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2020/08/30 0 0

ESQUADRÕES ALVIRRUBROS – 1970

O ressurgimento no Parque Antárctica

Por Fabio Toledo

Em pé: Luisão, Chiquinho, Nascimento, Odair, Ronaldo e Marco Antônio / Agachados: Odair Cologna, Márcio, Fedato, Foguinho e Mário Augusto | Foto: Reprodução/Noroeste na Memória

O golpe militar de 1964 tirou autonomia das companhias que administravam as estradas de ferro, entre as quais a Noroeste do Brasil, da qual o Norusca tinha forte ligação. Dificuldades financeiras levaram a equipes mais fracas e, consequentemente, o rebaixamento, em 1966. Sob intervenção fardada, a companhia que praticamente geria o clube passou a ser comandada pelo general Ramiro Gorreta Jr, o qual chegou à presidência do Alvirrubro e planejou mudar as cores do Noroeste, com a velha alegação do vermelho representar o comunismo. Pensou até em um verde-oliva para a nova tonalidade, mas o bom senso prevaleceu.

Assumindo a presidência do Noroeste em 1970 estava Claudio Amantini. Pegava um clube mal das pernas, após gastar muito em 1969 e não ter o resultado esperado. Foi preciso, então, um projeto de reconstrução. O elenco montado para o Paulista daquele ano mesclou revelações de Bauru e região, como o goleiro Chiquinho, o zagueiro Marco Antônio e o atacante Odair Cologna, e alguns jogadores com certa experiência, casos dos defensores Luisão e Romualdo, e dos atacante Márcio e Fedato. O atacante de volumoso bigode, inclusive, chegou por empréstimo do Palmeiras, onde havia sido recentemente contratado do Comercial, de Ribeirão Preto.

A primeira fase da divisão de acesso do estadual tinha 17 equipes, divididas em dois grupos. Os dois melhores de cada chave avançavam para a semifinal, realizada no Parque Antarctica, em São Paulo. De um dos grupos, passaram Bragantino e Nacional. De outro, Corinthians de Presidente Prudente e Noroeste. Da primeira etapa, o Alvirrubro, sob comando do técnico Abílio Martins, o Muca, ganhou destaque por sua solidez defensiva. Além disso, a promoção do clube em busca do apoio da torcida em sua trajetória era significativa. Esse ápice aconteceu justamente para a reta final da competição, com a ida de 40 ônibus de Bauru para a capital.

A base do Norusca de 1970 tinha Chiquinho; Odair, Luisão, Marco Antônio e Romualdo (Bonfim); Nascimento e Foguinho; Odair Cologna, Márcio, Fedato e Mário Augusto. Em jogo único, encarou o Bragantino no Parque Antarctica. Passou os 20 minutos iniciais com a partida sob controle, mas um contragolpe deixou o Braga na frente. O Noroeste sufocava o adversário e o empate veio com Mário Augusto, no começo do segundo tempo. O cansaço deixou o enredo mais dramático, o Bragantino melhorava, só que o Alvirrubro se superou na reta final, em gol de Ramos, aos 42 minutos.

Gol de Fedato diante no Nacional | Foto: Reprodução/Noroeste na Memória

Na grande final, o desafio era o Nacional, em 22 de setembro. Contudo, a partida terminou em 1 a 1. Ainda que Odair Cologna tivesse aberto o placar para o Norusca, Barnabé empatou logo no começo da etapa final. A partida foi para a prorrogação, mas nenhum gol saiu. Assim, a decisão ficou para um jogo desempate, dois dias depois. No mesmo Parque Antarctica, invadido pelos noroestino, Odair e Fedato fizeram a tabela, finalizada por Fedato, de cabeça, superando o goleiro do Naça. O clube da capital não se abateve, pressionou o Norusca, mas o jogo terminou no 1 a 0.

A comemoração foi enorme por lá e em Bauru. No gramado, Claudio Amantini pagava a promessa, atravessava de joelhos o campo de um lado a outro, o mesmo feito por Muca, em sentido contrário. Toninho Guerreiro, cria do clube, então estrela do São Paulo, congratulava os vencedores, que levaram o Noroeste para a elite estadual. Na época, seria a disputa do Paulistinha de 1971, num modelo que não contava com os times grandes. Do Paulistinha, as equipes se classificavam para o Paulistão. Assim, ainda que o título de 1970 assegurasse o acesso, o Noroeste só foi enfrentar um grande do estado novamente em 1974.

Cláudio Amantini cumpre a promessa no Parque Antárctica, auxiliado pelo Dr. Danilo Campana, médico do time | Foto: Reprodução / Noroeste na Memória


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Fabio Toledo
Jornalista, apaixonado por esportes, por escrever e por rádio. Produz conteúdo na LE e comenta nas transmissões do Jornada Esportiva.

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