BAURU E JAÚ SEGUEM JUNTOS
Gabriel Jaú confirma permanência no Bauru Basket para importante temporada de sua carreira
Por Fabio Toledo
Era dia 10 de junho de 2017, um sábado marcado pelo quarto jogo das finais do NBB entre Bauru Basket e Paulistano. Estávamos a caminho do Ginásio Wlamir Marques, na capital paulista, parados em um posto de beira de estrada. Chegavam ali também um grupo de torcedores do Palmeiras, que iriam acompanhar um jogo do clube no Allianz Parque naquele dia. Mas o que chamou a atenção foi que algumas dessas pessoas se aproximaram da gente e, vendo uma camisa do Bauru Basket, disseram que estavam na torcida pelo time, mesmo sem acompanhar tanto. Afinal, eram de Jaú, e havia um representante da cidade defendendo o Dragão.
Em termos esportivos, Bauru e Jaú possuem certa rivalidade, advinda principalmente de algumas décadas atrás, quando Noroeste e XV de Jaú disputavam a hegemonia do Centro-Oeste Paulista. No entanto, desde a temporada na qual o Bauru Basket conquistou o título da Liga Nacional, a relação mudou. Como nunca antes, é possível ouvir na Panela de Pressão, em alguns momentos, o nome da cidade vizinha. Tudo isso graças a Gabriel Crepaldi Volpato Galvanini, o Gabriel Jaú, que chegou a ser cogitado em outras localidades, mas manteve o DDD 014.
O nome dele é Gabriel Jaú, um dos meninos da base de Bauru que virou realidade! 💚 E ele vai continuar lutando pelo Dragão por mais uma temporada! #FogoNeles, @GabrielJau25 💪💥🐲 #Dunkflix #MaisQueBasquete pic.twitter.com/ApVhTjSdPf
— Bauru Basket (@BauruBasket) August 17, 2020
A trajetória de Gabriel Jaú dentro do basquete bauruense vem desde os tempos jogando pela Luso. Teve ótima passagem na categoria de base do Palmeiras, até retornar a Bauru e fazer parte do elenco a partir da temporada 2015/16, quando ainda tinha 17 anos. Começou a ganhar destaque na época seguinte, quando teve mais tempo de quadra, chegando a jogar a decisão do NBB e se sagrar campeão nacional. Notava-se ali um jovem de grande potencial, que manteve o crescimento na temporada seguinte, como importante elemento da rotação. Nessa sequência, 2018/19 seria o momento de salto na carreira, mas uma lesão no joelho o tirou das quadras. Seis meses depois, quando já avistava o retorno, o mesmo joelho acabou lesionado.
Ao todo, foram 15 meses sem jogar, até Jaú entrar em quadra diante do Corinthians, na primeira rodada do NBB. Assim, a temporada 2019/20 seria marcada pela retomada de ritmo e confiança no jogo, além de altos e baixos. O final brusco devido à pandemia do novo coronavírus interrompeu seu crescimento, mas ainda apresentou médias semelhantes às de 15 meses antes de sua volta. A seguir, apresentamos uma comparação do desempenho de Gabriel Jaú com outros três alas-pivôs de minutagem próxima à dele.
Nesse processo de retomada de crescimento, por pouco Jaú não teve sequência fora do Bauru Basket. Afinal, foi um dos nomes de forte cogitação na Unifacisa, mas acabou sendo um dos poucos a ter seu nome relacionado e não reforçar o Jacaré de Campina Grande. Após algum tempo de conversas, não trocou de escamas e se manteve como Dragão. Uma manutenção de grande importância para o técnico Léo Figueiró. “É um jogador jovem, atlético, com muita energia, versátil e que vai ser um diferencial para alcançar as metas dessa temporada”, comentou o novo treinador.
Versatilidade será algo que Gabriel Jaú poderá mostrar como nunca antes no Bauru. Comentava-se, lá em 2018, da vontade dele ter mais tempo de quadra na posição de ala. As lesões impediram essa experiência, mas tudo indica que será possível nesta temporada. Quem acompanha Jaú nas redes sociais tem visto o trabalho físico do atleta, ganhando fortalecimento muscular, perdendo gordura e buscando maior mobilidade em quadra. Com 2,02 m e essa possibilidade de variar entre as posições 3 e 4, teria um importante papel no esquema de Figueiró, que utilizava, no Botafogo, Arthur Bernardi com esse papel.
Com a forte possibilidade de mais um ala-pivô de qualidade reforçar a equipe (os nomes do momento são Tyrone Curnell e Daviyon Draper), abre-se também a chance de ter bastante variação tática envolvendo um time mais alto, ou um garrafão mais móvel e até mesmo um quinteto aberto, fortalecendo os arremessos de três pontos. Agora, até mais do que a prancheta de Figueiró pode apresentar, a manutenção de Jaú reforça o espírito da equipe bauruense. Com ele, Alex, Larry, Gui Deodato, Alexey, Dikembe, pode-se esperar muita entrega em quadra e disposição para Bauru jogar no seu melhor.
- VIA
- Fabio Toledo
- TAGS
- Basquete
- Bauru Basket
- Bauru e Interior
- Fabio Toledo
- LE
Deixe seu comentário