DEU FLU!
Vôlei Bauru perde mais uma no tie-break, mas chega ao G8
Por Fabio Toledo
Jogar fora de casa é um desafio gigante para o Vôlei Bauru. Com apenas uma vitória longe de seus domínios nesta Superliga, a equipe tinha o difícil trabalho de parar o Fluminense, de quatro triunfos seguidos, em pleo Rio de Janeiro. No ginásio da Hebraica, próximo da sede social do Tricolor, nas Laranjeiras, Bauru fez bom jogo, teve grandes momentos, mas novamente sucumbiu no tie-break, derrotado por 3 sets a 2 (23 x 25/25 x 21/25 x 20/22 x 25/15 x 13).
O set desempate é outro problema complicado para as bauruenses. Ainda que tenha conquistado um ponto, responsável por levar a equipe ao G8, ultrapassando o São Caetano, as derrotas na parcial mais curta e decisiva assolam o desempenho da equipe na temporada. Foram cinco tie-breaks disputados por Bauru nesta Superliga, com cinco derrotas.
Mas o problema não é nem tanto a dificuldade em superar o adversário em 15 pontos, e sim no rendimento em sets anteriores. Bauru oscila bastante nos jogos, culminando em maiores possibilidades aos adversários, que fazem valer o que conseguem.
No duelo entre bauruenses e fluminenses, Tifanny fez grande partida mais uma vez, anotando incríveis 30 pontos. Porém, o brilho da ponteira foi ofuscado pelo de outra. Nem mesmo os 18 cm de diferença na altura mudaram a história, pois Thaisinha só não fez chover na Hebraica. Foram 21 pontos dela, com mais 20 de Renatinha (vencedora do troféu Viva Vôlei) e 11 tanto de Letícia Hage como de Lara Nobre, mostrando a grande variação de jogadas da equipe do técnico Hylmer Dias.
Do lado do time do técnico Fernando Bonatto, apenas Palacio (21) auxiliou Tifanny de maneira mais contundente. Faltou maior poder de fogo e encontrar uma forma de controlar a variação do ataque adversário. Palacio, ainda que tenha contribuído bem, passou por momentos de baixa na partida que foram marcantes no revés, algo normal por se tratar de uma atleta muito visada no passe. Já Paula Pequeno teve início ruim, com dificuldades na recepção, sendo bem substituída por Dayse, que garantiu melhora no passe, mas só até certo momento.
Mais uma vez, Bauru faz boa partida, só que não consegue levar os três pontos pra casa. Ainda assim, a chegada ao G8 deve ser vista como um ponto positivo, o presente de Natal para o escrete da Cidade Sem Limites. A equipe volta a atuar apenas em 9 de janeiro, às 19h30, frente ao BRB/Brasília, na Panela de Pressão.
O jogo
O princípio da partida já mostrava o equilíbrio entre as equipes. Se Thaisinha era o grande nome do Flu, em bons saques, ataques e até mesmo bloqueio (a baixinha parou Tifanny), Bauru mantinha a igualdade com suas ponteiras e em bloqueios. Passando da metade do período, o Fluminense conseguiu se desgarrar, na boa variação de jogadas e trabalho na rede.
Na entrada de Dayse no lugar de Paula Pequeno, as bauruenses encaixaram o passe e conseguiram se reaproximar no placar. Após ataque pra fora de Renatinha, o jogo ficou 22 x 22. Com as visitantes melhores na reta final, a virada veio em bola de Tifanny. Já o set foi fechado em ataque de Palacio. Por 23 x 25, Bauru mostrou poder de recuperação e conquistou um set quase perdido.
O time da Sem Limites seguiu bem na segunda parcial. Contando com dois aces de Tifanny, a equipe chegou a abrir 3 x 6, obrigando o Flu a parar o jogo. Ainda que as anfitriãs buscassem variar as jogadas, o bloqueio bauruense foi firme. Assim, Bauru fez 5 x 9. Porém, após duas bolas na antena de Palacio, blocks e conseguindo virar as bolas, o Fluminense se recuperou com 5 pontos seguidos.
Na sequência, a peleja manteve o pique “lá e cá” até a casa dos 14 x 14, quando o tricolor passou à frente e abriu vantagem mais uma vez. Instável, Bauru ainda tentou repetir a reação do primeiro set, mas a rede fluminense, com Letícia Hage e Lara Nobre, respaldaram a defesa da casa para garantir o empate, conquistado ao fechar a parcial em 25 x 21.
No terceiro set, quem começou com tudo foi o Fluminense. A resposta bauruense veio com a dupla Tifanny e Palacios, e em boa passagem de Andressa no saque, fazendo a virada em 10 x 11. Mas distrações fizeram as donas da casa retomarem a ponta.
Apesar de uma pequena resposta, a segunda parte do set contou com o domínio anfitrião. O jogo de Bauru não encaixava, resultando em ampla vantagem aberta pelo Flu. Renatinha e Thaisinha foram os grandes alvos ofensivos na ocasião. A ponteira ex-Bauru, em especial, sobrou no duelo com o bloqueio e a defesa de sua antiga equipe. Na última bola do período, ela apareceu para fechar a parcial em 25 x 20.
O quarto set era decisivo para Fluminense e Bauru. Tanto que Fernando Bonatto buscou mudar a postura de sua equipe com a entrada de Angélica, Paula Pequeno e Ju Carrijo logo no princípio. No entanto, a primeira equipe a abrir vantagem foi o Flu. Nada que as visitantes não recuperassem, em 12 x 12. Tendo Tifanny e Thaisinha como destaque em cada lado, o placar seguiu igual até chegar à reta final.
Mantendo o desempenho na parcial, Tifanny comandou sua equipe neste fechamento. Com a ponteira sobrando no ataque, ora acertando o chão, ora utilizando o bloqueio, o time de Fernando Bonatto conseguiu abrir vantagem e chegar ao set point com quatro oportunidades para fechar. Depois de duas bolas perdidas, o pedido de tempo foi providencial para Bauru colocar a casa em ordem e, em ataque de Andressa, garantir o quarto set por 22 x 25 e levar o jogo ao tie-break.
No momento em que levou a peleja ao set desempate, Bauru assegurou sua vaga no G8 ao conseguir um ponto e passar o São Caetano. Mas o time sabia que poderia mais. O problema foi segurar mais uma vez o ataque do Flu. Até mesmo em defesa da líbero Sassá em pancada de Tifanny, a bola caiu do bauruense. Assim, o tricolor conseguiu abrir 8 x 4.
Angélica foi bem no bloqueio e começou uma pequena reação para as visitantes. A vantagem que era de quatro caiu para um em bola fora de Thaisinha. O problema foi o erro de saque de Tifanny, dando bola de graça para o Flu, que chegava a 11. Os dois tentos de frente davam a margem necessária ao time da casa, mas com ataque de Tifanny e bloqueio de Angélica, Bauru empatou em 13 x 13. Apesar da reação, o Fluminense conseguiu se restabelecer para conseguir o match point e fechar em 15 x 13.
Abre aspas
Fernando Bonatto, técnico do Bauru – “Temos de valorizar muito esse ponto conquistado, porque jogar aqui no Rio não é fácil e conseguimos buscar um 2 a 1 contra e levamos para o tie-break, onde perdemos nos detalhes. Tirando os quatro grandes candidatos ao título da Superliga, o Fluminense é o time mais consistente das últimas seis, sete rodadas. Por isso, o time está de parabéns, estamos crescendo e está com outra cara no segundo turno. Bola pra frente e vamos continuar trabalhando para melhorar ainda mais”.
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