ESPECIAL PAULISTA DE BASQUETE 2018
Por Fabio Toledo e Lucas Guanaes
A temporada 2018-19 é mais uma vez marcada pelos estaduais como primeira etapa. Tá certo que poucas federações conseguem montar uma competição de bom nível de basquete, mas o Campeonato Paulista ganha destaque por conta de todas as equipes que figuram no cenário nacional e que estão presentes na competição. Nesta edição, com praticamente todos os times reformulados com relação à temporada anterior, o Paulista serve como preparatório ao NBB, mas o título estadual vai ser bem-vindo para qualquer uma das equipes.
Novidades no regulamento
Nos últimos anos, o formato da competição gerou críticas, principalmente devido à inutilidade da primeira fase, pois todos os times passavam para os playoffs. Nesta edição, contudo, já ocorre um filtro logo na primeira fase. Das 10 equipes que começam a disputa, após turno e returno, apenas seis vão aos playoffs. Mas a novidade não para por aí: os dois melhores colocados pulam uma fase do mata-mata, que terá confronto 3º x 6º e 4º x 5º em jogo único na casa do melhor colocado. Depois disso, nas semifinais e final, volta o formato melhor de três partidas. Veja a tabela de jogos completa! Além disso, uma novidade: todos os jogos serão transmitidos via streaming.
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América/Unirp/Rodobens/SMEL/3M
Cidade: São José do Rio Preto
Ginásio: Centro Regional de Eventos (capacidade para 6 mil pessoas)
Quinteto base: David Brito, Felipe Taddei, Radamés, Ygor e William
Técnico: Marininho Manella
A necessidade de um estadual de basquete para muitas equipes é alvo de debate já há algum tempo. Mas no caso do América a competição é a mais importante de seu calendário. Apresentando-se ao lado de grandes times, os americanos costumam servir de sparring em muitas ocasiões, mas é no estadual que o clube rio-pretense obtém boa parte de sua receita anual.
A preparação para a competição foi feita na disputa dos Jogos Regionais, realizado em Votuporanga, no qual o time saiu vencedor ao bater o time anfitrião na final. O América é sempre considerado uma das menores forças do Paulista – devido ao baixo investimento – e para este ano deu uma reformulada em seu elenco, cedendo mais espaço para atletas vindos da categoria sub-22.
Ainda assim, o grupo comandado pelo técnico Marininho Manella conta com alguma experiência dentro de quadra, com atletas de passagens por clubes do cenário nacional. Entre eles, estão os pivôs Ygor, que defendeu Macaé na última Liga Ouro, e Radamés, com passagens por Bauru e São José dos Campos; e os ala-armadores David Brito, ex-Tijuca e Botafogo, e Felipe Taddei, que jogou por Franca, Cearense, Vitória e Campo Mourão.
Sendi/Bauru Basket
Cidade: Bauru
Ginásio: Panela de Pressão (capacidade para 2.000 pessoas)
Quinteto base: Larry, Gustavo Basílio, Enzo, Jefferson e Lucas Mariano
Técnico: Demétrius Ferracciú
Passada a primeira temporada sem títulos após quatro anos vitoriosos, o Bauru Basket levará um time completamente novo para o Campeonato Paulista. Afinal, os únicos remanescentes da última temporada, Alex, Jaú e Gui Santos, estão lesionados. Destes, apenas Gui jogará o Paulista, mas só na reta final do segundo turno. Assim, o único nome mantido foi o de Demétrius Ferracciú, mesmo com o assédio de outras equipes.
Mas nem todos os jogadores que entrarão em quadra a partir do dia 28 de julho são caras novas para a torcida. Larry Taylor e Jefferson, ídolos bauruenses, firmaram seu retorno para a Cidade Sem Limites. Juntaram-se a eles Cauê Verzola e Marcão, vindos do Caxias, Renato Scholz (Vitória), Lucas Mariano e Gustavo Basílio (Vasco), Enzo Ruiz (Quilmes, da Argentina) e mais cinco atletas do sub-19 da equipe.
O entrosamento é o fator principal neste início de caminhada. O fato do Paulista possuir 18 jogos apenas na primeira fase permite um bom número de testes e adaptações deste novo time do Dragão. Bi campeão em 2013 e 14, o Bauru busca repetir o feito e, de quebra, chegar com um time encaixado na Liga Sul-Americana.
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Como será o Bauru Basket 2018/19?
Dragão à postos
Corinthians
Cidade: São Paulo
Ginásio: Wlamir Marques (capacidade para 6.834 pessoas)
Quinteto base: Ricardo Fischer, Fuller, Aguiar, Giovannoni e Teichmann
Técnico: Bruno Savignani
Quem passou a acompanhar o basquete nacional na última década pode não ter a noção da importância do Corinthians na modalidade. Maior campeão da história do Campeonato Paulista, com 14 títulos, o Timão retomou as atividades profissionais e em uma temporada já garantiu participação no NBB, com o título da Liga Ouro, e a inscrição para o Paulista.
Pelo nível dos reforços, a diretoria mostrou que o time voltou à elite para brigar por títulos. Ainda que o elenco não seja superior aos concorrentes, possui peças muito interessantes e que podem, sim, colocar o time nas cabeças novamente. Da temporada passada, os destaques são Gustavinho e Nicolas, além do treinador Bruno Savignani. O técnico, inclusive, volta a trabalhar com Guilherme Giovannoni, tricampeão do NBB. Também chegaram Ricardo Fischer, Fuller, Gui Bento, Teichmann e Shilton. Do Uruguai chegou o experiente ala Maurício Aguiar, que pode dar um tempero especial ao elenco.
Da mesma maneira que praticamente todos os elencos de elite no Brasil, o Corinthians mudou bastante em relação a última temporada. Portanto, o entrosamento também deverá ser o foco principal nas primeiras rodadas do Paulista. Por outro lado, sem competiçõs internacionais para dividir as atenções, pode ir com força máxima em praticamente todas as partidas do ano.
SESI Franca Basquete
Cidade: Franca
Ginásio: Pedro Murila Fuentes – Pedrocão (capacidade para 6.000 pessoas)
Quinteto base: Elinho, Jimmy, David Jackson, Lucas Dias e Hettsheimeir
Técnico: Helinho
A última temporada pode ser resumida em uma palavra pelo torcedor francano: frustrante. Com bala na agulha pra montar um grande time devido à parceria com o SESI, o time da capital do basquete entrou como favorito nas competições. No Paulista, parecia que o título voltaria a ser conquistado após uma década, mas na final não conseguiu bater a juventude e composição tática do Paulistano. No NBB, o vexame foi maior: varrido pelo Sendi/Bauru ainda na fase quartas de final, com duas das três derrotas em Franca.
A frustração abalou as estruturas do time, que passou por uma grande reformulação para 2018-19. Foram poucos os remanescentes: saíram os armadores Rafa Luz e Henrique Coelho; os alas Pedro, Leadrinho, Léo Meindl e Antônio; e os pivôs Gruber, Jefferson, João Pedro e Rafael Mineiro. Ficaram o pivô Cipolini e os jovens Alexey, Cassiano (armadores), Didi (ala-armador), Gui Abreu (ala), além do técnico Helinho, que chega mais pressionado para fazer o novo elenco render.
Neste novo elenco, nomes bastante badalados, casos do armador Elinho, melhor da posição no NBB 10, campeão nacional junto com Lucas Dias no Paulistano, outro que desembarca no Pedrocão. Jimmy chega do Mogi como melhor defensor dos dois últimos NBBs. Grande nome do Bauru, Hettsheimeir é reforço no garrafão, assim como Big, vindo do Minas. André Góes, ex-Vitória, também está na rotação, além de David Jackson, último a chegar, mas elemento importante para fazer o SESI Franca não decepcionar pelo segundo ano seguido.
Liga Sorocabana
Cidade: Sorocaba
Ginásio: Gualberto Moreira (capacidade para 3.500 pessoas)
Quinteto base: Brite, Raphael, Dmitri, Zabriski e Drudi
Técnico: Rinaldo Rodrigues
Após muitos anos batendo na trave ou sendo “salva” pelo regulamento do NBB, a Liga Sorocabana caiu na competição nacional e, por enquanto, não deu mostras que participará da Liga Ouro. Assim, diante desta indefinição, o Campeonato Paulista virou sua principal competição na temporada, pelo menos por enquanto.
Alguns dos principais nomes do último ano foram mantidos. Brite, Raphael, Andrézão e Drudi permaneceram em Sorocaba e ganharam a companhia de atletas que não tiveram tanta expressão nas últimas temporadas. A cereja do bolo pode ser Dmitri Souza e Zabriski, que estavam nos EUA. Rinaldo é conhecido por sempre conseguir bons nomes fora do país, como é caso do próprio Dontrell Brite, que ficou na LSB.
Contudo, diante da força de equipes como Franca, Corinthians, Mogi, Paulistano e Pinheiros, a LSB deve brigar pela última vaga dos playoffs.
Mogi das Cruzes/Helbor
Cidade: Mogi das Cruzes
Ginásio: Professor Hugo Ramos (capacidade para 5.000 pessoas)
Quinteto base: Pecos, Shamell, Gui Deodato, Gruber e JP Batista
Técnico: Guerrinha
Outro time praticamente novo no basquete brasileiro. Vice-campeão do NBB e finalista do Paulista de 2015 (vice) e 2016 (campeão), o Mogi das Cruzes foi desmantelado pela saída de seus principais nomes. Larry, Tyrone, Vitinho, Jimmy e Caio Torres deixaram o time, dando lugar para Arthur Pecos, Gui Deodato, Gruber, JP Batista, João Pedro e Caferatta.
Guerrinha e Shamell ficaram. Devem continuar como os principais nomes do time, que continua competitivo. Pode parecer repetitivo, mas o Mogi também precisa entrosar bem o time neste início de temporada. Contudo, pode ter um pouco mais de calma que Franca e Bauru, por exemplo. Isso porque os rivais disputarão a Liga Sul-Americana, que começa em outubro. Já o Mogi se classificou para a Liga das Américas, que só terá início em janeiro.
A equipe montada pela diretoria e comissão técnica tende a ser um pouco mais veloz que a anterior, além de possuir um banco melhor. Por outro lado, a defesa deve cair, ao menos individualmente. Afinal, é praticamente impossível suprir nomes como Tyrone e Jimmy no mercado sulamericano. Ainda assim, é um dos favoritos para chegar nas finais mais uma vez.
Paulistano
Cidade: São Paulo
Ginásio: Antônio Prado Jr. (capacidade para 1.500 pessoas)
Quinteto base: Georginho (Yago), Roquemore, Léo Meindl, Renan e Guilherme Hubner
Técnico: Régis Marrelli
A temporada 2017-18 foi a mais vitoriosa dos 96 anos de história deste clube centenário no basquete. Após muitas épocas nas quais a equipe mandava bem nas competições que disputava, mas chegava no fim e o elenco perdia elementos importantes e precisava ser remontado, na última temporada o CAP conseguiu manter seu time, se reforçou e mostrou sua grandeza. Primeiro, foi o Campeonato Paulista, superando o SESI Franca na final. Depois, foi o NBB 10, chegando nas finais contra o Mogi das Cruzes/Helbor e sendo dominante.
Passada as glórias, o Paulistano teve a perda iminente de peças importantes da engrenagem campeã. O técnico Gustavo De Conti foi a mais importante saída. Mas também deixaram o clube do Jardim América atletas do calibre de Elinho (melhor armador do NBB 10), Kyle Fuller, Deryk Ramos, Jhonatan Luz, Lucas Dias e David Nesbitt.
Os principais remanescentes são o armador Yago e o pivô Guilherme Hubner (MVP das finais do último NBB), agora com Régis Marrelli na área técnica. A reposição do CAP para suas perdas começa pela volta de Georginho, que estava na G-League (liga menor da NBA). De Franca chegaram os alas Léo Meindl e Antônio. De Minas, o ala-armador gringo Roquemore. De Bauru, o pivô Renan Lenz. Assim, o Alvirrubro da capital busca defender seu título para manter o reinado estadual.
Pinheiros
Cidade: São Paulo
Ginásio: Henrique Villaboim (capacidade para 1.000 pessoas)
Quinteto base: Dawkins, Bennett, Betinho, Ware e Renato Carbonari
Técnico: César Guidetti
Campeão estadual uma única vez em sua história centenária, o Pinheiros vem contando com equipes bastante competitivas nos últimos anos, mas ainda assim não consegue repetir o feito de 2011, quando levantou o caneco. Nas duas últimas edições do estadual, esbarrou em Bauru nas quartas de final, assim como no NBB 9 – neste caso, nas semis. O algoz da décima edição da liga nacional foi o Cearense. Enquanto isso, o ECP viu o rival dos Jardins, o Paulistano, conquistar o Paulista e o NBB.
Para não ficar atrás, o Pinheiros deu uma mexida em seu elenco. A saída de Holloway, grande nome da equipe nos últimos anos, para o Vasco talvez não tenha sido uma boa notícia, mas a reposição foi boa. Chegaram ao Jardim Europa o armador Kenny Dawkins, os alas Betinho, Isaac e Gabriel, além do pivô Renato Carbonari. Somado à permanência de Ruivo, Bennett, Ware e Marcus Toledo, o técnico César Guidetti tem em mãos mais uma vez um elenco competitivo.
Resta saber se a reformulação pinheirense foi boa o bastante para brigar por títulos, uma vez que os demais adversários também montaram bons elencos. O entrosamento deve ser o diferencial para aquele que vencer o estadual, e deve ser em cima disso o trabalho de Guidetti em sua equipe nesta primeira parte da temporada.
Osasco Basquete
Cidade: Osasco
Ginásio: Geodésico (capacidade para 1.500 pessoas)
Quinteto base: Thiago Aleo, Castellon, Henrique Cerimelli, Everton e Matheus
Técnico: Ênio Vecchi
O Osasco Basquete vem participando do Paulista há alguns anos. É a principal competição da equipe, assim como no caso do América. Na preparação para esta edição, ficou com o bronze nos Jogos Regionais ao bater Itapevi com um time formado por atletas mais jovens. Tradicionalmente a equipe perde seus jogadores para times do NBB e Liga Ouro fora do estado de São Paulo após o Paulista.
Desta vez, no entanto, a aposta foi feita em jogadores mais jovens, ainda buscando seu espaço no basquete nacional. Dos mais experientes, os destaques são Thiago Aleo e Castellon. A campanha deve ser semelhante à do ano passado, quando ficou na lanterna com apenas uma vitória em 14 jogos. O objetivo, portanto, é repetir 2016, quando ficou em 5° lugar, na frente de Rio Claro e Bauru Basket.
São José Basketball
Cidade: São José dos Campos
Ginásio: Lineu de Moura (capacidade para 1.800 pessoas)
Quinteto base: Hélio (Stefano), Pedro, Schneider (Marcio), Douglas Nunes e Daniel Alemão
Técnico: Paulo Jaú
Quem acompanha basquete há algum tempo sabe da força do basquete joseense neste recomeço mais organizado do esporte da bola laranja no Brasil. O São José nunca venceu um NBB, mas na temporada 2011/12 esteve muito perto, chegando à grande final. Já quando o assunto é campeonato estadual, na última década, os joseenses conquistaram três títulos – equipe com mais troféus neste período.
Depois de uma temporada fora do cenário do basquete profissional, o escrete joseense voltou a jogar e, logo de cara, obteve o vice-campeonato da Liga Ouro. Recebeu a oportunidade de retornar ao NBB por conta disso, mas segue em uma indefinição para ter todos os requisitos necessários para disputar a 11ª edição da liga nacional. Por outro lado, o Campeonato Paulista contará com a presença da Águia.
Apesar do elenco joseense não possuir o mesmo poder de fogo que possuía o vice do NBB, o técnico Paulo Jaú tem um grupo competitivo, com a experiência dos alas Márcio Dornelles, Pedro e Schneider, do ala/pivô Douglas Nunes, do armador Hélio e do pivô Daniel Alemão. A equipe também conta com atletas mais jovens que também já mostraram qualidade no cenário nacional, como os pivôs Wesley Sena e Léo Bispo, o ala-armador Panunzio e o armador Stefano Pierotti.
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