BAURU BASKET VERSÃO 2018/19
Antes da estreia da temporada no Campenato Paulista, o foco está no entrosamento dos atletas
Por Fabio Toledo e Lucas Guanaes | Fotos: Lucas Guanaes
Demétrius no comando. Anthony (Stefano), Isaac (Duda/Gui Santos), Alex (Matulionis), Renan (Jaú), Hettsheimeir (Shilton/Maikão). De todo esse time, apenas Demétrius estará à beira da quadra nas primeiras partidas da temporada 2018/19. A equipe que terminou o último NBB foi praticamente refeita. Os remanescentes, lesionados. Mesmo assim o otimismo continua presente na Panela de Pressão.
A temporada do Sendi/Bauru Basket está para começar e fomos conferir um treino do time que se prepara para estrear no Campeonato Paulista no próximo sábado, 28, contra o América, em Rio Preto. No fim, também batemos um papo com Demétrius. No coletivo, os oito adultos saudáveis foram divididos nos times branco (Larry, Scholz, Basílio e Lucas Mariano) e azul (Cauê, Enzo, Jefferson e Marcão). Os cinco atletas da base (André, Samuel, Emanuel, João Marcos e Malachias) revezaram entre os times.
Familiaridade
“O torcedor bauruense vai chegar aqui para assistir ao jogo e vai ver dez jogadores diferentes. Isso leva tempo pra eles se adaptarem e até pra eu me adaptar na condução, de saber às vezes apertar um pouco mais, soltar um pouco mais. Isso tudo a gente vai pegando com o tempo e tentando se adaptar o mais rápido”.
Demétrius sabe bem que não apenas ele, mas o torcedor bauruense também terá que se adaptar ao novo elenco. Contudo, a sensação de renovação completa é mitigada pelo retorno de Larry e Jefferson, ídolos da torcida. Os demais rostos, apesar de nunca terem passado por Bauru, são conhecidos do basquete nacional e não devem tardar a criar identificação com a cidade.
Entrosamento
Mesmo com a empolgação demonstrada na apresentação do elenco e nas entrevistas dos jogadores e comissão técnica nos últimos dias, os primeiros jogos do time não deverão ter um nível muito alto. Afinal, dos oito adultos que atuarão nos primeiros jogos, poucos são os que atuaram juntos nos últimos anos. Na verdade, apenas Cauê/Marcão, no Caxias, e Gustavo/Lucas Mariano, no Vasco, estiveram na mesma equipe em alguma das últimas três temporadas.
Até por isso, o fato do Campeonato Paulista contar com 18 jogos apenas na primeira fase auxiliará muito para encontrar o melhor estilo de jogo para os playoffs e, principalmente, Liga Sul-Americana e NBB.
“Essa não é uma equipe que vem jogando há dois, três anos junto e só vai encaixando uma ou duas peças. É um início de trabalho e isso leva um pouquinho de tempo. Hoje o fator que mais me preocupa é o entrosamento, porque neste Campeonato Paulista, pela maneira que é disputado, não pode bobear. Mas pelo empenho dos jogadores e pela facilidade que estão pegando o sistema, acho que vamos conseguir antecipar esse entrosamento e ter uns resultados mais esperados com o tempo que teremos em cada jogo”, diz Demétrius.
CONFIRA TAMBÉM
Versatilidade
Usando o entrosamento como gancho, não só o “se conhecer dentro da quadra” será trabalhado. A montagem do elenco bauruense foi feita buscando atletas que podem exercer múltiplas funções em quadra. Entretanto, ao passo que tal elenco concede inúmeras possibilidades e táticas diferentes à comissão técnica, podendo alterar completamente o estilo de jogo do time de acordo com a partida e o adversário, também há o trabalho de mapear cada uma dessas possibilidades.
A ausência de Alex, Jaú e Gui Santos (este já volta às quadras em setembro) pode facilitar a primeira vista, já que reduziria o grupo a ser mapeado. Contudo, são justamente estes os atletas remanescentes (já conhecidos, portanto) e que poderiam, inclusive, auxiliar os recém-chegados na adaptação a um novo ambiente dentro da quadra. Assim, na prática, o Bauru montou um novo time que, ao longo da temporada, receberá a adição de nomes já “acostumados” ao ritmo da comissão técnica:
“São jogadores versáteis. Este foi um item que a gente escolheu para montar a equipe e acho que o basquete hoje está buscando bem isso. Essa adaptação de saber quem vai jogar em certas posições a gente vai detectando com o tempo. Primeiro, especifica algumas situações, algumas posições, aí depois a gente vai avaliar e ver se essa característica foi boa pra cada jogador.
Não adianta eu querer uma coisa, o jogador não se adaptar e a gente patinar. É uma coisa que vai levando com o tempo, observando, analisando esses jogadores quando atuaram em outras equipes, para ver as características que os fizeram bem e trazer algumas situações pra cá. Isso tudo é uma análise que a gente vai tentando direcionar a posição e tirar o máximo de cada jogador para, taticamente, conseguir bons resultados em cima disso”.
Base
Falar de categoria de base é sempre algo incerto. Afinal, nunca se sabe exatamente como os jovens irão reagir ao jogar com os profissionais. Alguns não deram retorno a todas as expectativas, como foram os casos de Stefano e Maikão. Outros sofreram com a concorrência de um elenco recheado de estrelas, como Wesley Sena, Léo Eltink e Cerimelli. Mas também existem aqueles que, por diversos motivos, assumiram grandes responsabilidades em momentos decisivos e passaram a ser peças chaves do time, como Gui Santos e Jaú.
Para a próxima temporada, cinco jogadores da base estarão, de acordo com a disponibilidade e necessidade do elenco, nos jogos juntos dos profissionais. São eles: André (armador), Samuel (foto) (ala/armador), Emanuel (ala), João Marcos (ala/pivô) e Malachias (pivô). Destes, Samuel e João Marcos entraram em 4 e 3 jogos, respectivamente, do último NBB, mas sempre com pouquíssimos minutos.
Apesar do time já ir com força máxima no Campeonato Paulista, ao contrário do que foi feito nas últimas duas temporadas, quando iniciou o Paulista com a base, a tendência é uma evolução gradual. Afinal, a temporada será longa (48 a 80 jogos, aproximadamente, dependendo do desempenho do time) e, com certeza, em algum momento eles serão testados. Enquanto isso, não ficarão parados, já que continuarão nas disputas com a categoria sub-19:
“São uns jogadores que vêm sendo trabalhados há um bom tempo e estão jogando com o sub-19, ou seja, estão com ritmo de jogo. Dentro de alguns jogos vão estar ganhando experiência, entrando, mas a gente não pode cobrar nenhuma situação em relação a resultados em cima deles, tem que ter mais paciência. Ainda assim são jogadores que podem ajudar bastante no revesamento do elenco”.
Retorno
Os três lesionados do Bauru Basket estão fora pelo mesmo motivo. Ruptura no Ligamento Cruzado Anterior, o famoso LCA. É basicamente uma lesão em um dos ligamentos do joelho, relativamente comum entre atletas de alto nível, apesar de bem grave. O tempo de retorno já está até na boca do povo: os famigerados “seis a oito meses”.
Gui Santos se lesionou em novembro, durante uma vitória contra o Joinville, ainda no primeiro turno do NBB 10. Já está em estágio avançado de recuperação e voltará às quadras em setembro, ainda no segundo turno do Paulista e antes da Sulamericana.
Brabo ainda não pode jogar, mas já bate uma bolinha nos treinos do @BauruBasket pic.twitter.com/rQHyurL0DG
— Locomotiva Esportiva (@LocomotivaEsp) July 25, 2018
Alex deixou o primeiro jogo das oitavas de final, contra o Vasco, em abril, com suspeita de um problema na coxa. Nos dias seguintes, foi constatada a lesão no LCA. O retorno do Brabo está programado para novembro ou primeira quinzena de dezembro. Ficará fora, portanto, do Paulista, podendo eventualmente voltar na última fase da Sul-Americana, caso o Bauru avance às finais.
Jaú, por outro lado, sofreu a lesão durante um treinamento com a seleção brasileira sub-21. A operação está marcada para esta quinta-feira (26), em São Paulo. Assim, só voltará às quadras a partir do início de fevereiro de 2019, já no segundo turno do NBB 11.
Novos nomes
Seria muito precipitada qualquer análise individual do novo time da Cidade Sem Limites. Afinal, o time ainda não se conhece direito, nenhum jogo sequer foi disputado. Mas do que se viu nos treinos, é possível dizer que o time terá um estilo um pouco mais versátil, realmente. Formações com dois armadores, dois pivôs mais pesados, cinco abertos, entre várias outras, cada uma delas com um bom rodízio dos atletas foi testada, até para saber quem se adapta melhor em determinada função. Mas a expectativa e as metas traçadas pela diretoria, comissão técnica e elenco são altas e o ambiente, até agora, contribui para isso.
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