OSASCO NA VANTAGEM
Vôlei Bauru não é páreo para Vôlei Nestlé e perde a primeira em casa
Por Fabio Toledo
O melhor público da temporada no ginásio Panela de Pressão não era por menos. A semifinal do Campeonato Paulista entre Vôlei Bauru e Vôlei Nestlé Osasco era uma das partidas mais esperadas desse início de caminhada de ambas as equipes visando, em especial, a disputa da Superliga.
E quem esteve no ginásio da Cidade Sem Limites não deve ter se desapontado. Foi uma partida de boa qualidade, apesar do resultado ter sido desfavorável às donas da casa. Por 3 sets a 1 (18 x 25, 25 x 23, 14 x 25 e 23 x 25), Osasco levou a melhor e tem a possibilidade de decidir sua classificação em seus domínios. Já Bauru sofreu a primeira derrota na Panela e precisa se recuperar para buscar o golden set no jogo da volta.
Bauru se apresentou muito bem em boa parte do primeiro set. Errando pouco, a equipe aproveitou bolas perdidas pelas visitantes e jogadas pelas pontas. Porém, a dificuldade em passar pela defesa adversária, além do bom aproveitamento da ponteira Tandara, desestabilizaram o time na reta final. A variação na finalização foi importante para conseguir o empate na segunda parcial. Tendo Palacios com destaque na ponta e Valquíria nas bolas rápidas pelo centro, as bauruenses conseguiram se impor.
Ao contrário do que aconteceu no terceiro set, onde os erros cresceram e a equipe não teve força para virar as bolas, ainda mais com o bom saque adversário, quebrando o passe de Bauru. O quarto período ainda contou com um momento de reação, graças à boa apresentação de Paula Pequeno e Palacios. No entanto, as centrais Bia e Nati Martins se sobressaíram no final.
A partida de volta do confronto entre Vôlei Bauru e Vôlei Nestlé Osasco acontece no próximo sábado, às 9h30 da manhã, no Ginásio José Liberatti, em Osasco. Vencer é a única opção das bauruenses para levar o duelo para o golden set, disputado após a peleja (se necessário).
O jogo
Osasco começou forçando o saque e atacando pelas pontas. Nisso, abriu 3 a 0, mas Bauru se recuperou com boa bola de Valquíria no fundo da quadra, erro das adversárias e ataque de Palacios. A partir dessa igualdade, a troca de pontos foi intensa. Enquanto Palacios e ataques para fora das visitantes chegavam a dar a dianteira para as bauruenses, Tandara – com seis pontos – e Mari Paraíba – com 4 – mantinham Osasco na peleja.
A partir do décimo sétimo ponto, Osasco conseguiu reconstruir a vantagem de três pontos do começo. Com um excelente posicionamento defensivo das osasquenses, principalmente da líbero Tássia, Bauru não conseguiu virar suas bolas, em especial Paula Pequeno, zerada no set. Assim, o baixo índice de erros de boa parte do set subiu com a equipe tentando tirar a bola das adversárias. Foi em ataque para fora de Valquíria que Osasco fechou a parcial em 25 a 18, com 25 minutos disputados.
Com um esfriamento do público, Bauru caiu de rendimento após a derrota do primeiro set. Erros das donas da casa e novamente participação de Tandara deram a oportunidade para Osasco fazer 5 a 1. Porém, a retribuição veio após tempo pedido por Bonatto. Variando com bolas na ponta e rápidas no centro, Bauru voltou pro jogo e empatou em 6 a 6. Nessa toada, a virada também veio. Aproveitando o bom momento de Juma no saque, as bauruenses fizeram 13 a 8 e obrigaram Spencer Lee a pedir tempo.
A vantagem de cinco pontos ainda foi mantida até o décimo quinto tento bauruense. Foi quando Bia passou a ser mais acionada pela levantadora Carol Albuquerque, juntando-se a Tandara entre as destaques. Assim, Osasco se aproximou perigosamente, em 21 a 20. Mesmo assim, na reta final, Bauru segurou vantagem e chegou ao set point. Em duas oportunidades, a bola não caiu. Com 24 a 23, a tensão crescia na Panela, mas a bola de Valquíria – destaque do set, com 6 pontos – garantiu o empate em parciais, 25 a 23.
O terceiro set teve Paula Pequeno começando bem, com duas boas bolas no chão. A disputa seguiu com extremo equilíbrio: as cruzadas de Palacios davam trabalho, mas Lorenne e Nati Martins entraram bem. Errando mais do que nos sets anteriores e desperdiçando algumas oportunidades de definição nos rallis, Bauru viu Osasco construir uma vantagem. Após ace de Lorenne e bola fora de Palacios, o Vôlei Nestlé abriu 15 a 9 e Bonatto parou o jogo.
Acontece que Lorenne passava por grande momento no saque. Foram outros dois aces da oposta, elevando a diferença no placar para oito. A diminuição de erros por parte das visitantes foi primordial para evitar qualquer reação bauruense. Nem a inversão do cinco um e saques forçados evitaram a conquista do set para Osasco. Lorenne seguiu como grande alvo para as conclusões e, em bola rápida com Nati Martins, o Vôlei Nestlé fechou a parcial em 25 a 14.
Depois de mais um começo igual, o quarto set passou a ser controlado pelo Osasco, com Carol Albuquerque encontrando a central Bia. Apesar de bons lances, como um ponto de Dayse, uma defesa de Venegas em pancada de Nati Martins e bloqueio de Valquíria, Bauru encontrava dificuldades em transformar esses momentos em algo mais recorrente. Após pedido de tempo de Bonatto, as anfitriãs reduziram a diferença de cinco para dois pontos: 12 a 10.
A busca pelas adversárias no placar seguia difícil, apesar do melhor momento bauruense. Em grande defesa de Venegas, a chance de encostar de vez caiu nas mãos de Paula, que não desperdiçou. Com Palacios, Bauru enfim empatou. Porém, Nati Martins e o bloqueio, encabeçado por Bia, levaram o Vôlei Nestlê em vantagem para o match point. Foi com Tandara – único ponto da ponteira no set – que Osasco fechou a partida, em 25 a 23.
Abre aspas
“A gente fez um terceiro set bem irregular, onde errou tudo que podia errar – recepção, levantamento, ataque, bloqueio, saque. No segundo set fomos muito bem, exatamente mantendo o que fazíamos no primeiro, quando perdemos ele em duas redes. Perdemos o controle da recepção no primeiro set, aí sofremos no ataque. Então, temos que tirar um pouquinho mais a força do saque pra rodar a bola e ter tranquilidade, isso é importante. Mas fiquei contente com a postura da equipe. Acho que conseguimos ser uma equipe bem organizada em alguns momentos e isso também é muito importante.” – Fernando Bonatto, técnico do Bauru
“Nós sempre sabemos que Osasco vai ser pedreira. Na verdade, a responsabilidade é toda delas, mas não podemos se omitir por isso. Temos que pegar nossa possibilidade e aproveitar a oportunidade que teremos lá. A quantidade de erros comprometeu muito o jogo pra gente. Criamos muitos contra ataques e não conseguimos definir. Às vezes por conta de detalhes, dificuldade técnica ou de escolha. Tudo isso precisamos melhorar. Tenho certeza que lá será diferente se conseguirmos pegar o que fizemos hoje e transformar em algo positivo.” – Paula Pequeno, ponteira do Bauru
“Estou muito feliz. As meninas me ajudaram muito em quadra e sei que tenho muito a evoluir, mas é sempre bom ganhar, ainda mais em uma partida decisiva. Entrei muito nervosa, mas aos poucos o jogo foi saindo e deu tudo certo. Nossa equipe cometeu muitos erros que podemos diminuir para a próxima rodada da semifinal.” – Lorenne, oposta do Vôlei Nestlé
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