MERCADÃO DE VERÃO DO NBB
Por Fabio Toledo e Lucas Guanaes
Praticamente metade do NBB CAIXA já ficou para trás. A esta altura do campeonato, as equipes já têm seus objetivos, pontos fortes e fracos mais do que definidos e, assim, realizam ajustes finos para uma boa segunda metade da temporada. Por isso, a LE mais uma vez inova na cobertura do NBB e trás para vocês o Mercadão de Verão. A versão mais simplificada do já tradicional Mercadão do NBB contará com avaliação dos times e as mudanças feitas pelos mesmos. Lembrando que as novas aquisições devem ser feitas até o fim do primeiro turno, como define o regulamento do campeonato.
Basquete Cearense
O Carcará precisou reformular o elenco para a temporada, mas mesmo assim teve um início interessante no NBB CAIXA. Algumas vitórias, contudo, escaparam das mãos da equipe nos instantes finais, principalmente em Fortaleza, como contra Rio Claro, Minas e Mogi. Assim, o time está na vice-lanterna, com apenas três vitórias no primeiro turno.
A equipe de Danyel Russo sofreu também com a lesão de Felipe Ribeiro, principal atleta nos primeiros jogos, com média muito próxima ao duplo-duplo. Porém, nomes como Rashaun e Sualisson tiveram um crescimento notável nas últimas partidas, dando esperança ao torcedor cearense. Quanto a possíveis reforços, a tendência é de que a diretoria mantenha o plantel como está. Após dificuldades financeiras no início da temporada, a equipe apostará no retorno de Felipe e em um melhor aproveitamento no CFO/Paulo Sarasate para brigar pelas últimas vagas dos playoffs.
Mudanças no time: não há informações oficiais
Sendi/Bauru Basket
É certo que nem o mais pessimista torcedor do Dragão previa uma temporada tão ruim como a que o time bauruense vem tendo. Afinal, a equipe sempre figura no pelotão da metade de cima da classificação. Porém, o desempenho dos comandados de Demétrius Ferracciú tem sido, de fato, uma montanha russa. Em meio a uma grande inconsistência de uma partida pra outra, o Bauru se instalou no pelotão do fundo.
Com boa parte de seus atletas rendendo menos do que o esperado e muito dependente do jogo de Faggiano e Wiggins (principalmente no ataque), o Bauru Basket foi ao mercado. Do Minas, Farad Cobb chegou, mas quase nem treinou. Entre o processo para obter licença para trabalho e o primeiro jogo, veio uma lesão. Na reavaliação da diretoria, o norte-americano deverá ser liberado após um mês na equipe onde nem fez sua estreia. Já Daviyon Draper veio do basquete mexicano para substituir Jay Massey, que teria uma relação custo-benefício insuficiente para o time. Draper fez sua estreia e figura como nome importante para a recuperação bauruense, ao lado de Larry Taylor, que voltará após lesão no joelho no decorrer do returno.
Mudanças no time: saída de Massey, chegada de Daviyon Draper e chegada/saída de Cobb
Botafogo
Uma das maiores sensações do último NBB se reforçou para a temporada. O garrafão foi incrementado com Du Sommer, Lucas Mariano e Wesley Sena, enquanto Freddie McSwain e Paulinho Boracini também desembarcaram no Rio de Janeiro. O início do trabalho no NBB, porém, não foi dominante como o fim da última temporada. Mesmo assim, o torcedor alvinegro pôde comemorar o inédito título da Liga Sulamericana numa virada histórica contra o Corinthians nas finais em São Paulo.
Agora Léo Figueiró e companhia voltam os esforços ao NBB CAIXA exclusivamente. O horizonte, contudo, é nebuloso, uma vez que ao passo que a equipe está cada vez mais entrosada e voltando ao seu melhor basquete, as disputas políticas dentro do clube podem causar certa instabilidade na equipe.
Mudanças no time: não há informações oficiais
Universo/Brasília
As atribulações antes mesmo do NBB começar davam o tom do que poderia vir pela frente. Com mudança de treinador às vésperas da competição, o time comandado por Ricardo Oliveira, o Bocão, até conseguiu realizar boas exibições, como contra Botafogo, Flamengo, Rio Claro e São José. No entanto, a falta de profundidade no elenco além do quinteto titular pesa bastante para a equipe, que não decolou no primeiro turno, apenas caiu na classificação.
Haveria espaço para reforços no Brasília? Sem dúvida. O que não há mesmo é verba para tal. Ainda mais quando, fora das quadras, é travada uma disputa judicial por conta do não pagamento da verba anual de R$1,5 milhão que a Universo comprometera a dar à empresa que administra a franquia na capital federal – os direitos da franquia, inclusive, pertencem à Universo. Assim, o BSB vai ter que trabalhar com o que tem até o final da temporada.
Mudanças no time: não há informações oficiais
Corinthians
Uma das equipes que mais se reforçou na temporada, o Timão ainda busca seu auge enquanto vence com propriedade algumas partidas, mas sofre desnecessariamente em outras. Teve a chance de conquistar seu primeiro título no Campeonato Paulista e na Sulamericana, mas foi derrotado para Sesi Franca e Botafogo, respectivamente, diante de seu torcedor, no Wlamir Marques.
O elenco, entretanto, ainda é um dos melhores da competição e deve seguir o mesmo até o fim da temporada, uma vez que a equipe ainda possui três jogos no primeiro turno, podendo retomar sua vaga no G4 perdida ao longo da temporada.
Mudanças no time: não há informações oficiais
Flamengo
Embora tenha feito grandes partidas e esteja bem também na Champions League das Américas, o desempenho do Rubro-Negro não tem sido tão dominante assim. Vale ressaltar a qualidade das outras equipes do NBB, que endurecem muitas partidas. Porém, alguns jogos contaram com uma exibição abaixo do atual campeão nacional, que ainda está encontrando o melhor basquete na temporada, como preconizado por Gustavinho antes do NBB começar. Ainda assim, o Fla foi quem manteve mais a regularidade no primeiro turno.
Até mesmo um elencos mais recheados de bons jogadores encontrou espaço pra se reforçar. Na necessidade de um armador pra dividir o jogo com Franco Balbi, o Flamengo foi atrás do uruguaio Gustavo “Panchi” Barrera, de 34 anos, que estava no basquete mexicano. Da Venezuela, o pivô dominicano Eloy Vargas chegou no decorrer do primeiro turno para uma posição que ainda não assimilou a saída de Anderson Varejão. Por outro lado, sofrendo com o excesso de jogadores no garrafão, o ala-pivô Leron Black se sentiu preterido na rotação e decidiu deixar a Gávea. Prontamente, acertou sua ida ao Minas.
Mudanças no time: saída de Leron Black e chegadas de Eloy Vargas e Panchi Barrera
Sesi Franca
Atual vice-campeão do NBB e da Super 8, Franca teve um início convincente no NBB, mas perdeu quatro das últimas sete partidas e viu Flamengo e São Paulo tomarem as duas primeiras posições do campeonato. O desafio, portanto, será retomar a regularidade em 2020, que além do NBB e Super 8, provavelmente terá um difícil confontro contra San Lorenzo pela Champions League.
Sem Hettsheimeir durante parte do início da temporada, a diretoria viu a oportunidade de reforçar o garrafão com Guilherme Hubner, dispensado do Paulistano. Agora, com o elenco completo a partir dos retornos dos lesionados Hett e Parodi, Helinho terá o desafio de retomar o bom basquete o mais rápido possível.
Mudanças no time: Chegada de Guilherme Hubner.
Minas Tênis Clube
A montagem do elenco mineiro para a temporada chamou atenção. Afinal, Leandrinho, Alex Garcia, Davi Rossetto, Gui Deodato, Tyrone Curnell, nomes importantes no basquete nacional se juntaram nesta equipe, que ainda mostrou a qualidade de Devon Scott. Só que alguns tropeços no decorrer do primeiro turno dificultaram a aproximação aos líderes, embora isso possa acontecer ainda neste ano, pois a equipe possui três jogos pela frente.
Justamente pensando no returno, o Minas viu dois nomes no mercado para se reforçar. Indicado por Leandrinho, o ala-armador Brent Jackson Jr. chega para uma função na qual Farad Cobb, liberado para acertar com Bauru (e já fora da equipe paulista), nunca mostrou condições de realizá-la. Já Leron Black, pouco utilizado no Flamengo, reforça o garrafão, local onde falta profundidade além de Scott e Tyrone – tendo o segundo uma temporada abaixo do seu rendimento habitual.
Mudanças no time: saída de Farad Cobb e chegadas de Brent Jackson Jr. e Leron Black
Mogi das Cruzes/Helbor
Em mais uma temporada a equipe comandada por Guerrinha sofre com um elenco curto. O nível das atuações, porém, é o mesmo, se não melhor. O início de temporada com o duo Alexey/Fúlvio combinando com a polivalência de André Goes, o bom aproveitamento de Danilo Fuzaro, além da qualidade de Gruber e Paranhos sob a cesta, foi convincente e criou a gordura que mantém a equipe no G4 até hoje.
Contudo, as lesões dos armadores forçaram a equipe a buscar algum nome no mercado para fazer companhia ao jovem Lucas Lacerda. Assim, Guga Cecato, que fez um bom trabalho no Botafogo recentemente, mas que deixou São José nesta temporada, desembarcou em Mogi. Além dele, Fabricio Russo foi liberado para voltar às quadras após um julgamento por doping e é praticamente um reforço, uma vez que não atuou no último ano esperando a decisão do STJD. Com o elenco completo a equipe pode mais uma vez brigar pelo título do NBB e da Champions League.
Mudanças no time: chegada de Guga Cecato
Pato Basquete
Em meio a um NBB bastante disputado, apenas uma equipe tem destoado: o Pato, que passou o primeiro turno sem vencer. Sentindo o súbito crescimento de patamar, da parte de baixo da classificação da Liga Ouro para o NBB, o jovem projeto paranaense ainda tem conseguido atrair público aos seus jogos, deixando o desempenho em segundo plano, prevalencendo a busca pela consolidação da torcida em território conquistado pelo futsal.
Mesmo assim, o Pato tem buscado, ainda que de acordo com suas limitações financeiras, garantir um returno mais positivo dentro de quadra. As tentativas estão configuradas nos gringos. Após render pouco em oito partidas do NBB, Anthony Smith deixou a equipe para a chegada de Dominic Phillips, atleta mais voltado à armação, no auxílio a Gegê, que já havia passado pelo Pato na Liga Ouro. Já Isaac Thornton, ex-Campo Mourão, Macaé e que também estava em Pato Branco na temporada passada, reforça a ala para o segundo turno.
Mudanças no time: saída de Anthony Smith e chegada de Dominic Philips e Isaac Thornton
Paulistano
O segundo ano de Régis Marrelli nesta passagem pelo Paulistano é melhor fora de casa do que dentro do Antônio Prado Jr. Diante de sua torcida o aproveitamento é de 50%, tirando a chance do time de brigar pelo G4 neste primeiro turno. A equipe dispensou Guilherme Hubner, mas manteve um garrafão consistente com Maique, Victão e Dikembe, que estão com atuações acima do esperado na temporada.
Para somar ao elenco, o jamaicano Kevin Foster chegou ao time dos Jardins. O protagonismo, porém, segue com o trio Solano, Yago e Coleman, bem apoiados por Ruivo e Eddy. O entrosamento ainda está melhorando partida a partida, principalmente pelo fato de Yago não ter participado da pré-temporada e de boa partida do Paulista junto dos companheiros por conta de sua convocação para o Mundial. O elenco, contudo, foi fechado com a chegada do ala estrangeiro.
Mudanças no time: chegada de Kevin Foster e saída de Guilherme Hubner
Pinheiros
Depois da longa série de invencibilidade que teve no NBB passado, o Pinheiros passou por um primeiro turno sem muito protagonismo. Apesar de algumas vitórias importantes – como contra Unifacisa e Corinthians, decididas nos momentos finais –, faltou maior regularidade ao clube do Jardim Europa para se consolidar no G4.
Por outro lado, o time comandado por César Guidetti tem apresentado evolução, principalmente com relação ao trabalho coletivo, marca da equipe na temporada passada. Ainda que tivesse espaço para reforços de meio de NBB, a limitação do investimento deixa o Pinheiros fora do mercado. Mas o elenco, com o que tem, pode ser melhor trabalhado. Afinal, sem espaço, jogadores da base, campeões da LDB, vão receber oportunidade no time B, que disputará o Brasileiro CBB.
Mudanças no time: não há informações oficiais.
Renata/Rio Claro
A torcida rioclarense é uma das mais fanáticas do Brasil. Nesta temporada, contudo, ela precisou se acostumar a intensas mudanças no elenco de seu time. Entre o Paulista e o NBB, cinco atletas deixaram o clube (entre eles Marcio Dornelles e Tatum) para as chegadas de Thiaguinho, Lelê, Baxley e Sahdi. Um tempo depois, Lucious, sem o rendimento esperado, foi dispensado. Em seu lugar chegou o argentino Figueroa, que fez boas temporadas por Pinheiros e Franca na primeira metade da década.
O início instável, porém, está dando lugar a atuações surpreendentes contra equipes teoricamente mais fortes. Nas últimas duas rodadas, por exemplo, duas vitórias contra Sesi Franca e São Paulo, dando ânimo para a torcida. O desempenho no Felipe Karam, contudo, ainda é muito baixo, com apenas uma vitória e cinco derrotas. A melhora de rendimento diante da torcida é um dos principais caminhos para a equipe brigar pelo G8 no segundo turno.
Mudanças no time: saída de Lucious e chegada de Figueroa
São José Basketball
A aposta em uma característica de jogo mais próxima do basquete argentino dá uma base interessante à Águia do Vale, que também conta com boas partidas de Rafael Oliveira e certa regularidade de Figueredo e Lupa. Contudo, pelo bom nível de disputa no NBB, a equipe joseense tem encontrado dificuldades pra sair da parte de baixo da classificação.
Visando uma recuperação, São José abriu espaço em seu elenco. Guga Ceccato e Abner chegaram após o Paulista, mas não tiveram desempenho satisfatório e já deixaram a equipe, abrindo espaço para os jovens Eugeniusz e Sérgio, que têm se destacado na temporada. Carlos Buemo até era bem visto pela torcida, mas não rendeu o que uma vaga internacional exige. Em seu lugar, veio o primeiro não argentino da temporada: o dominicano Morillo, de 27 anos, que estava no Correcaminos, do México.
Mudanças no time: saída de Buemo, Guga Cecato e Abner e chegada de Nehemias Morillo
São Paulo
A equipe do Morumbi era uma das maiores incógnitas antes do início da temporada. O elenco recheado de estrelas e destaques de NBBs passados, mas aparentemente sem um bom encaixe, era cercado de dúvidas. A temporada começou e, como todo início de trabalho, alguns momentos de instabilidade ocorreram, mas já nos playoffs do Campeonato Paulista a equipe pegou no tranco.
Mas foi no NBB que o Tricolor deslanchou no embalo de Léo Meindl, e principalmente, Georginho. O armador já anotou cinco triplos-duplos, recorde histório da competição, liderando a equipe que está em segundo lugar na tabela. Além dos dois, Shamell fez bons jogos nas últimas rodadas e Renan Lenz está em sua melhor temporada no NBB. Jefferson, Kurtz e Murilo muitas vezes auxiliam nas vitórias são-paulinas, além de Jones e Cassiano. A única dúvida que resta é como será o encaixe de Holloway, que deve voltar às quadras no início de 2020. Não há previsão de reforços no meio da temporada para o plantel de Cláudio Mortari.
Mudanças no time: não há informações oficiais
Unifacisa
Outras equipes podem ter mais vitórias, estarem em melhores condições na classificação, mas quem mais arrochou no primeiro turno foi o time de Campina Grande. Sua estreia na elite do basquete nacional, em meio a uma temporada bastante disputada, tem sido positiva, com duelos marcantes dentro de casa e grandes vitórias como visitante.
Contudo, a Unifacisa ainda não conseguiu uma estabilidade suficiente para permanecer no primeiro pelotão. Para buscar maior força no returno, o Jacaré fez uma troca de gringos: saiu o ala-armador Delano Spencer, para a chegada do ala-pivô móvel Dikembe Dixson, com passagem pela G-League e Summer League da NBA. Tudo por um melhor posicionamento da equipe para os Playoffs e para o bom ritmo campinense seguir no restante da temporada.
Mudanças no time: saída de Spencer e chegada de Dikembe Dixson
Siga a LE no Twitter!
- VIA
- Lucas Guanaes
- TAGS
- Fabio Toledo
- LE
- Lucas Guanaes
- Mercadão NBB
- NBB
Deixe seu comentário