para Luis Henrique.
A lentidão na saída de jogo deixava o Noroeste sem espaço frente a defesa do Nacional. Os visitantes até não tinham pressa em cobrar as faltas e escanteios, mas seus jogadores de lado aceleravam bastante quando encontravam espaço. Ainda assim, foi o goleiro do Naça quem trabalhou, afastando cruzamento perigoso de Fabrício pelo lado esquerdo. O atacante noroestino ainda buscou arremate antes do intervalo, mas Luis Henrique conseguiu espalmar.
Foto: Bruno Freitas/Noroeste
A volta do intervalo foi marcada por mais do mesmo. O Norusca tinha a bola, mas era lento, facilitando pra marcação do Nacional. Vendo essa limitação, o técnico Luiz Carlos Martins promoveu a primeira alteração, tirando o lateral-direito Juninho e colocando o volante Maranhão. Com isso Matheus Blade foi pra lateral e, logo no primeiro lance na nova posição, aos 8′, cruzou na cabeça de Fabrício, que completou pro fundo do gol.
O rápido efeito da mudança representou um outro Noroeste em campo. Aos 14′, Maranhão chutou ao lado do gol em bola de fora da área. Aos 18′, Fabrício levou a melhor pra cima de dois defensores e só não fez um belo gol porque seu chute foi alto demais. Já aos 25′, foi a vez de Pedro Felipe quase marcar. No belo passe de Yamada, ele tocou por cima do goleiro, mas a redonda carimbou o travessão. As chances aconteciam, só que a bola teimava em não entrar.
Parecia que gol bonito era proibido de acontecer no Alfredão. Mas Maranhão tratou de mudar essa história. Aos 35′, o volante pegou bola na intermediária e arriscou dali mesmo. O chute rasante foi no canto de Luis Henrique, que acabou surpreendido, sobrando a ele apenas tirá-la da rede. Mesmo depois do placar ampliado, o Noroeste seguiu no campo ofensivo. Na tabela com John Egito, Fabrício mandou mais uma por cima do gol. Perdendo a pressa, o Alvirrubro controlou a reta final e garantiu mais uma vitória na A3.
Abre aspas
Maranhão – “A gente vem sempre trabalhando. Independente se vai estar de titular ou reserva, quando estiver em campo tem que apresentar resultado. Fico feliz com o gol e principalmente pela vitória. Tivemos um primeiro tempo abaixo, jogando em casa temos sempre que nos impor e isso não aconteceu. Mas aí marcamos mais em cima, pressionamos pra sair com o resultado positivo e isso aconteceu”.
Luiz Carlos Martins – “Nós tivemos os primeiros 20 minutos do primeiro tempo querendo fazer o gol sem trabalhar a bola. Ao invés de procurar espaços, trabalhar por dentro e por fora, erramos muito passe. O Nacional é um time com jogadores experientes, técnicos, que trabalhavam em cima do nosso erro. Depois da parada técnica, melhoramos um pouco, aí no segundo foi mais. Não deixamos o time deles jogar no segundo tempo. Fizemos dois gols, mas acho que podíamos ter feito mais uns três. Foi uma reação do grupo, da maneira que nós queríamos”.
Noroeste 2 x 0 Nacional
Noroeste: Pablo; Juninho (Maranhão), Jean Pierre, Guilherme Teixeira e Renan (Vitor Gava); Matheus Blade, Jonatas Paulista, Igor Pimenta (John Egito) e Yamada; Pedro Felipe e Fabrício Daniel. | Técnico: Luiz Carlos Martins
Nacional: Luis Henrique; Alan, Gabriel, Guilherme Noé e Thiago Pereira; André Rocha, Matheus Teta e Emerson Mi (Léo Ribeiro); James Dean (Vinícius), Ricardinho (Palito) e Gustavo Índio. | Técnico: Tuca Guimarães
Gols: Fabrício Daniel (Noroeste – 8′ 2ºT) e Maranhão (Noroeste – 35′ 2ºT)
Público: 2.757 pagantes | Renda: R$ 51.635,00
Deixe seu comentário