FIM DA LINHA
Sesi Franca supera o Sendi/Bauru na Panela de Pressão e avança para a final
Por Lucas Guanaes | Fotos: Fabio Toledo
Teve emoção, ginásio lotado, reclamação de arbitragem e até confusão de jogadores com a torcida. Afinal, era clássico, entre Sesi Franca e Sendi/Bauru. Apesar de todos esses ingredientes, o Franca liderou praticamente toda a partida e venceu o Bauru por 65 x 78. Agora, a equipe francana enfrentará o Paulistano na final do Campeonato Paulistano. O Dragão, eliminado, irá se preparar para o NBB e a Liga Sul-Americana.
Teve emoção, ginásio lotado, reclamação de arbitragem e até confusão de jogadores com a torcida. Afinal, era clássico, entre Sesi Franca e Sendi/Bauru. Apesar de todos esses ingredientes, o Franca liderou praticamente toda a partida e venceu o Bauru por 65 x 78. Agora, a equipe francana enfrentará o Paulistano na final do Campeonato Paulistano. O Dragão, eliminado, irá se preparar para o NBB e a Liga Sul-Americana.
Mais uma vez, o Bauru começou atrás no placar. O roteiro, que se tornou rotina nas últimas seis partidas, repetiu-se na Panela de Pressão. Precisando buscar a reação, a decisão ficou mais uma vez para os minutos finais. Não fosse a mão calibradíssima de Enzo, a partida estaria finalizada já no terceiro período.
O início do jogo foi de boas sequências de ambos os lados. Contudo, havia uma diferença. O Bauru apostava nos tiros mais rápidos, gerando uma certa irritação da torcida por ainda haver bastante tempo de posse de bola. Já o Franca gastava mais a posse, conseguindo um pouco mais de sucesso nos arremessos, além de se garantir nos rebotes. Em toda a partida, foi superior aos anfitriões no fundamento: 36 x 28.
Coube ao Bauru, então, mudar a postura. Se impôs nas dobras defensivas, não dando espaço aos adversários. No ataque, aproveitou os tiros de três pontos e a mão quente de Enzo Ruiz, dono de 15 pontos apenas no primeiro tempo. Do outro lado, Franca tinha precários 23% de aproveitamento nos arremessos de fora. Cipolini, Lucas Dias e David Jackson, que combinaram para 23 pontos no primeiro período, fizeram apenas 5 no segundo.
Quando Franca, impulsionado pela velocidade de David Jackson, voltou a abrir dois dígitos de frente, Demétrius tentou uma formação com cinco abertos, tendo em Jefferson seu jogador mais alto. Apesar do sucesso ofensivo, na defesa, os mismatches de Cipolini contra os alas bauruenses também surtiram efeito e a diferença não mudou.
Além disso, tal estratégia pendurou alguns jogadores com falta. Sem um atleta com as características de Gabriel Jaú, por exemplo, o Bauru sofreu no terceiro período. Nos instantes finais, o Dragão foi para o tudo ou nada e chegou a se aproximar no placar. Mas André Goes e David Jackson sepultaram qualquer chance bauruense.
Por fim, vale, mais uma vez, salientar o espetáculo prejudicado no final. O trio de arbitragem, novamente, foi confuso, aparecendo mais que os próprios atletas em vários momentos, independente do lado. Basicamente seguiram a linha comum deste Campeonato Paulista. Também, no último pedido de tempo do jogo, o banco francano provocou a torcida que, tensa com o resultado da partida, erroneamente respondeu.
Neste ponto, inclusive, pau que bate em Chico, bate em Francisco. Se nas partidas decisivas do NBB 9, as organizadas fizeram um péssimo “serviço”, dessa vez foi a vez da torcida “comum” passar dos limites e ameaçar os atletas francanos. Por outro lado, é bom que se diga. A provocação, tratando-se de atletas profissionais, especialmente André Goes, também foi absurda.
Se o clima na Panela já era volátil, as coisas ficaram piores. Tanto que, para não acontecer problemas graves, os jogadores francanos deixaram a quadra logo após o fim de jogo e o círculo no meio da quadra. A comemoração pela classificação aconteceu, mas no corredor dos vestiários.
Nesta semana, o Bauru viaja para São Paulo, onde irá encarar o Pinheiros, no próximo sábado, 13, às 18h, na estreia do NBB. Depois, viaja para a Colômbia, onde participa da primeira fase da Liga Sul-Americana entre os dias 16 e 18. Já o Franca, obviamente, se prepara para os confrontos contra o Paulistano na final do Paulista, ainda sem data definida.
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O jogo
A partida começou na correria. Ambas as equipes apostaram numa transição muito rápida, além de aplicar muita raça, não deixando nenhuma bola perdida. O Bauru logo abriu 4 x 0, mas daí pra frente só deu Franca. Numa sequência de 13 pontos, com destaque para as bolas de Cipolini, os visitantes passaram na frente, obrigando Demétrius a parar o jogo.
No retorno ao jogo, foi a vez do Dragão conseguir uma sequência, dessa vez de 11 x 3. Helinho pediu tempo e, mais uma vez, os francanos conseguiram se distanciar no placar, com tiros de Elinho, David Jackson e falta antidesportiva de Enzo. O Bauru seguia sem conseguir um bom aproveitamento ofensivo e viu os rivais abrirem boa vantagem no período: 15 x 25.
O segundo período teve um ritmo bem diferente que o primeiro. Com ambos os times gastando mais a posse da bola, as defesas prevaleceram sobre o ataque. Tanto que com cinco minutos de partida o placar era de apenas 4 x 5 para o Sesi.
A reação bauruense começou com os ataques de três pontos. Seja nos tiros do perímetro, seja nos ataques seguidos de falta, o Dragão conseguiu quatro ofensivas consecutivas com sucesso e empatou a partida em 33 pontos nos últimos minutos. Contudo, nos últimos dois ataques no quarto a equipe francana conseguiu dois bons contra-ataques para continuar vencendo a partida no intervalo: 33 (18) x (12) 37.
O Franca mudou a estratégia no segundo tempo, trocando passes com mais velocidade para escapar das trocas e encontrar arremessos livres. Do outro lado, Enzo e Larry continuaram com a mão calibrada respondiam na medida do possível. Voltou a entrar em cena, então, David Jackson, principal atleta francano na temporada. Com três ataques seguidos de falta, o americano colocou o Franca 12 pontos à frente mais uma vez.
Mais um pedido de tempo do Bauru, e a estratégia mudou. Jogando com cinco abertos, o Dragão espaçou a quadra e conseguiu voltar para o jogo. Mas os mismatches, principalmente de Cipolini contra alas bauruenses, mantiveram os dois dígitos do Franca no placar. Dema voltou a usar pivôs pesados, mas não surtiu grande efeito: 50 (17) x (24) 61.
O quarto derradeiro teve um Bauru acuado, porém mais ligado. Aproveitando a vibração da torcida, foi tirando a diferença aos poucos. Quando ela chegou aos seis pontos, Helinho parou a partida. André Goes e David Jackson rapidamente anotaram tiros do perímetro, obrigando Demétrius a parar o jogo de novo. Durante a pausa, no entanto, uma confusão do banco francano com a torcida interrompeu a partida por vários minutos.
No retorno, apesar dos três pontos de Basílio, o jogo ficou melancólico. Mais ainda quando, restando menos de dois minutos, Lucas Mariano cometeu uma antidesportiva sobre David Jackson, voltando a diferença para onze pontos. O Bauru passou a forçar arremessos e não conseguiu mais pontua. Elinho, em mais dois lances livres, fechou o caixão bauruense na competição: 65 (15) x (17) 78.
Abre aspas
Jefferson – “Não jogamos bem ofensivamente. Eles vieram numa defesa trocando tudo e não tivemos uma noite feliz para aproveitar os momentos e as oportunidades que o jogo estava oferecendo pra nós. Então, vamos estudar o que aconteceu pra ir absorvendo e crescendo durante a temporada”.
Demétrius – “É difícil fazer uma avaliação fria pra essa partida, mas foi um jogo que a gente não conseguiu encaixar o sistema ofensivo. Erramos algumas situações defensivos que treinamos a semana inteira e, no momento em que a gente errava isso, era castigado. Era uma coisa que a gente já sabia, mas não conseguiu colocar da maneira que foi treinado. Ao mesmo tempo, restringimos muito o jogo no cinco contra cinco, não fizemos situações de contra ataque, não exploramos isso, justamente porque não conseguimos dominar o rebote e ter boas situações defensivas. No cinco contra cinco, tentamos explorar os pivôs no poste baixo, mas tivemos algumas dificuldades. Agora temos que corrigir os problemas, levantar a cabeça e partir pra próxima, porque no outro sábado já começa o NBB”.
O cara
David Jackson foi o grande nome da partida pelo lado francano. Se Enzo Ruiz foi o cestinha do jogo, com 26 tentos, o americano não ficou muito atrás, com 23. Fundamental nas grandes sequências francanas, que decidiram a partida, o ala ainda organizou as jogadas, diante da marcação bauruense sobre Elinho. Não distribuiu nenhuma assistência, confirmando seu perfil finalizador. Mortal nos contra-ataques, também teve eficiência no 5 x 5, aproveitando os espaços deixados pelas dobras na marcação bauruense.
Destaques
Sendi/Bauru Basket
– Enzo: 26 pontos, 3 rebotes, 2 assistências e 2 roubos
– Lucas Mariano: 11 pontos, 8 rebotes e 2 assistências
– Gustavo Basílio: 10 pontos, 4 rebotes, 2 assistências e 2 roubos
Sesi Franca Basquete
– David Jackson: 23 pontos e 3 rebotes
– Jimmy: 17 pontos, 6 rebotes e 3 roubos
– Cipolini: 14 pontos, 3 rebotes e 2 assistências
– Elinho: 12 pontos, 5 rebotes e 4 assistências
- VIA
- Lucas Guanaes
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One Comment
Thaís
08. out, 2018Vêm agora seus putos bauruenses tirar sarro dos sapateiros, das viúvas do Hélio Rubens. Perderam na quadra e queriam partir pro pau. Não sabem perder para um adversário que só ficou atrás nos primeiros minutos de jogo. Ganhamos de cabo a rabo. Vamos nos encontrar na Sul -americana e vocês vão levar outra surra.