Nesta meia década do título da Copa Paulista, confira como estão os atletas que garantiram o troféu ao Alvirrubro

Por Fabio Toledo

O relógio se aproximava das 10h da manhã. Não fazia sol, mas o calor estava presente. No Estádio Nicolau Alayon, havia pouco mais de 1.700 pessoas, noroestinos em grande parte. Mesmo sendo mando do até então Audax SP, o campo da Rua Comendador Souza foi ambiente alvirrubro por um dia. Em 25 de janeiro de 2012, o Noroeste encerrava uma história fantástica, ao conquistar o título da Copa Paulista.

Após um primeiro tempo onde o ataque noroestino parou no goleiro Sidão e Walter fez defesa milagrosa no um contra um, o Alvirrubro seguiu buscando garantir o resultado. Apesar de ter feito 2 a 1 na ida, para 4 mil pessoas no Alfredão – gols de Hélio e Kasado -, o tento anotado por Rafinha para o Audax deixava a peleja da volta perigosa. Até que Diogo acertou um tirambaço do lado direito da grande área e estufou a rede.

Ainda faltavam 27 minutos para o apito final, mas o time comandado por Antônio Carlos Zago não superou Walter. Assim, do lado vermelho da arquibancada, do banco de reserva noroestino e dos aficionados pelo Norusca de frente para a tela da TV, o grito de “É campeão!” foi entoado.

O último grande momento do Esporte Clube Noroeste desde então foi também o último da Família Garcia no comando do clube. O anúncio da saída, após o afastamento do patriarca, Damião, foi anunciado durante a competição. Mesmo assim, o elenco conseguiu se manter focado no objetivo. Depois de um início difícil, que culminou na demissão do técnico Amaury Knevitz, o time conseguiu reagir.

Com Moisés Egert, o Norusca terminou na quarta posição do grupo 1, a última que dava a classificação.  Na segunda fase, liderou seu grupo – à frente de Grêmio Osasco, Paulista e Rio Claro. Passou pelo Capivariano com dois empates (tinha a vantagem pela melhor campanha) e fazendo 3 a 1 sobre o Velo Clube no Alfredão. Dessa forma, a Maquininha Vermelha chegava à final da Copa Paulista, onde fez história de vez.

Melhores momentos

Escalações

Audax: Sidão; Eduardo Ratinho, Petterson, Anderson Marques e Dhiego Souza; Paulo Roberto, Francis (Fabiano), Tchê Tchê (Juninho Carioca) e Paulo César (Ingro); Rafinha e Caio Dantas. Técnico: Antônio Carlos Zago

Noroeste: Walter; Mizael, Lima, Hélio e Ralph (Samuel); Kasado, Velicka, Johnnattan e Gilsinho (Ruan); Diogo (Daniel Grando) e Roberto. Técnico: Moisés Egert

Como estão agora

O último grande Noroeste ficou marcado para a história do clube, com os 11 atletas que começaram a peleja na Comendador Souza possivelmente guardado na memória do torcedor. Cinco anos depois, como estariam eles? Onde estariam os campeões da Copa Paulista 2012? Isso você descobre agora:

 

Walter – Sem dúvida, o atleta de maior sucesso daquele time. Depois de vir com desconfiança do XV de Jaú recém rebaixado para a Bezinha do Paulista, foi fundamental na conquista do título. O destaque foi tamanho que ele rumou para a União Barbarense, comandada por Moisés Egert, na elite do Paulistão. Mais uma vez, chamou a atenção. Ainda que rebaixado, foi contratado pelo Corinthians, sendo parte do elenco do Alvinegro nos títulos brasileiros de 2015 e 2017, aos 30 anos.

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Mizael – O lateral-direito tinha na época 20 anos e cumpria bem o dever de segurar os avanços e auxiliar no ataque. Permaneceu na equipe no ano seguinte, embora não tenha obtido o mesmo sucesso. Na sequência, defendeu o Red Bull Brasil pela Copa Paulista de 2014 e chegou ao Velo Clube em 2015. Disputou a A2 pelo time rio-clarense e a Copa Paulista pelo Linense. Retornou ao Velo para 2015 e por lá ficou até o final da A2 deste ano, quando foi para o Comercial-MS disputar a Série D do Brasileiro. Em 2018, aos 25 anos, volta a defender o Rubro Verde de Rio Claro, adversário do Noroeste na A3.

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Lima – O cherifão da zaga alvirrubra tinha vindo por empréstimo do Volta Redonda e, após a conquista da Copa Paulista, retornou ao Rio de Janeiro. Após ser pouco utilizado por lá, defendeu o Paulista em 2013 e o Atlético Sorocaba em 2014, ambos na A1. Para a nova temporada na Ucrânia, desembarcou no Hoverla, mas a passagem foi curta. Teve mais tempo em campo pelo Al-Akhaa Al-Ahli, do Líbano. Retornou ao Brasil em 2015, para defender o Comercial no Paulista A2, mas retornou à Europa para sua segunda passagem pelo Ceske Budejovice, da República Tcheca. Porém, a mais excêntrica experiência aconteceu em 2016, quando deixou o Grêmio Osasco e foi jogar no Tai Po, de Hong Kong. Aos 31 anos, de acordo com o site Transfermarkt, agora está sem clube.

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Hélio – Autor do gol de cabeça que colocou o Norusca à frente no primeiro jogo da decisão, Hélio seguiu com Moisés Egert para a União Barbarense, na disputa da Série A1 do Paulista em 2013. Atuou em dois jogos apenas, rumando para o Boa Esporte no segundo semestre. Em 2014, defendeu dois times mais uma vez – Capivariano, com acesso à elite estadual, e Guarani, na Série C. Retornou a Capivari para disputar a A1 em 2015, para depois desembarcar na Romênia, onde passou uma temporada com o Zimbru. Voltou para o Brasil contratado pelo Mirassol, mas em 2017 rumou para a Caldense. No segundo semestre, defendeu o Desportivo Brasil. Tem no momento 27 anos.

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Ralph – Pertencente ao São José E.C., o lateral-esquerdo voltou à Águia do Vale após o título, mas logo foi contratado pelo Linense, que disputava a Série A1. Fechou com o Mixto-MT para a Série D de 2013, ainda dando tempo de jogar pelo Sertãozinho na Copa Paulista. No ano seguinte, esteve com o Guarani-MG para o Mineiro, mas não conseguiu muito sucesso, assim como pelo Comercial, na A1 do Paulista. Também não teve tanto espaço no Villa Nova-MG, em 2015, e no Rio Branco-PR, em 2016. No segundo semestre, acertou por um ano com o Gama, sendo liberado na sequência. Desde então, aos 29 anos, seu clube é o Goytacaz, da sua cidade natal, Campos dos Goytacazes.

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Kasado – O volante ganhou destaque no Norusca campeão, tanto que foi para o Paulista e jogou como titular na elite estadual em 2013. No mesmo ano, defendeu o Boa na Série B e o Penapolense na Série D.  Em 2014, teve curta passagem pelo Atlético Sorocaba e foi para o Toledo, retornando ao Penapolense novamente para a Série D – embora não tenha atuado. A trajetória de Kasado seguiu por Itumbiara, Campinense e Audax Rio, em 2015, CRAC e Real Estelí – de El Salvador -, em 2016. Sua volta ao Brasil foi pelo Passo Fundo, lanterna do Gauchão, no início deste ano. Já o último clube foi o Comercial-MS, na Série D. Agora está com 28 anos.

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Velicka – Vindo do Comercial, o meia foi um dos destaques noroestinos tanto na A2 como na Copa Paulista. Na sequência, foi justamente para o Audax, derrotado na final. Por lá, fez parte da implementação do estilo de jogo que foi destaque na elite estadual, no agora Osasco Audax. Ainda pertencente ao clube osasquense defendeu o Guaratinguetá em 2015 e o Oeste em 2016 e 2017 – todos empréstimos realizados no segundo semestre. Durante a disputa da Série B do Brasileiro, Velicka teve permanência confirmada pelo Oeste para a A2 em 2018, aos 31 anos.

 

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Johnnattan – Revelado pelo CRB, o volante chegou por empréstimo ao Norusca, retornando ao clube alagoano após a Copa Paulista. Por lá ficou até 2015, quando teve rápida passagem pelo Guarani. Em 2016, disputou a A2 pelo Mirassol e a Série D nacional pelo Murici – outro clube alagoano na carreira do atleta nascido em Maceió. Chegou em 2017 ao Água Santa, por lá fazendo parte da equipe da A2 e da Copa Paulista. Aos 29 anos, acertou sua ida para o Treze-PB em 2018.

 

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Gilsinho – O camisa 10 estava entre os mais experientes do elenco noroestino. Já havia passado pelo clube anteriormente, mas foi em 2012 que teve maior destaque. Após o título da Copa Paulista, foi importante para o Linense, mas pouco atuou pelo ASA na Série B. Em 2014, fez sua primeira passagem pelo XV de Piracicaba, fechando com o Cuiabá no segundo semestre. Foi bicampeão mato-grossense e campeão da Copa Verde em 2015, com um retorno a Lins no Paulista. Teve curtas passagens por Central de Caruaru e Barretos antes de voltar ao XV. Pelo Nhô Quim, foi campeão da Copa Paulista 2016. Saiu após a Série D de 2017, indo para o Confiança, garantido para o ano que vem na equipe sergipana, que disputa a Copa do Nordeste. Está com 36 anos. 

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Roberto – Mais conhecido na carreira como Roberto Pitio, está com 30 anos. Vindo do Nacional paranaense, foi o camisa 9 no título da Copa Paulista. Depois, assinou com o Velo Clube para o estadual. Ainda em 2013, chegou ao extinto Cincão, de Londrina, e teve passagem pelo Sertãzinho. Na virada de ano, voltou ao Velo, rumando no segundo semestre para o CRAC. Já em 2016, defendeu o Central de Caruaru, ficando por lá uma temporada, quando acertou com o Rio Branco-PR. Após a disputa do paranaense, Pitio seguiu para o Gama, onde esteve até o último mês de abril, quando foi para o Bragantino disputar a Série C. De acordo com o site Transfermarkt, deixou o clube em setembro. 

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Diogo – O autor do gol do título noroestino estava por empréstimo vindo do Bragantino. Foi mais uma vez emprestado em 2013, agora para o Marília na A3. De lá, foi novamente por empréstimo ao Novo Hamburgo. Com o término do contrato com o clube de Bragança, acertou sua ida ao Grêmio Novorizontino para a disputa da A3 no primeiro semestre de 2014. No segundo, chegou ao Grêmio Barueri, na Série D do Brasileiro. Ainda defendeu Aimoré-RS, Juventus da Mooca, Rio Branco-PR, Itabaiana e J. Malucelli, do qual saiu em junho de 2017, rumo a um desafio peculiar. Aos 27 anos, Diogo – ou Diogo Pereira, como também é conhecido – defende o Becamex Binh Duong, do Vietnã. 

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Moisés Egert – Campeão Paulista da Série A2 em 2011 pelo XV de Piracicaba, Laurence Moisés Camargo Egert chegou com a Copa Paulista e conseguiu fazer o time funcionar, conquistando o título. O sucesso o levou à União Barbarense, que retornava à elite estadual em 2013. Contudo, seu projeto durou poucas rodadas, caindo em fevereiro, também passando pela Ferroviária no mesmo ano. Em 2014, foram mais duas passagens curtas, por Velo Clube e CRAC. Após passar por Monte Azul no primeiro semestre de 2015, foi bicampeão da Copa Paulista, agora com o Linense. Obteve acesso com o Mirassol na A2 de 2016, disputou a Série D com o Elefante e depois foi vice da Copa Paulista com o Mirassol, derrotado pelo Santo André. Também pelo Leão da Alta Araraquarense, em 2017, conquistou vaga à Série D via Paulistão. Ele chegou a deixar o clube em seguida, mas acertou seu retorno, tanto para a Copa Paulista, como para o Paulistão de 2018.