MELHORES DO NBB
Premiação dos melhores do NBB ocorre na próxima terça. Confira nossa análise
O título do NBB Caixa temporada 2016-17 será decidido neste sábado, em Araraquara, no duelo entre Gocil/Bauru Basket e Paulistano/Corpore. Coletivamente, apenas uma equipe terminará a competição com troféu. No entanto, os prêmios individuais darão àqueles que mostraram seu bom jogo durante o ano um objeto que simbolize isto.
Na próxima terça-feira, 20, a liga promoverá a Festa dos Melhores do Ano, na qual premiará os melhores atletas de cada posição, o melhor treinador, o melhor jogador vindo do banco, melhor gringo, jogador que mais evoluiu e, claro, o MVP da temporada.
Abaixo, você confere uma análise da temporada dos candidatos, além da nossa escolha para cada categoria.
Armadores
O trio possui diferenças em termos de importância na temporada de suas respectivas equipes. No caso de Anthony, ele foi a personificação do Macaé. Dos 75 pontos de média do time fluminense, o gringo participou diretamente de cerca de 43% dos tentos, seja com assistência ou finalizando as jogadas. Portanto, Kendall foi não só a mente como o corpo do Macaé, responsável por sua classificação para os playoffs.
Já Dawkins participou diretamente de 34% da pontuação do Universo/Vitória, mas sua capacidade criativa foi muito importante. Na prática, ele foi o único armador de sua equipe, que chegou a liderar o NBB na fase regular e alcançou a semifinal nos playoffs. Dawkins foi o cérebro e deu ritmo ao Rubro-negro baiano, aquilo que se espera de um armador de qualidade, além de ser um decisivo pontuador – é o 3º maior cestinha desta edição.
Por fim, Magic Fúlvio foi fundamental no melhor momento do UniCEUB/BRB/Brasília na temporada, quando a equipe liderou o NBB. Seu jogo também promoveu o crescimento de Lucas Mariano, hoje candidato a melhor em sua posição. Disparado líder em assistências na temporada, participou diretamente de cerca de 30% da pontuação do Lobo Guará.
Escolha da LE – Fúlvio
Apesar de estar em boas mãos o troféu para qualquer dos candidatos, optamos por aquele que fez o papel clássico de armador da melhor maneira. Fúlvio não só foi um dos destaques individuais do Brasília, como também contribuiu para o melhor jogo de outros companheiros, como Guilherme Giovannoni e Lucas Mariano. Seu desempenho fez o torcedor de São José sentir saudades da dupla que fez com Murilo Becker.
Alas
A premiação será para os dois melhores. Mas é bem difícil dar apenas dois troféus para tantos destaques. Betinho foi primordial para levar o novato Campo Mourão aos playoffs, principalmente com seu desempenho anterior ao Jogo das Estrelas. Já Alex Garcia se destaca por aquilo que os gringos chamam de jogador all-around. Basta olhar nos números do Bauru: o Brabo é o segundo maior pontuador, segundo maior reboteiro, maior garçom e maior ladrão de bolas da equipe.
Holloway também teve esse acumulo de funções no Pinheiros. Cestinha disparado desta edição do NBB com 831 pontos (o único a passar pelos 800 tentos até então), foi fundamental na maior surpresa da competição – a eliminação do Flamengo. Lucas Dias, por sua vez, mostrou seu grande potencial sendo o cestinha do finalista Paulistano, de grande pontaria nos chutes de fora e boa presença em curta e média distância da tabela.
Os outros dois candidatos viram suas equipes serem eliminadas antes do esperado. Até por isso podem ser deixado de lado na votação. Porém, Marquinhos e Shamell, individualmente, foram muito bem. Ao lado de Kendall Anthony, Showmell foi o único a ficar com média de pontos acima dos 20. Assim como um dos maiores gatilhos da história do NBB, Marquinhos não alcançou a final – pela primeira vez em cinco anos -, nem teve atuação do mesmo nível de temporadas anteriores. Mesmo assim, foi bastante eficiente para o Flamengo.
Escolhas da LE – Alex e Holloway
Ficamos com dois caras que foram mais importantes para duas equipes de grande história nesta edição. O espírito, raça e vontade do experiente camisa 10 bauruense motivou o time sempre que possível. Existe um Bauru com Alex e outro sem, bem diferente. O mesmo se pode dizer do Pinheiros com Holloway. Tanto que, quando ele foi anulado na série contra o próprio Bauru – muitas vezes justamente por Alex -, o Pinheiros não conseguiu se encontrar.
Pivôs
As posições 4 e 5 se tornaram importantes de uma maneira diferente do que é comum. A redefinição das funções dos pivôs exigem daquele cara grandão não mais apenas brigar no garrafão e fazer bloqueios, mas também se movimentar e ter boa mão em arremessos longos. Dos candidatos, apenas JP Batista se credenciou exclusivamente pelo que fez embaixo da cesta. É bem verdade que Lucas Mariano também está nesta lista pelo seu grande jogo em curta e média distância, pois não foi lá grande destaque na linha dos 3. Foi assim que ele terminou como cestinha do Brasília e segundo na temporada com mais duplos-duplos – ao lado de seu companheiro de equipe, Guilherme Giovannoni.
Mas se é pra falar de duplo-duplo, ninguém bate Olivinha. Com 15 DDs, 7 a mais de Lucão e Gui, o camisa 16 rubro-negro era facilmente candidato ao prêmio de MVP no final da fase de classificação. Tyrone não chegava a tanto, mas era muito importante para Mogi das Cruzes de Guerrinha, menos apenas que Shamell. Acontece que os playoffs de Fla e Mogi foram completamente esquecíveis.
Com Renan Lenz não foi completamente o oposto, pois ele já chamava a atenção com um jogo sólido na temporada regular. Contudo, o bom jogo do Pinheiros nos playoffs o garantiu de vez nesta lista. Para comprovar essa já não tão nova tendência do pivô que se movimenta, Renan chamou atenção pela sua pontaria a média e longa distância. Acontece que, perto de Jefferson, ele ainda precisa melhorar seu tiro. Nesse quesito, ninguém foi melhor que Jé, fundamental para o Bauru superar suas limitações e dificuldades durante o NBB.
Escolhas da LE – Jefferson e Lucas Mariano
Por mais que seja conhecido pela excelente pontaria, Jefferson também soube cumprir as funções primárias dos pivôs, sendo o principal reboteiro do Bauru. Já Lucão vence a disputa com Olivinha por ter jogado na 5 (se já tem Jefferson na 4) e pelo seu nível mais alto na temporada ter sido melhor que o mais alto do flamenguista.
Técnicos
Para muita gente, colocar apenas três candidatos a “professor da temporada” tirou o brilho de outro treinadores que também mereciam ser lembrados. É o caso de Demétrius Ferracciú, responsável por adaptar o Bauru após a saída de seu principal atleta até então (Hettsheimeir) e ter sucesso com isso, além de organizar a melhor defesa da competição e conseguir grandes recuperações nas séries dos playoffs. Também é a situação de Helinho, comandante do Franca, considerada uma equipe razoável, que surpreendeu ao alcançar a 4ª posição na fase classificatória.
Mas também seria difícil tirar os três escolhidos. Afinal, César Guidetti montou uma engrenagem que favorecia o jogo de Holloway e Bennett no Pinheiros, conseguindo o feito de eliminar o Flamengo e por muito pouco não alcançar a final. Gustavo De Conti vem quase sempre lembrado pelo menos no top 5 do NBB. Dessa vez, o feito de levar o elenco mais jovem às finais foi responsável por credenciá-lo. Por fim, Régis Marrelli, com um time de atletas subvalorizados, chegou a liderar o NBB e alcançou as semifinais nos playoffs.
Escolha da LE – Gustavo De Conti
Todo ano o Paulistano perde um elemento importante de sua equipe, e todo ano Gustavinho tem que readequar o projeto. Mas, em todo ano também temos o clube do Jardim América aprontando. Dessa vez, foi bem além dos prognósticos. Apesar de um elenco promissor, poucos esperavam a chegada nas finais. Muito disso é mérito do trabalho de De Conti, que reconhece o talento de seus comandados e sabe até onde cada um pode ir.
Melhor sexto homem
A figura central nesta categoria deveria ser daquele atleta importante que vem do banco e contribui à sua maneira, mesmo geralmente com uma minutagem em quadra menor que a dos titulares. Algo que Jefferson Campos, do Brasília, Edu Mariano, do Vitória, e Gaúcho, do Vasco, fizeram. Nesse aspecto, aquele que mais encaixa nos pré-requisitos seria Gui Deodato, importante na composição defensiva do Bauru e nos arremessos de longe, embora ainda falta desenvolver seu potencial de infiltração no garrafão.
Mas talvez Gui não tenha feito uma temporada tão boa quanto seus concorrentes. Mesmo que Alexey e Pecos saiam dessas características de sexto homem, por serem titulares de suas equipes em muitas ocasiões. Pecos divide com Georginho a armação do finalista Paulistano. Apesar de apenas 23 anos, também exerce liderança no elenco. Ainda mais jovem, Alexey (21) ganhou espaço e foi fundamental no quarto lugar do Franca na fase classificatória. Terminou o NBB com média de quadra maior que a do armador titular, Henrique Coelho.
Escolha da LE – Arthur Pecos
Melhor sexto homem não define a participação de Pecos na temporada. Contudo, entre os três candidatos, foi quem mais se destacou. Está entre os 20 maiores pontuadores desta edição, é o maior garçom (ao lado de Fúlvio) e líder em eficiência no Paulistano.
Melhor estrangeiro
O desenvolvimento do basquete nacional vem diminuindo a presença de gringos como líderes técnicos nos elencos. Para se ter ideia, entre os finalistas do NBB, apenas Daniel Hure e Stefano não são de terras tupiniquins ou ianques. Mas nem um nem outro são os maiores destaque de suas respectivas equipes. Contudo, alguns atletas vindos de fora ainda possuem espaço no país, demonstrando que a participação deles só tem a engrandecer a competição.
Anthony fez seu primeiro NBB nesta temporada. Logo de cara, o armador formado na Universidade de Richmond chamou atenção pelo alto nível de seu jogo. Ele carregou o Macaé nas costas e agora chama a atenção de outras equipes para o próximo ano. Por outro lado, Holloway é mais conhecido dos basqueteiros brasileiros. Desde 2012 por aqui, após não ser draftado na NBA, descobriu no país um mercado que o admiraria. Nesta edição do nacional, fez sua melhor temporada, em um Pinheiros que jogou em função dele.
Já Shamell Jermaine Stallworth é o mais conhecido de todos. Estrela por onde passou, desde Limeira, Pinheiros e, nos últimos três anos, Mogi. Showmell teve seu melhor desempenho individual em números pelo time do Alto Tietê nesta temporada. Porém, a sensação de poder ter chegado mais longe na competição apagou o ápice de sua performance.
Escolha da LE – Holloway
Guys, se levássemos em conta somente a fase de classificação, seria uma disputa intensa entre o trio. Acontece que Holloway despontou nos playoffs. Ele alcançou seu apogeu no mata-mata e, com isso, desempatou qualquer dúvida que se tinha sobre quem poderia levar esse prêmio.
Melhor jovem
Esse NBB repleto de sangue novo nos premiou com grandes momentos dos jovens, filhos da Liga de Desenvolvimento. Georginho, 20 anos, teve sua primeira temporada completa na titularidade, mesmo que em seu ano de estreia no Paulistano. Apesar de chegar em uma nova equipe, ele mostrou todo o potencial no finalista do NBB.
Assim como Yago, três anos mais jovem, que apareceu mais na reta final. Atuando inclusive como se fosse um experiente sexto homem nos playoffs. Com 1,75, o garoto de Tupã cresceu pra cima dos gigantes. O terceiro candidato, Alexey, tem 21 anos e também fez sua primeira temporada completa pelo Franca após jogar a Liga Ouro pelo Campo Mourão. Sua qualidade conquistou o exigente torcedor da capital do basquete.
Escolha da LE – Georginho
Apesar da boa temporada de Alexey e do excelente playoffs de Yago, George de Paula mostrou seu algo a mais. Agil, de excelente envergadura, bom arremesso de fora e infiltração, tendo tudo para brilhar em grandes palcos. Vale lembrar que o garoto de Diadema está no radar da NBA, podendo ser recrutado no Draft 2017, a ser realizado no próximo dia 22.
Evolução
Essa categoria é voltada para aqueles que fizeram desta temporada um momento de ascensão para o alto nível do basquete nacional. E não tem idade para isso. Renato Scholz, por exemplo, subiu um patamar aos 28 anos. Um dos subvalorizados atletas do Vitória, teve números relativamente parecidos com seu último ano, pelo Liga Sorocabana, porém os mantendo por 10 partidas a mais. Além disso, teve papel importante no Rubro-negro baiano.
Georginho atuou 31 vezes no NBB 8, ficando em média oito minutos em quadra por jogo. Bem pouco para quem, em 2016-17, ficou 27 minutos em média em mais de 40 partidas. Obviamente, sua pontuação quintuplicou e todos os quesitos tiveram um considerável aumento. Já o caso de Lucas Mariano é diferente. Seu desempenho no Mogi em 2015-16 foi bem abaixo do crescimento natural de seu jogo nos tempos de Franca. Mas em Brasília o jogo do pivô fluiu como nunca.
Escolha da LE – Lucas Mariano
O prêmio não poderia estar em melhores mãos. O torcedor mogiano, mesmo os francanos, podem até ficar bravos e se perguntar do porquê do Lucão não ter rendido tanto por lá, mas fato é que, com o auxílio do experiente Fúlvio na armação e ao lado de Giovannoni no garrafão, o pivô de 23 anos se redescobriu.
Melhor defensor
Esta é a única categoria onde apenas um atleta foi premiado na história do NBB. E Alex Garcia está entre os indicados buscando levar seu 9º prêmio de melhor defensor. Acho que nem precisa ser dito que o Brabo é o maior defensor da história do basquete nacional, mas que isso fique claro. Agora, será seus dois concorrentes serão capazes de superá-lo?
Tanto Bennett como Jimmy possuem estilos defensivos parecidos. Destaque para a marcação no perímetro, embora a proteção de garrafão contra infiltrações também seja boa. Combinação que garante um bom número de roubadas de bola (41 de Jimmy e 64 de Bennett na temporada). Mas será o suficiente para desbancar o camisa 10 bauruense?
Escolha da LE – Alex
A resposta: não. O prêmio de melhor defensor não merece se tornar prêmio Alex Garcia por acaso. Para competir com o Brabo, não basta fazer bem seu trabalho no perímetro, caso for ala ou armador, ou no garrafão, caso seja pivô. Precisa mandar bem no perímetro E no garrafão. Afinal, Alex é um dos poucos capazes de marcar atletas das cinco posições. É possível ver o quão “sinistro” o ala-armador é em seus números: 59 roubadas de bola, menos que Bennett. Em compensação, são 15 tocos, estando ele entre os quatro atletas do top 20 em tocos com menos de 2 metros (juntamente com Cauê, Holloway e Gui Deodato).
MVP
Chegamos ao grande momento, o prêmio do melhor jogador da temporada. A grosso modo, temos a raça e intensidade defensiva e ofensiva de Alex Garcia, a movimentação ofensiva e gatilho extremamente certeiro de Jefferson, além do não menos certeiro nos arremessos e grande nome do Pinheiros, Holloway. A dupla de destaque do Bauru superou o gringo nos playoffs, mas será que no prêmio individual um deles consegue deixá-lo para trás?
Alex foi mais que um ala. Fez as vezes de armador em várias ocasiões e foi importante como sempre na manutenção da melhor defesa do Brasil. Jefferson contribuiu mais na defesa e foi além no ataque, ainda mais após a necessidade de o Bauru se reinventar devido a saída de Hettsheimeir, até então grande destaque na pontuação da equipe. Já Holloway foi o referencial ofensivo do Pinheiros em pelo menos 90% das partidas na temporada.
Escolha da LE – Jefferson
Não fosse o desempenho de Jé nos arremessos, ainda mais decisivos e certeiros nos jogos chaves, dificilmente Bauru chegaria onde chegou. Para se ter ideia, foram 13 das 16 partidas com mais de 15 pontos do ala-pivô – 29 dos 43 jogos no geral. Destaque para seu arremesso da linha dos 3, onde é o dono no maior número de tiros certeiros. No fadeway ele também não tem contestação.
Já na defesa, se adaptou bem para suprir a falta de Hettsheimeir, tornando-se o principal reboteiro da equipe. Por fim, no aspecto que mais lhe dava dificuldades, a marcação, tornou-se até mesmo elemento principal na tentativa de anular os ágeis Georginho e Yago nas finais. O prêmio ficaria em boas mãos no homem da faixinha.
- VIA
- Equipe LE
- TAGS
- Basquete
- LE
- NBB
Leave a comment