MAIS QUE A ALEMANHA
Noroeste passeia no Alfredão: 8 x 1 sobre a Matonense
Partida contou com hat-trick de Jorge Mauá em seu primeiro jogo como titular, além de amplo domínio noroestino
Por Fabio Toledo
Não chegou nem perto de ser o melhor público do Noroeste na Série A3. Mas não tenha dúvida de que os 1.365 torcedores que estiveram no Alfredão saíram com uma felicidade comparável à vitória no clássico diante do Marília. Isso porque o Alvirrubro não deu a mínima chance para a Matonense, fazendo inapeláveis 8 a 1 na manhã deste domingo.
De fato, o resultado é surpreendente. Não é sempre que se vê uma goleada de tal porte, com tamanho domínio de uma equipe sobre a outra. Muito disso esteve ligado ao fato de o Norusca anular a primeira investida da Matonense, superar rapidamente suas duas linhas de quatro para abrir vantagem logo cedo. Contudo, o momento chave, que acabou com o jogo e com a equipe visitante, foi a sequência do segundo para o terceiro gol.
Aos 17 minutos, a Matonense estava prestes a realizar sua primeira alteração, quando a confiança do goleiro Paulo André foi por água abaixo, em falha no chute de Igor Pimenta. Aos 31′, Gindre recebeu em velocidade, surpreendendo a zaga para fazer o terceiro. Ali, morria a esperança da volta por cima da SEMA, que sentiu o baque e, quando acordou, já estava 7 a 0, no segundo tempo.
O desfalque de Wellington e André Rocha, suspensos, deu oportunidade a dois atletas que pedem passagem por mais tempo em campo pelo Norusca. Igor Pimenta foi o escolhido para ser o volante ao lado de Maicon Douglas e mostrou segurança, garantindo boa saída de jogo na ligação com a armação e o ataque, além de fazer seu próprio gol. O outro que aproveitou a chance foi Jorge Mauá, que mostrou o goleador que é balançando a rede em três ocasiões, deixando a partida ovacionado pela torcida.
Quem também recebeu oportunidade foi Marcelo Augusto, que substituiu o capitão Marcelinho, desfalque de última hora. O atleta mostrou segurança durante a construção do placar, deixando a desejar somente na reta final, quando toda a defesa noroestina já estava em um clima de rachão.
O atropelamento garante aquilo que o Noroeste precisa buscar em partidas contra adversários da parte de baixo da tabela: saldo de gols. A equipe já não é mais detentora do pior ataque do G8 e se mantém a um ponto atrás do Capivariano, 4º colocado. Além disso, abre 4 do 9º, Monte Azul, e deixa a classificação para o mata-mata bem encaminhada. Na próxima rodada, a equipe tem pela frente o Manthiqueira, em Guaratinguetá, às 20h da quarta-feira, 7. Mais um adversário afundado na zona de rebaixamento.
Para a Matonense, a dor de cabeça é grande. O final da série de três jogos de invencibilidade foi pior do que o clube acreditava que seria. Com 11 pontos, seis a menos que o Grêmio Osasco, primeiro fora do Z6, a SEMA tem no duelo contra o São Carlos (quarta-feira à tarde, em Matão) o momento chave para a equipe tentar se livrar da queda, agora bem próxima depois de uma derrota acachapante.
O jogo
Ainda que a Matonense estivesse mais resguardada, com duas linhas de quatro jogadores entre defesa e meio-de-campo e dois atacantes, o Norusca, em seu já tradicional 4-2-3-1, começava a ditar o ritmo da partida logo nos minutos iniciais. Isso fica ainda mais fácil quando a rede é balançada cedo. Aos 7 minutos, Jorge Mauá recebeu pela direita, ganhou do zagueiro e saiu cara a cara com o goleiro Paulo André. O camisa 9 mostrou tranquilidade para bater, deslocando a bola do goleiro e fazendo a festa com a torcida noroestina.
Após o gol, o time visitante tentou responder, mas faltou qualidade para assustar a defesa do Noroeste. Aos 17′, o técnico Luciano Quadros já acenava sua primeira alteração no time, quando Igor Pimenta aproveitou o corredor na intermediária adversária, puxou para a direita e arriscou de longe. A bola quicou e Paulo André só ficou com as penas na mão, enquanto a rede balançava.
O Noroeste tinha controle absoluto da partida e conseguiu capitalizar mais uma vez ainda no primeiro tempo. Com 31 minutos no relógio, Mauá segurou a bola no meio e lançou Gindre em velocidade. O atacante saiu de frente para o goleiro e mandou uma cavadinha por cima dele. A torcida ainda comemorava os 3 a 0, quando a cobrança de escanteio foi na cabeça de Jean Pierre. Paulo André ainda encostou na bola, mas ela entrou.
O resultado já era o suficiente, mas o Alvirrubro aproveitou a oportunidade e o adversário totalmente na lona para fazer o saldo de gols. De pênalti, Leandro Oliveira fez o quinto, aos 41′. Seis minutos depois, Mauá chegou com espaço pela direita, deixou o goleiro no chão com uma finta e bateu para fazer o sexto. No apito do árbitro, o primeiro tempo terminava com uma vitória avassaladora do Noroeste.
Na volta para o segundo tempo, a Matonense ameaçou ir pra cima – mas como, se faltava organização? Enquanto isso, o Noroeste se mantinha organizado e objetivo. Tanto que, com dois minutos de bola rolando, ela veio pela esquerda e caiu nos pés de Jorge Mauá. Ele deixou o marcador na saudade e mandou pra rede. Pouco depois, Alberto Félix promoveu mudança dupla: saíram Maicon Douglas e Gindre para as entradas de Alex Silva e Alef.
A partir dos 10 minutos, o time visitante passou a frequentar mais o ataque. Aos 12′, conseguiu diminuir com Rafinha, que conseguiu espaço no miolo da área para bater o goleiro Ferreira. Com maior presença da Matonense na frente, o Norusca encontrou espaço. Alef foi derrubado na área, mas o árbitro, Thiago Lourenço de Mattos, mandou seguir. O apitador já havia feito vistas grossas para um toque com a mão claro do defensor da Matonense em lance anterior.
Mesmo com as decisões do trio de amarelo, o Noroeste achou espaço para mais. Aos 22′, Leandro Oliveira pegou a bola na meia-lua da grande área visitante e bateu colocado, estufando o barbante no lado esquerdo da meta. A última alteração noroestina foi Romão no lugar de Jorge Mauá, que saiu ovacionado pela torcida.
Com 15 minutos para o final, o nível de jogo caiu bastante. Erros em sequência, em especial do Noroeste, fizeram da peleja um show de horrores. Teve recuo de bola pro ataque adversário, Ferreira deixando o gol aberto para levantar seu colega de equipe, enquanto a bola estava no pé do jogador visitante – que ainda errou o gol –, uma proteção de bola do zagueiro da Matonense com o cotovelo no rosto do noroestino, em outro pênalti não marcado, buracos na zaga alvirrubra, tentativa de gol de bicicleta… A alegria do torcedor passou a ser imitar os gritos de Marcão, torcedor símbolo do Norusca. Em um clima de churrasco (o cheiro da carne queimando em alguma churrasqueira por perto ajudava ainda mais), a partida teve seu final com 8 a 1 no placar.
Abre aspas
Jorge Mauá – “Esse jogo era nossa vida, não poderíamos deixar escapar esses três pontos, independentemente do resultado. A gente tem que se impôr no começo do jogo, e conseguiu abrir o placar logo no começo. Isso facilitou, porque o time deles, que não está em uma classificação boa, teve que sair. Então, a bola chegou ao ataque com nossos meias e isso facilitou pra caramba. Mas não sou o destaque, o destaque é o coletivo. Na hora que a bola chega na frente, faço a minha função. Vim pra cá pra fazer gol”.
Leandro Oliveira – “A gente entrou com a cabeça preparada e o importante foi o foco. Nós mantivemos o foco e a intensidade porque sabíamos que ia ser um jogo difícil. Pudemos fazer o gol rapidamente e depois o placar foi elástico, mas porque nossa equipe fez o jogo ficar fácil. Então, é mérito da gente, da comissão técnica e de todos os atletas”.
Alberto Félix – “Pelo momento que passávamos, precisávamos de uma reabilitação. A gente sabia da importância da vitória pela classificação, mas não esperava um resultado tão elástico como aconteceu. Estou muito feliz pelo desempenho dos jogadores por tudo que apresentaram. Foi um time que buscou, criou e, diferente das outras partidas, aproveitou quase todas as oportunidades do primeiro tempo e por isso fico muito feliz com o que aconteceu no jogo de hoje”.
Noroeste 8 x 1 Matonense
Noroeste: Ferreira; Pacheco, Jean Pierre, Marcelo Augusto e Hipólito; Maicon Douglas (Alex Silva), Igor Pimenta, Leandro Oliveira, Vilson e Gindre (Alef); Jorge Mauá (Romão). | Técnico: Alberto Félix
Matonense: Paulo André; Jean, Thiago, Rodrigo e Welington (Pedro Henrique); Alan, Murilo, Lucas Cunha e Miqueias; Wallace (Ale) e Rafinha (Cleber). | Técnico: Luciano Quadros
Gols: Jorge Mauá (Noroeste – 7′ 1ºT), Igor Pimenta (Noroeste – 17′ 1ºT), Gindre (Noroeste – 31′ 1ºT), Jean Pierre (Noroeste – 35′ 1ºT), Leandro Oliveira (Noroeste – 41′ 1ºT), Jorge Mauá (Noroeste – 47′ 1ºT), Jorge Mauá (Noroeste – 2′ 2ºT), Rafinha (Matonense – 12′ 2ºT) e Leandro Oliveira (Noroeste – 21′ 2ºT)
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