FOCO NO NBB
Paulistano domina o Zopone/Gocil Bauru Basket e avança à final do Paulista
Por Lucas Guanaes
Sete partidas depois, está terminada a jornada do Zopone/Gocil Bauru Basket no Campeonato Paulista 2020. O Dragão foi derrotado pelo Paulistano por 74 x 90 e não avançará à final da competição, que será disputada entre o Tigre e o grande rival bauruense, Sesi Franca, que mais cedo superou o São Paulo por 92 x 100.
Não que fará grande diferença na temporada. A organização do torneio foi atribulada e a importância dada ao mesmo pela diretoria e comissão pode ser medida pelo Final Four, que deveria ser disputado em Bauru, onde estava a equipe de melhor campanha, ser disputado em São Paulo, com anuência dos comandantes bauruenses.
Mas o que chamou a atenção e merece preocupação do torcedor bauruense foi a apatia da equipe em diversos momentos do jogo. O Paulistano foi muito mais intenso, com uma defesa implacável e uma grande noite de Victão e Cauê Borges, é verdade. Mas a atitude bauruense, tão agressiva e elogiada nas fases anteriores da competição, não foi a mesma da semifinal.
Curiosamente, as grandes séries de playoffs entre Bauru e Paulistano em anos recentes tiveram como tônica o Dragão desacelerando a partida, apostando no 5 x 5, enquanto o Tigre aproveitava as características de seus atletas para ficar o máximo possível no jogo de transição. Em 2020, a situação foi a contrária.
Os donos da casa, que na verdade eram os visitantes em termos de mando de jogo, tiveram um início iluminado de Victão, que anotou todos os primeiros pontos da equipe na partida. Na defesa, cortavam frequentemente as linhas de passe bauruenses, que ficavam sem ação – e sem movimentação -, todos dentro do encaixe orquestrado por Régis Marrelli. Tanto que apenas no primeiro período Bauru deixou a posse estourar em três oportunidades.
Já no segundo quarto, Figueiró colocou um quinteto extremo em quadra, com o máximo de mobilidade que a equipe pode executar, ao menos no papel: Alexey, Larry, Alex, Deodato e Jaú. A estratégia funcionou e Bauru encaixou melhor a defesa, conseguindo inclusive alguns roubos de bola que resultaram em cestas fáceis. Mas durante todo o segundo tempo Paulistano tomou conta da partida e Bauru não encontrou resposta. Conforme o tempo passou e o placar não se alterou em vantagem ao Dragão, os comandados de Figueiró não imprimiram a mesma intensidade no jogo.
No final das contas, a vaga na final ficou com quem jogou melhor, demonstrou mais intensidade e controlou a partida. Régis Marrelli e companhia, mesmo sem Du Sommer, lesionado, deram uma demonstração de força às demais equipes do NBB, que começa já na próxima semana.
O próximo compromisso do Dragão será dia 13 (sexta-feira), às 20h, em Mogi das Cruzes, contra a Jaguatirica, na estreia do NBB. Já o Paulistano continua em São Paulo, onde encara o Sesi Franca, às 19h30, pela final do Paulistão.
O jogo
Alexey Borges, Alex, Gui Deodato, Jaú e Tyrone começaram a partida pelo Bauru, enquanto Deryk, Cauê Borges, Jimmy, Lucas Doria e Victão foi o quinteto do Paulistano. Com uma forte defesa do Paulistano, a equipe da capital conseguiu sair na frente em bom momento de Victão, que anotou os sete primeiros pontos de sua equipe. Léo Figueiró logo pediu tempo para organizar o Dragão.
Contudo, os alvirrubros continuaram pressionando e aproveitando os erros do Bauru no ataque, que não conseguia finalizar com tranquilidade. Quando Victão, dono de 14 pontos na parcial, foi descansar, a pontuação de ambas as equipes desacelerou, mas com uma boa vantagem do Paulistano: 11 x 19.
Bauru conseguiu organizar a defesa no segundo quarto, mas o ataque seguiu com dificuldades. Com dois roubos de bola do Dragão em sequência, porém, a diferença caiu para cinco pontos, obrigando Régis Marrelli a parar a partida. Melhor nas trocas defensivas e protegendo mais o garrafão, o Bauru continuou melhor que o Paulistano na parcial, que pediu mais um tempo.
As equipes passaram a trocar cestas, sempre em empate ou vantagem do Paulistano, até que Gui Deodato, da zona morta, virou a partida. Mas os visitantes seguiram pontuando, principalmente com Anderson, que saiu do banco com impacto. Foi Victão, porém, quem fez o Paulistano retomar a liderança ao fim do primeiro tempo: 35 (24) x (17) 36.
A metade inicial da parcial foi morna, com ambas as equipes errando muitas cestas e poucas movimentações no placar. A partir dos cinco minutos, porém, o Paulistano espaço mais a quadra e encontrou mais tranquilidade nos chutes do perímetro. Mais intenso e ligado, tanto na defesa, como no ataque, os companheiros de Cauê Borges, comandados pelo ala, foram superiores: 48 (13) x (21) 57.
Os últimos dez minutos começaram com o Paulistano novamente efetivo do perímetro. Bauru respondia cortando em direção à cesta, mas nesta toada a diferença no placar aumentava. Quando Cauê Borges se livrou se dois marcadores e conseguiu uma enterrada em meio à defesa baruense, Léo Figueiró pediu tempo.
Mas o Tigre estava com a mão calibrada, principalmente do perímetro, enquanto o Dragão continuava acertando bolas mais fáceis, sob a cesta. Conforme o tempo passava e a diferença não diminuía, Bauru não encontrou reação, tendo um final de jogo apático. Mesmo com outra parada de Léo Figueiró, Cauê e Deryk Ramos continuaram num ritmo muito acima do Dragão, assegurando a vaga para a final: 70 (22) x (27) 84.
O cara do jogo
Autor dos primeiros sete pontos de sua equipe, 14 apenas no primeiro período e cestinha da partida. Victão foi fundamental na semifinal, sem precisar fazer nada mirabolante. Apenas muita entrega, boa colocação na briga pelos rebotes e na hora de encontrar espaços na defesa bauruense, conseguiu várias cestas fáceis, dando a confiança para tentar alguns lances mais arriscados. A fórmula deu certo e, assim como no último NBB, foi grande destaque da vitória do Paulistano sobre o Dragão.
Destaques
Zopone/Gocil Bauru Basket
– Alexey: 15 pontos, 4 rebotes e 5 assistências
– Tyrone: 15 pontos e 6 rebotes
– Alex: 14 pontos, 7 rebotes e 3 assistências
– Gui Deodato: 13 pontos, 7 rebotes, 4 roubos e 2 tocos
Paulistano
– Victão: 27 pontos e 6 rebotes
– Cauê Borges: 17 pontos, 4 rebotes e 3 assistências
– Deryk: 10 pontos, 3 rebotes, 8 assistências e 2 roubos
– Anderson: 9 pontos e 12 rebotes
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