OS BRASILEIROS NA COPA SURUGA
Internacional e São Paulo já foram ao Japão para tentar conquistar o torneio, mas voltaram com resultados opostos. Relembre!
Por Gustavo Abraão
Atual campeã da Copa Sul-Americana, a Chapecoense encara o Urawa Red Diamonds, vencedor da Copa da Liga Japonesa, nesta terça-feira, 15, pela Copa Suruga Bank. O torneio é organizado conjuntamente por Conmebol e J-League desde 2008, ano em que o Arsenal de Sarandí bateu o Gamba Osaka. De lá pra cá, Internacional e São Paulo foram ao Japão para tentar conquistar a taça. Entretanto, os resultados foram diferentes. Relembre!
Internacional – 2009
Em 5 de agosto daquele ano, o Colorado entrou em campo com um objetivo claro: no ano do Centenário, queria se tornar a única equipe brasileira campeã de todos os campeonatos até então em disputa. À época, tinha um Mundial de Clubes, em 2006, uma Copa Libertadores, em 2006, uma Recopa Sul-Americana, em 2007, três Brasileiros, em 1975, 76 e 79, uma Copa do Brasil, em 1992, 39 Gauchões e uma Copa Sul-Americana, em 2008, a qual deu o direito de ir para Oita, do outro lado do mundo. Faltava a Copa Suruga.
Vivendo o melhor momento de sua história, o Inter tinha um time muito bom, com caras conhecidas, como os zagueiros Índio e Bolívar, o lateral-esquerdo Kléber, os volantes Sandro e Guiñazu, e as então promessas Taison e Giuliano. No banco de reservas, o técnico Tite.
O jogo diante do Oita Trinita teve três momentos distintos. O primeiro tempo foi modorrento, sem muitas chances criadas e até um pouco sonolento. O início da segunda etapa foi brasileiro – logo aos 12, o placar apontava 2 a 0, gols de Alecsandro e Andrezinho. O restante da peleja teve muita pressão oriental – já aos 14, Higashi descontou; aos 19, bola no travessão. No fim, o título gaúcho veio mesmo com a vitória por 2 a 1.
O discurso pós-jogo mostra que, apesar de ser um título de menor expressão, a taça foi valorizada pelos lados do Beira-Rio.
“Para ser campeão da Copa Suruga era preciso ser campeão da Copa Sul-Americana antes. É importante lembrarmos disto. Foi uma boa vitória em um jogo entre campeões. Garantimos mais um título internacional”, disse o então presidente Vitorio Piffero ao site oficial colorado. “Os jogadores se superaram. Não é fácil a adaptação ao fuso horário”, comentou Tite ao portal gaúcho.
Ficha técnica
Oita Trinita: Nishikawa; Fujita, Morishige e Uemoto (Tsubouchi); Fernandinho, Kanazaki, Edmílson, Higashi (Umeda) e Inoue (Ienaga); Kotegawa (Sumida) e Takahashi | Técnico: Ranko Popovic
Internacional: Michel Alves; Bolívar, Índio, Sorondo e Kléber (Marcelo Cordeiro); Sandro, Guiñazu, Giuliano (Danilo) e Andrezinho (Danny Morais); Taison (Bolaños) e Alecsandro (Glaydson) | Técnico: Tite
São Paulo – 2013
Ao faturar a Copa Sul-Americana de 2012, o Tricolor findou uma pequena – mas já incômoda – fila. Afinal, não era campeão desde 2008, quando ganhara o Tri-Hexa Brasileiro. O título continental alçou a equipe para a disputa da Recopa e da Copa Suruga, em julho e agosto de 2013, época em que os times europeus estariam em pré-temporada.
Antes de desembarcar no Japão para enfrentar o Kashima Antlers, no Kashima Soccer Stadium, o escrete paulista acabara de findar um jejum de 14 partidas sem vitórias após vencer o Benfica, por 2 a 0, pela Eusébio Cup. A seca era tamanha que representava a maior da história do clube (no período, vice-campeonato da Recopa diante do Corinthians e duas derrotas na Audi Cup, além de enchafurdamento na zona de rebaixamento do nacional).
Assim, pensando no duelo diante da Portuguesa, pelo Brasileirão, que aconteceria dias depois, o técnico Paulo Autuori, que não pôde contar com o lesionado Paulo Miranda, decidira poupar parte do time titular (o zagueiro Rafael Tolói, o volante Fabrício, o meia Jadson e o atacante Osvaldo). Apesar disso, o onze inicial foi composto por rostos experientes, como Ceni, Ganso e Aloísio.
No final das contas, a peleja foi extremamente movimentada. O representante sul-americano começou melhor, mas não teve capacidade para abrir o marcador. Os japoneses, por outro lado, foram cirúrgicos: ainda no primeiro tempo, chegaram aos 2 a 0 em bobeadas da zaga tricolor. Na etapa complementar, os visitantes cresceram após Paulo Henrique Ganso se encontrar na partida: de seus pés saíram o primeiro gol e uma assistência para o Boi Bandido igualar. Entretanto, no apagar das luzes, Osako fez seu terceiro tento no jogo e sacramentou o título oriental.
Vale ressaltar que esta representa a primeira – e única – derrota são-paulina em jogos oficiais na Terra do Sol Nascente (além desse revés, são duas vitórias pelo Mundial Interclubes, duas pela Copa do Mundo de Clubes da FIFA e uma pela Recopa Sul-Americana).
Ficha técnica
Kashima Antlers: Sogahata, Nishi, Yamamura, Aoki (Iwamasa) e Maeno (Nakata); Shibasaki, Endo (Nakamura), Shoma Doi (Nozawa), Ogasawara e Juninho (Umebachi); Osako | Técnico: Toninho Cerezo
São Paulo: Rogério Ceni; Douglas, Lucas Silva (Roni), Edson Silva e Reinaldo; Wellington, Rodrigo Caio, Maicon (Lucas Evangelista) e Ganso; Aloísio e Ademilson (Silvinho) | Técnico: Paulo Autuori
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