JOGAÇO!
Em grande partida, Vôlei Nestlé evita virada de Bauru e vence no tie-break
Por Fabio Toledo (texto e fotos)
O ambiente na Panela de Pressão era propício para um jogão. As arquibancadas não estavam lotadas, mas reagiam com os acontecimentos dentro de quadra. Ainda mais quando o Vôlei Bauru reagiu e fez um 2 a 0 contra se tornar 2 a 2. No tie-break, a vitória foi mesmo do Osasco Vôlei Nestlé (parciais de 20 x 25, 16 x 25, 25 x 22, 25 x 23 e 11 x 15).
Porém, mesmo nas parciais contrárias ao escrete bauruense, as donas da casa atuaram em alto nível. Uma boa defesa, aliada ao bloqueio e – em especial, a partir do terceiro set – ao saque, estiveram presente em quase toda a partida, uma das melhores desta Superliga (do Vôlei Bauru, sem dúvida a melhor).
Por outro lado, vale ressaltar a falta de poder de definição para o ataque de Bauru, problema crônico da equipe na temporada. Um pouco disso se deve à pouca variação no passe, com Helô e Palacio sendo responsáveis por 38 dos 71 pontos de ataque bauruenses. Enquanto que Osasco contou com boa participação na pontuação de quatro atletas.
É claro que os desfalques de Paula Pequeno e Angélica interferiram na “falta de opção”, mas ainda assim foram poucas as bolas com as centrais Valquíria e Andressa. Tanto que Ariane, vinda do banco nas inversões do cinco um, acabou mais acionada (em termos proporcionais ao tempo em quadra) que as atletas do meio de rede.
Do lado osasquense, o destaque vai para Tandara. A oposta é uma das melhores atacantes do país e justificou seu rótulo. Apesar da boa marcação em cima dela, foram 29 pontos da atleta, com direito a 5 aces – 3 em seguida. Outra de boa apresentação foi Mari Paraíba, com 14 tentos, vencedora do Troféu Viva Vôlei.
Bauru não tem muito tempo de descanso. Nesta sexta-feira (17), às 20h, a equipe enfrenta o Sesc/Rio na Cidade Maravilhosa. Já o Vôlei Nestlé recebe o Camponesa/Minas, no sábado à tarde.
O jogo
O equilíbrio foi marcante no primeiro set. Defesas muito atentas fizeram valer cada movimentação do placar. Enquanto o Vôlei Nestlé se destacou pelo bom saque, Bauru retribuiu com um forte bloqueio. Assim, o marcador permaneceu com as equipes próximas durante quase toda a primeira metade da parcial. Quando as osasquenses abriram 15 a 12, Bonatto já parou o jogo.
Após as bauruenses reduzirem a diferença para um ponto, Spencer Lee também pediu tempo. Parada providencial, que fez Osasco recuperar vantagem. Ainda que Bauru resistisse, a dificuldade em jogar no chão adversário falou alto. Assim, as visitantes saíram na frente, com 20 x 25.
Ainda que as defesas tivessem permanecido bem, Osasco abriu vantagem logo no começo. Com 2 x 5 contra, Bonatto parou o jogo. Ainda que, em bola de Helô vinda do fundo, as bauruenses esboçaram reagir, o ataque anfitrião esbarrava no trabalho bloqueio e defesa das visitantes. Além disso, a levantadora Fabíola variava suas escolhas no passe e dificultava a leitura do bloqueio. Nem mesmo algumas apostas do banco, como Ariane, aumentando a altura do block, e Arlene, reforçando a defesa em algumas ocasiões, evitaram a derrota bauruense na segunda parcial, por 16 x 25.
Em busca da recuperação, Bauru forçou o saque no terceiro set e se deu bem. Com o bloqueio se impondo e a defesa segurando o que sobrava, as donas da casa abriram 6 a 2. Após tempo pedido por Spencer Lee, Osasco segurou a abertura de vantagem, embora não tenha conseguido se aproximar inicialmente.
Pesou à favor das osasquenses a dificuldade de Bauru em concretizar seus contra-ataques, além do bom saque. Com três aces seguidos de Tandara, o Vôlei Nestlé empatou em 15 a 15. Porém, com uma boa inversão do cinco um, as bauruenses recuperaram a boa forma do período para encerrá-lo na frente: 25 x 22, após ataque de Valquíria.
Com duas bolas para fora das visitantes, o Vôlei Bauru começava a ameaçar o empate em sets. A relação saque, bloqueio e defesa foi novamente destaque e a equipe construiu uma vantagem no começo do quarto período. Porém, Osasco seguiu resistindo, forçando o serviço e conseguindo encostar. Aproveitando o melhor momento na parcial, o Vôlei Nestlé alcançou o empate em 15 a 15 e depois virou para 16 x 17.
As bauruenses conseguiram se recuperar com forte bloqueio, melhora na recepção e também nas reclamações de Osasco, que rendeu um ponto por cartão vermelho. O placar seguiu igual até o fim, quando um ataque feroz de Palacio e uma bola fora de Tandara deram números finais: 25 x 23, e a peleja foi para o tie-break.
Empurrado pela torcida, Bauru seguiu firme com seu grande rendimento, gerando certo desentendimento entre as osasquenses. Apesar do momento bastante à favor das donas da casa, dois erros no saque mantiveram Osasco vivo. Enfim, segurando as ofensivas visitantes, veio a abertura em 6 a 3.
A resposta também não demorou em sair, com a virada após quatro pontos seguidos do Vôlei Nestlé. Em ace de Tandara, as osasquenses fizeram 8 a 6. O time da Sem Limites arrancou o empate na sequência e o confronto seguiu aberto, até Mari Paraíba e Bia conseguirem abrir a diferença. Em ataque de Tandara, o Vôlei Nestlé fez 11 x 15 e decretou o final da partida.
Abre aspas
Valquíria, central do Bauru – “Essa é a cara do nosso time, o que a gente treina. Lógico que é uma m**** perder, mas apesar da derrota a gente ganhou muito nesse jogo. Crescemos muito como equipe, com coragem, coração e qualidade. Osasco é um grande time, com meninas que fazem o voleibol brasileiro ser o que é, e mostramos que podemos jogar de igual para igual e tenho certeza que nosso time tem bastante qualidade. Esse é o espírito e a Superliga ainda vai dar muita emoção para a torcida.”
Fernando Bonatto, técnico do Bauru – “Conseguimos colocar em prática aquilo que treinamos. Estamos tendo qualidade nos treinamentos e conseguimos, mesmo saindo atrás em 2 a 0, manter a postura de sermos agressivos no ataque, buscando a melhor forma de contra-atacar e sacar. Estão de parabéns pela atitude, coragem e dedicação que jogaram.”
Juma, levantadora do Bauru – “A torcida incendeia e a gente vai junto. Temos que manter esse nível de jogo e construir cada vez mais para ter um desempenho melhor lá na frente.”
Carol Albuquerque, levantadora do Vôlei Nestlé – “Foi uma partida muito muito difícil, pois Bauru, em casa, nunca é fácil. Estávamos ganhando por 2 a 0, a torcida estava quieta, mas perdemos o terceiro set e a torcida acordou e veio junto. No quarto set, infelizmente, tivemos problema com a arbitragem, que me deu cartão vermelho, que eu não merecia, e saímos do jogo. O importante é que conseguimos reverter a situação e deixamos a quadra com a vitória. Valeu pela experiência, mais um aprendizado para a nossa equipe.”
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- Fabio Toledo
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