Minas atropela Vôlei Bauru em grande partida de Hooker e de falhas do lado bauruense

Estatísticas descrevem bem a vitória mineira sobre a equipe da Sem Limites

Por Rafael De Luca

Na noite da última sexta-feira, 26, Camponesa/Minas e Vôlei Bauru se enfrentaram na Arena Minas pela 15ª rodada da Superliga Feminina 2017/18. E o que se viu em quadra foi, além de um festival de erros por parte da equipe paulista, um show da oposta norte-americana Destinee Hooker.

Em sets rápidos, as mineiras sacramentaram um tranquilo 3 a 0, com parciais de 25/13, 25/20 e 25/21. Mas, para entender o por quê desse domínio inquestionável do Minas, 3º colocado com 37 pontos, sobre o Bauru, 7º com apenas 23, procuramos analisar os número do jogo.

Erros

Quem acompanha a Superliga, sobretudo o Vôlei Bauru, sabe que um dos fatores que mais influenciam no desempenho da equipe em quadra são os erros. Olhando as estatísticas disponibilizadas pelo site oficial da competição, percebemos que as bauruenses erraram 33% de suas ações ofensivas ao longo do duelo. Traduzindo em pontos, as paulistas cederam 18 tentos ao time do técnico italiano Stefano Lavarini (7 no primeiro, 6 no segundo e 5 no último set).

Se compararmos com o Minas, veremos que a equipe de Rosamaria e Hooker errou 10% a menos e teve um aproveitamento de ataque 3% maior do que as bauruenses, que fecharam com 57%.

Hooker x Tiffany

Duas das principais atacantes dessa edição da Superliga destoaram em quadra na noite de ontem. A ponteira do vôlei Bauru se encaixou rapidamente no time comandado por Fernando Bonatto, tanto que a atleta já lidera o ranking de média de pontos por set do torneio (número é de 4,8). Contudo, a noite de ontem não foi boa para ela. Com apenas 5 pontos (36% de acerto no ataque), a ponteira não desequilibrou como nos jogos anteriores, o que culminou com a entrada de Helô em boa parte do jogo.

Já Hooker – fazendo alusão à personagem da Marvel “She-Hulk” – “esmagou” pela saída de rede. A americana, que já havia sido a carrasca do Vôlei Bauru na fase de quartas de final da última edição da Superliga, voltou a desequilibrar no duelo entre os times. Com 61% de acertos no ataque durante o jogo, Hooker anotou 25 vezes na partida (23 de ataque e 2 de bloqueio).

Pela análise do gráfico de desempenho geral (abaixo), fica claro perceber como a participação da “oposta” é fundamental na funcionalidade do time do Minas. Em 54% das vezes, o time de Lavarini busca essa atleta para finalizar a jogada. Foram 31 pontos dessa região da rede. Já do lado bauruense, a ponteira foi buscada em 47% dos ataques, finalizados em 11 pontos.

 

Saque faz a diferença

Embora a central Andressa tenha, sido junto com a levantadora Juma, o destaque no fundamento saque para a equipe de Bauru, o Minas conta com braços mais capacitados para não só conseguir um ponto, mas também recolocar a bola em jogo de forma favorável a seu sistema defensivo, uma vez que uma recepção errada por parte da adversária facilita a recepção e um futuro acerto ofensivo.

Se contarmos apenas atletas do Camponesa que sacaram mais de 10 vezes, temos: Macris (11 saques e 1 erro), Rosamaria (10 saques, 1 erro e 1 ace), Sonja (17 saques, 1 erro e 2 aces) e Hooker (17 saques, 1 erro e 2 aces).

Já o time de Fernando Bonatto contou apenas com duas atletas com mais de 10 saques no jogo: Andressa com 10 saques e 1 erro, e Juma com 12 saques, 1 erro e 2 aces.

O esporte não se resume a números, porém…

Evidentemente, apenas números não são suficientes para demonstrar todo o sucesso, ou todo o fracasso de um time em determinado recorte temporal. No entanto, os números mostram o quão impreciso foi o time do Vôlei Bauru no saque, uma vez que não conseguiu iludir a recepção do Minas para, inclusive, receber a bola em condições mais favoráveis para ataques de nomes como Palacio (apenas 7 pontos) e Tiffany (apagada no duelo). Mostra também como o time do Minas sabe o que fazer com e sem a bola para obter êxito nas jogadas, vide as excelentes partidas de Carol Gattaz (ponto principal pelo meio de rede), Hooker (comandou a saída de rede) e Sonja (excelentes números na recepção e na reposição de bola).

Na próxima rodada, o Vôlei Bauru volta a sua casa para continuar sua maratona contra favoritos, dessa vez contra o líder Dentil/Praia Clube, no dia 30, às 19h30. Já o Camponesa/Minas encara, no mesmo dia 30, só que às 20h, o lanterna da competição, SESI-SP.