COMEÇO COM VIRADA
Noroeste toma gol no começo, mas se recupera e bate Mogi Mirim na estreia da A3
Por Fabio Toledo
A ameaça de chuva não afastou o noroestino de seu time na estreia da A3. Não foram os exagerados 5 mil de público – meta da diretoria do Noroeste -, acabou mesmo em mais de 2.300, mas representou um caloroso abraço de reencontro entre torcida e clube. O abraço se tornou reclamações e xingamentos antes mesmo dos 20 minutos de jogo, mas no final, após sair atrás, o Norusca se recuperou frente o Mogi Mirim e emplacou sua primeira vitória, de virada, por 2 x 1, agradando a todos – corneteiros ou não – na arquibancada do Alfredão.
O início da peleja apresentou a fragilidade do Noroeste na bola parada. Foi assim que o Sapão da Mogiana saiu na frente e mais assustou os donos da casa, além de lançamentos longos em contra ataque. Apesar da dificuldade, os comandados de Tuca Guimarães apresentaram virtudes, como a paciência para o toque de bola, em busca da situação certa para marcar. O problema foi o ataque não acelerar tanto o jogo no primeiro tempo e o preciosismo aparecer no drible a mais que um atleta buscava dar, acabando com a perda da bola.
Entre as duas etapas, uma grande diferença foi a quantidade de finalizações. Por mais que nos 45 minutos iniciais o Noroeste tenha chutado, poucas foram as ocasiões claras para o arremate. Nos 45 finais, a história foi outra. Logo no começo, Leandro Oliveira achou uma brecha e mandou bala de fora da área. Após o empate, as chances de perigo real ao gol defendido por Marcelo Bonan foram maiores, culminando na virada.
Os 90 minutos do Norusca não foi totalmente bom, mas a equipe soube controlar o cortejo da melhor maneira possível para conquistar os três pontos e largar bem no terceiro escalão do futebol paulista. Pela frente, o Alvirrubro de Bauru tem duas partidas fora de casa, contra Velo Clube em Piracicaba (domingo, 10h), e Desportivo Brasil em Porto Feliz (quarta, 24, 16h). Já o Alvirrubro de Mogi encara a Portuguesa Santista em Itapira (domingo, 10h), assim como o Capivariano (quarta, 20h).
O jogo
Ainda que o Mogi Mirim tentasse penetrar pela esquerda da defesa noroestina e o lateral Pacheco tenha arriscado um chute de longe – e para longe -, os 10 minutos iniciais foram marcados por pouca ação e maior disputa no meio-campo. Porém, assim que esse período inicial terminou, o Sapão conseguiu a primeira oportunidade pela canhota anfitriã. Em cobrança de falta, Robinho desviou de peixinho e mandou no cantinho, sem chances para Ferreira.
O gol aos 10, logo no primeiro lance de perigo, foi um início melhor do que o esperado pelo visitante, enquanto o Norusca tomava um balde de água fria em seus anseios na partida. Com o recuo do Mogi, o Alvirrubro da casa ia para o ataque com seis jogadores, às vezes sete, mas não encaixava o passe da intermediária de ataque para a grande área mogiana. Só foi pra lá dos 25 minutos que Gabriel Esteves arriscou chute rasteiro, defendido por Marcelo Bonan.
Por mais que frequentasse os arredores da meta, o Noroeste não conseguia causar perigo. Fora um susto em cabeceio, após boa jogada de Pacheco pela direita, Bonan pouco se assustou. No contragolpe, o Mogi Mirim causou perigo em descida de Robinho, que passou pela defesa e saiu de cara com Ferreira, mas isolou a pelota na finalização. Com isso, a Maquininha Vermelha ainda saiu no lucro dos 45 minutos iniciais.
Para se recuperar rapidamente, o Noroeste precisava voltar com postura diferente para o segundo tempo. Logo no primeiro ataque, aos 3, Leandro Oliveira arriscou de fora da área, no segundo chute à longa distância da equipe na partida. O arremate foi perfeito, e a bola só parou ao balançar a rede, no cantinho direito da meta mogiana.
O empate deu mais gás ao Norusca. As entradas de Alef e Wellington, nos lugares de Michel e Gindre, aceleraram o ataque e causaram um incêndio na defesa mogiana. Primeiro, o lateral Ricardinho apareceu na esquerda e obrigou Bonan a fazer boa defesa em chute rasteiro. Depois, bola no travessão na cobrança de escanteio. O gol da virada, que estava perto de sair, aconteceu aos 19, com Wellington, pela direita, finalizando de cabeça na entrada da pequena área, após boa jogada de Leandro Oliveira com Pacheco.
A Maquininha Vermelha seguiu com mais presença no campo ofensivo e poderia ter ampliado o placar, não fosse um gol perdido por Gabriel Esteves. Do outro lado, o Mogi mostrava que não estava morto. Apesar dos problemas técnicos e do cansaço da equipe, o Sapo passou a maior parte da reta final no ataque, causando tensão no torcedor. Porém, até o apito final, não conseguiram recuperar, garantindo a estreia vitoriosa do Noroeste.
Abre aspas
Leandro Oliveira, meia do Noroeste, autor do primeiro gol da equipe – “A tensão na estreia é normal, sempre tem aquele frio na barriga. Então, nos primeiros 15 minutos é momento de tensão, mas depois vai pegando confiança. Certamente, pelo trabalho que vinhamos fazendo, conseguiríamos construir o resultado. Mantivemos a calma, tranquilizamos e voltamos para o segundo tempo bem melhor. Fui feliz em fazer o gol no momento certo, já para dar ânimo pra equipe com o empate, para depois o Wellington ter a felicidade de virar o jogo”.
Marcelinho, zagueiro e capitão do Noroeste – “Gostei bastante do jogo nos dois tempos. Mostrou um pouco de nossas fragilidades em alguns momentos, que são coisas que a gente vai corrigir durante a competição. Isso foi bom acontecer na estreia porque já vamos corrigindo os erros. Daqui até a final, que é o nosso objetivo, queremos estar encaixados, perfeitos, e isso quem vai ganhar é o Noroeste e nós, atletas”.
Tuca Guimarães, técnico do Noroeste – “Foi jogo de uma equipe só. Uma veio só para se defender e esticar a bola na nossa última linha. Tivemos a infelicidade de tomar em uma bola parada no início, mas isso mostrou o quanto nossa equipe está madura. Mantivemos a postura, criamos diversas oportunidades, mantivemos o equilíbrio, pisamos muito na beirada do campo, criamos e o gol acabou saindo de duas bolas em que equilibramos o ataque e invertemos o lado, coisa que treinamos bastante e saímos com uma vitória extremamente merecida”.
Noroeste: Ferreira; Pacheco, Jean Pierre, Marcelinho e Ricardinho (Lucas Hipólito); Alex Silva, Maicon Douglas, Michel (Alef), Leandro Oliveira; Gindre (Wellington) e Gabriel Esteves. | Técnico: Tuca Guimarães
Mogi Mirim: Marcelo Bonan; Fabrício (Patrick), Éder Baiano, Marcelo Felber e Valmir; Anderson Paulista, Pedro Victor, Romarinho (Ronaldo) e Diogo Medeiros; Robinho e Alisson (Rodinei). | Técnico: Álvaro Gaia
Gols: Robinho (Mogi – 10′ 1ºT), Leandro Oliveira (Noroeste – 3′ 2ºT) e Wellington (Noroeste – 19′ 2ºT)
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