A primeira vez do Genter Vôlei Bauru
Esquadrão da Sem Limites estreia nos playoffs da Superliga contra um duro adversário: o Camponesa/Minas
Por Fabio Toledo
A fase de classificação da Superliga foi marcante para o Genter Vôlei Bauru. O time não fez uma partida histórica como na última temporada, quando derrotou o Rio de Janeiro na Panela de Pressão, mas conseguiu a regularidade necessária – e que tanto faltou em 2015-16 – para conseguir vaga aos playoffs. Com um elenco melhor planejado, o esquadrão da Sem Limites encerrou na quinta posição, próximo do 4º colocado, Camponesa/Minas.
Isso nos leva ao confronto mais equilibrado das quartas de final do certame. Até porque ambas as equipes contam com trunfos importantes para mostrarem superioridade. É possível notar cada um deles nas estatísticas da temporada regular. Analisando os números e buscando referências do jogo em si, elaboramos quais os pontos de cada equipe que podem ser decisivos para uma classificação para a semifinal.
Pontos para Bauru
Começamos por um atributo das bauruenses bastante relativo: o saque. A equipe possui uma das reposições de bola mais perigosas da Superliga. É a 4ª de maior porcentagem de sucesso, de acordo com o site oficial da competição. Porém, o saque também tem seu lado negativo, pois Bauru foi disparado quem mais errou no quesito (224, seguido de Rio do Sul com 177). Bruna Honório e Valquíria mostram a dualidade da equipe: possuem a segunda e terceira maiores porcentagens de sucesso no saque, mas dois dos maiores números de erros.
Isso acontece devido ao estilo da equipe, que trabalha nas bolas forçadas para dificultar a recepção do adversário. Além de Bruna e Val, Thaisinha, Mari Cassemiro e Prisilla Rivera completam o time de sacadoras com mãos pesadas, justificando a forma de atuar no saque. No entanto, ter um melhor aproveitamento é importante para fazer valer o quesito.
Outro fator onde é necessário aprimorar é o ataque. Bauru tem munição para causar estragos às defesas, sendo a 2ª equipe com mais ataques na Superliga, atrás apenas do Brasília. Por outro lado, detém o maior número de erros, obtendo apenas a oitava posição em eficiência. Thaisinha e Bruna são os principais nomes, estando entre as 10 maiores pontuadoras da competição. Vai ser preciso um bom aproveitamento da dupla, assim como também das demais forças ofensivas da equipe, para fazer a diferença em um atributo onde as melhores equipes do torneio se destacam.
Por fim, o mais importante trunfo bauruense: sua defesa. Não é por menos, afinal a equipe detém a defesa mais eficiente do certame, permitindo em média a continuidade de 46 jogadas por partida. É claro que o grande destaque do quesito é a líbero Brenda Castillo. A dominicana é mais eficiente e também mais exigida, com 838 bolas vindas em sua direção, obtendo 57.7% de eficiência. Para se ter noção dos números absurdos da Brenda, Tássia, do Praia Clube, é a segunda em eficiência (41.9%) e foi exigida 493 vezes.
Pontos para o Minas
É importante fazer a observação conjunta de dois atributos que de certa forma são complementares e se figuram como decisivos para uma boa partida das mineiras. Tratam-se da recepção de saque e ataque. Da mesma forma que um saque pode dificultar o trabalho do adversário em tramar a jogada, uma boa recepção facilita o jogo da levantadora e das atletas na finalização. Contra uma equipe que força o saque como Bauru, é importante se manter forte nesse item.
No caso do Minas, duas atletas ganham destaque na recepção: a líbero Léia e a ponteira Pri Daroit estão entre as 10 melhores no quesito que o time é 4º na Superliga. A dupla garante mais tranquilidade à jovem Naiane no levantamento. Vale notar que a atleta de 22 anos só não errou menos passes que Carol Leite (Praia Clube) e Macrís (Brasília) entre as levantadoras titulares com mais de 1500 levantamentos, embora tenha apenas a 7ª maior eficiência da liga.
Apesar disso, Naiane serve bem às suas companheiras, que retribuem com o terceiro melhor ataque entre as 12 equipes. Chamam a responsabilidade ali a mais eficiente no quesito, a oposta Destinee Hooker, e a 9ª, Rosamaria (ponteira), 3ª maior pontuadora da Superliga.
Para fechar, aquele que é o atributo mais reconhecido das mineiras: o bloqueio. Digo isso porque o time é dono do block mais eficiente da Superliga. São 287 pontos de bloqueio, 70 desses da central Mara e 65 de Carol Gattaz, também central. Contudo, o duelo na rede será pesado, pois Angélica e Valquíria também não deixam a desejar. Afinal, o amortecimento do block ajuda bastante a defesa bauruense a ser a melhor.
É por todos esses pontos que o duelo entre Camponesa/Minas e Genter/Vôlei Bauru é o mais equilibrado dessas quartas da Superliga. Não dá para levar em conta o retrospecto da temporada, pois as equipes se enfrentaram nas primeiras rodadas do turno e returno, muita coisa aconteceu desde então. Mas não há dúvidas que o fator casa pode pesar – Minas atua duas vezes em seu ginásio na melhor de três. De todo modo, é na quadra onde será definido resultado desse embate.
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