Em busca da vantagem na série, Paulistano e Bauru se enfrentam nesta terça

Por Fabio Toledo

“Capacidade de recuperação e de enfrentar a pressão estando na desvantagem”, estas foram algumas das palavras de Rafael Hettsheimeir no pré-jogo do segundo embate das semifinais do NBB 10 entre Paulistano/Corpore e Sendi/Bauru. No último sábado, o Dragão provou mais uma vez a sua alta capacidade de superar dificuldades, sendo o primeiro time a bater o Paulistano como visitante em seus domínios. Com o 1 x 1 na série, o jogo 3, que acontece nesta terça-feira, às 19h30, em São Paulo, será muito importante para a sequência da batalha entre o campeão e o vice da temporada passada.

Característica do time antes mesmo do título do último NBB, a defesa do Bauru foi responsável por dificultar ao máximo as ações ofensivas do Paulistano no jogo 2. A pressão na linha de passe, que também atrapalhou os arremessos de três, além de boa atuação dos pivôs nos rebotes, limitou o time da casa em 59 pontos – menor pontuação neste NBB do ataque mais volumoso da temporada – e garantiu a segurança necessária para, do outro lado da quadra, os comandados de Demétrius Ferracciú construírem a vitória.

Com a rotação limitada, o Dragão do máximo daqueles que estiverem em quadra, especialmente os titulares. Na última partida, o desempenho do quinteto Anthony, Isaac, Matulionis, Jaú e Hettsheimeir foi preponderante. Com exceção a Osvaldo, que passou em branco nos arremessos (compensando com boa defesa), os demais contribuíram em grande estilo nos dois lados da quadra. Já Duda Machado, principal nome vindo do banco, segue com rendimento abaixo daquele apresentado nas duas séries anteriores. Com o andar da série, as equipes se conhecendo cada vez mais, ter outro atleta aparecendo para decidir pode ser o diferencial.

Decisão

Duda, que já foi campeão do NBB pelo Flamengo, aponta o caminho para a abordagem desta partida: encarar como uma decisão. “Acredito que não tenha como encarar esse jogo de outra forma a não ser como mais uma final para nós. Não perdemos nenhuma partida desses playoffs fora de casa e temos que usar esse retrospecto a nosso favor. Já mostramos que somos capazes e não vamos descansar até alcançarmos o nosso único objetivo, que é a vaga na final”, complementa o ala.

Dentro deste clima de decisão, Gabriel Jaú espera que o Bauru consiga se impor na partida. “Espero que entremos em quadra da mesma forma que entramos no sábado: impondo o nosso ritmo e não deixando espaços para eles efetuarem as jogadas. É entrar com a cabeça focada no que tem que ser feito para que busquemos mais uma vitória”.

Como vem o Paulistano?

No cinco contra cinco, Bauru se sobressaiu. Assim, o Paulistano vai para o jogo 3 em busca de uma transição ofensiva mais rápida. No entanto, isso depende também de uma melhora defensiva. “Tudo começa pelas nossas falhas defensivas. Pecamos muito, então, sem essa defesa boa, não conseguimos sair rápido para o ataque. Nosso aproveitamento não foi aquele que temos costume de apresentar. São pequenos detalhes que em um jogo de playoffs fazem diferença”, analisa o pivô Du Sommer.

Por mais que seja destaque pelo ataque, é na defesa que o clube do Jardim América constrói seus placar, como lembra o ala/armador Deryk. “Durante a temporada toda nossos bons jogos partiram de boas defesas. Quando defendemos bem, conseguimos correr, atacar bem, rodar bastante a bola, fazer bons arremessos e fazer com que o adversário corra atrás da gente. Com certeza esses ajustes na defesa serão primordiais para nós”.

Ajustes foram necessários para Bauru empatar a série. Agora, ajustes precisam ser feitos para o Paulistano voltar à frente. Porém, a pressão, com o andar da disputa melhor de cinco jogos, fica cada vez maior. Pode-se dizer que, neste jogo 3, a necessidade de um triunfo está mais nas costas do Paulistano, por estar em casa e, no caso de derrota, ter de decidir a vida na Panela de Pressão. Portanto, os nervos também precisarão ser controlados pelos comandados de Gustavo de Conti.