OUTRO EMPATE
Nem pra lá, nem pra cá: Noroeste e Rio Preto ficam no empate no Alfredão
Alvirrubro reclama de quebra do ritmo do jogo pela arbitragem, enquanto Jacaré não entende o porquê da anulação de um gol seu
Por Fabio Toledo
Noroeste e Rio Preto entraram em campo na manhã deste domingo no Alfredão para vencer, cada um à sua maneira. Ambas as equipes conseguiram fazer valer suas táticas, uma valorizando mais o ataque, a outra seu sistema defensivo. No final, o resultado apresentado no placar refletia o que foram os 90 minutos: 2 a 2.
É difícil dizer se o Norusca jogou melhor que os visitantes. Afinal, as equipes são montadas em estratégias diferentes. De fato, o Alvirrubro criou mais oportunidades, deixou o adversário mais acuado, mas é bem assim que o Jacaré encontra seu jogo, valorizando a velocidade de seus pontas, aproveitando os erros noroestinos para castigar. Um bom time de Série A3.
Não por menos, os quatro principais lances de perigo do Rio Preto aconteceram em cima da falha do time da casa. Tanto os dois gols como um chute perigoso de Léo Ribeiro surgiram no erro de passe. A quarta oportunidade veio em cabeçada, num lance onde o goleiro Ferreira saiu muito mal do gol, sendo salvo pela arbitragem – esta merece um capítulo à parte.
Para o Noroeste, fica uma sensação de que a vitória poderia ter vindo, não fosse as bolas perdidas em seu campo defensivo. Volume de jogo a equipe teve, oportunidades foram criadas e duas delas resultaram em belos gols. No primeiro, a habilidade de Gindre, finalmente aparecendo bem, garantiu um golaço em chute na entrada da área. No segundo, a jogada iniciada pelo zagueiro Jean Pierre, destaque noroestino na Série A3, foi de um lado para o outro, e de lá para o meio da área, no gol de Jorge Mauá, finalizando uma boa trama.
Tendo em vista a classificação da A3, o resultado não foi bom para nenhuma das equipes. Para o Noroeste (ainda 6º, com 27 pontos), a diferença para o primeiro fora do G8, Taboão da Serra, é de apenas 3. Já o Rio Preto fica a 3 do São Carlos, 8º. Pelo menos, os times terão semana cheia para se preparar visando a antepenúltima rodada. O Jacaré joga às 11h do próximo sábado em casa, contra o Olímpia, enquanto a Maquininha Vermelha encara o Monte Azul fora, no domingo de manhã.
O jogo
Tanto Noroeste como Rio Preto chegaram a esboçar algumas tramas ofensivas no princípio da partida, mas as defesas se sobressaíram, cortando os passes assim que a bola chegava à grande área. Nesse começo, o Norusca esteve mais tempo na intermediária ofensiva, principalmente pelos lados. O problema foi construir uma oportunidade de gol. Assim, o Rio Preto começou a tomar um pouco mais iniciativa.
A primeira grande oportunidade surgiu no erro de passe na esquerda noroestina. De fora da área, Léo Ribeiro chutou forte, obrigando plástica defesa de Ferreira. Com dificuldades para sair jogando, o Noroeste tentou alguns lançamentos com seus zagueiros, não obtendo sucesso. Com quase meia hora jogada, Mauá teve a primeira oportunidade, em cabeçada defendida facilmente pelo goleiro Poti.
Aos 35 minutos, em outra falha do lado esquerdo, Hipólito teve a carteira roubada e o Jacaré deu o bote. No quatro contra dois, Ferreira defendeu a finalização de Édipo, mas Léo Ribeiro pegou o rebote e estufou a rede noroestina. A paciência do torcedor demorou para ser perdida, só que o gol contra foi o estopim. Sorte para o Alvirrubro que o empate veio antes do intervalo, aos 47′. Recebendo no bico direito da grande área, Gindre penteou a bola, levou para o pé esquerdo e acertou um belo chute, sem chances para Poti.
Na volta para a etapa complementar, Alberto Félix promoveu a entrada de Wellington no lugar de Michel – de pouca participação nos 45 minutos iniciais. Mas a mudança nem chegou a ter efeito, pois logo aos 3′, em erro no passe da defesa do Noroeste, Maycon bateu cruzado para vencer Ferreira. O Alvirrubro precisava responder rápido e não se entregar. Então, foi com tudo pra cima.
Tanto que, aos 13′, o zagueiro Jean Pierre chegou à intermediária e deu início à construção da jogada, que resultou em cruzamento para a esquerda, onde Wellington jogou de cabeça para o meio da área e Mauá completou para a rede. Após o segundo empate, a intensidade da partida subiu. Em boa jogada de Gindre pela direita, o chute de Mauá foi desviado pela defesa. Minutos depois, Ferreira saiu mal em cruzamento e o Noroeste tomou o gol, mas a arbitragem marcou impedimento no lance.
Perto dos 25′ jogados, um cruzamento forte quase virou gol, não fosse a bola no travessão. No rebote, Mauá tentou de voleio e carimbou novamente a barra alta da meta rio-pretense. Outra bola despretensiosa resultante em perigo aconteceu na cobrança de falta de Igor Pimenta (substituiu André Rocha pouco antes). No cruzamento, ninguém desviou a bola, mas Poti precisou se esticar para desviar do gol.
Próximo do fim, Alberto tirou Mauá para a entrada de Alef. Pouco depois, após cotovelada de Caihame, Hipólito caiu desacordado, com um sangramento na boca. A partida ficou parada por algum tempo, até o lateral noroestino ser levado de ambulância para o hospital. Com um a menos, o Norusca ainda chegou ao ataque, mas foi insuficiente para tirar o 2 a 2 do placar.
Abre aspas
André Rocha – “A gente teve bom domínio de jogo, com mais oportunidades do que a a equipe deles. Infelizmente, tomamos dois gols no erro nosso, mas mantivemos o foco e conseguimos buscar o placar ainda tendo chances de virar. Agora, temos mais três jogo para manter a classificação”.
Alberto Félix – “Lamentamos por não ter alcançado a vitória, mas saímos felizes pela forma que a equipe jogou. O resultado muitas vezes não acontece, principalmente na hora de fazer os gols, nem sempre acontece quando é merecido. Os gols que tomamos foram erros nossos, mas que qualquer equipe pode cometer e o Rio Preto soube aproveitar para fazer os dois gols. Fora isso, saio satisfeito pelo que a equipe produziu”.
Arbitragem
Foram muitos os momentos onde o apitador Clayton de Oliveira Dutra prejudicou o andamento da partida – para ambos os lados. No caso do Rio Preto, um impedimento mal explicado durante uma bola na área que resultou em gol para os visitantes poderia ter dado a vitória ao Jacaré. Já o Noroeste encontrou dificuldade para dar ritmo ao jogo, devido a quantidade de vezes que a peleja parava, tanto pelo excesso de faltas marcadas pelo árbitro como pela quantidade de jogadores do Rio Preto que ficaram no chão no decorrer da partida. “Faltou pulso para o juiz, mesmo sendo um jogo fácil pra ele, porque o nosso time é muito disciplinado, até demais, e o juiz se aproveita disso e prejudica”, comentou Alberto Félix.
No lance mais preocupante, a cotovelada de Caihame no rosto de Hipólito, que levou o lateral ao hospital (o atleta segue em observação, mas passa bem), Clayton aplicou cartão amarelo no atacante, em uma situação onde o vermelho seria a escolha certa. “Se ele deu o amarelo pro jogador, então alguma coisa teve. O lance machucou muito nosso jogador e ficamos com um a menos. Sem contar outros lances que o árbitro não correspondeu a altura do jogo. Infelizmente, não temos essa firmeza na arbitragem”, reclamou André Rocha.
Noroeste 2 x 2 Rio Preto
Noroeste: Ferreira; Pacheco, Jean Pierre, Marcelinho e Hipólito; André Rocha (Igor Pimenta), Maicon Douglas, Michel (Wellington), Gindre e Vilson; Jorge Mauá (Alef) | Técnico: Alberto Félix
Rio Preto: Poti; Jean (Gabriel), Emerson, Henrique e Dos Santos; Jo, Clovis e Jeferson Paulista (Jonatas); Maycon, Léo Ribeiro (Caihame) e Édipo. | Técnico: Paulo César Catanoce
Gols: Léo Ribeiro (Rio Preto – 35′ 1ºT), Gindre (Noroeste – 47′ 1ºT), Maycon (Rio Preto – 3′ 2ºT) e Jorge Mauá (13′ – 2ºT)
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