Pra comprovar o que já se sabia: Bauru, melhor time da América Latina
Por Fabio Toledo
No final do mês de maio de 2012, o Bauru Basket viu seu principal parceiro, a Itabom, não ter mais condições de ajudar a equipe. O final estava mais uma vez próximo para a iniciativa de ter um time de basquete na cidade sem limites. O Time de Guerreiros estava com os dias contados, não fosse a entrada do grupo Paschoalotto, que não só bancou o Bauru Basket, como também iniciou um processo de profissionalização e valorização das categorias de base, sempre confiando no comando técnico de Guerrinha e no talento do maior ídolo do renascimento do Dragão e da paixão do bauruense pelo basquete, Larry Taylor, dois dos principais responsáveis por tornar o Bauru Basket no que é hoje: o melhor time da América Latina. O torcedor bauruense já sabia, mas não tinha coragem de falar. Precisava de algo que comprovasse. Algo concreto, como o troféu de campeão da Liga das Américas. Então, chegamos ao domingo, 15 de março de 2014.
Não foi o Flamengo. Sorte do Dragão? Não mesmo. O adversário, o Pioneros de Quintana-Roo, que já havia sido derrotado pelos bauruenses na fase semifinal, em Cancún, mostrou-se a mesma equipe aguerrida da noite de sábado, quando calou o Maracanãzinho, derrotando o Flamengo na prorrogação. Aliás, fazemos aqui um concerto, em nome de todos os que só falaram do fato dos Pioneros serem guerreiros. Eles também sabem jogar, principalmente o trio Denis Clemente, Romel Beck e Justin Keenan. Contudo, não dá para segurar o Bauru somente com um trio.
Ricardo Fischer, Alex Garcia, Murilo Becker, Rafael Hettheimeir e Jefferson Willian. Sim, Jefferson também foi muito importante na final. Mesmo fora da quadra, o ala-pivô passou muita energia e apoio para seus companheiros, mostrando que, apesar de terem um salário bom, não é só disso que o Bauru Basket é feito. Tem muito comprometimento e uma família construída na base desse elenco. Por 86 a 72, o Paschoalotto/Bauru se sagrou campeão da Liga das Américas.
O Jogo
Guerrinha optou por iniciar a partida com Fischer, Alex, Day, Murilo e Hettsheimeir. A presença de Day foi para dar mais experiência ao quinteto inicial em relação ao que começou a semifinal, diante do Peñarol. Já o Pioneros apostou em Denis Clemente e Justin Keenan. Com a dupla, além de uma bola de 3 pontos de Stephen Soriano (a única do capitão em todo o jogo), os mexicanos começaram assustando, abrindo 9 a 2. Mas Alex, com 5 pontos, e Hettsheimeir, com 6, garantiram a virada bauruense. No toma lá, da cá, partida empatada no final do primeiro período. 24 a 24.
Com Hettsheimeir, Bauru procurou abrir vantagem, e o pivô foi muito importante nesse aspecto. Foram oito pontos nos quatro minutos iniciais do segundo período conseguidos por Rafael. A diferença chegou a ser de 12 pontos, após arremesso certeiro de 3 de Ricardo Fischer. Porém, Keenan e Beck correram atrás do prejuízo e entraram no minuto final apenas 3 pontos atrás. Foi quando Fischer achou Mathias dentro do garrafão para fazer 46 a 41 (22 a 17 na parcial do quarto), dando um alívio para a equipe do interior de São Paulo no último lance do período.
O “respiro” para os comandados de Guerrinha durou apenas o intervalo, já que Keenan voltou a fazer das suas na defesa bauruense. Quatro pontos seguidos do pivô norte-americano. Clemente anotou mais dois e o Pioneros assumiu a ponta. Alex e Larry fizeram 50-47 para Bauru, mas Beck igualou em chute de três pontos. Mathias apareceu novamente, com mais 4 pontos e 3 rebotes ofensivos, Day fez sua primeira cesta de três, além de mais Hettsheimeir e Alex. Beck, Clemente e Hector Hernandez respondiam no lado mexicano, garantindo outra parcial bem disputada, 16-18 (62 a 59 para Bauru, no geral).
A bola de três pontos de Hernandez, diminuindo a vantagem do Dragão para 2 pontos, tinha tudo pra ser o prólogo de um épico quarto período, sendo disputado nos segundos finais. Só que não teve nada disso. Adeptos da emoção extrema, culpem Alex Garcia, Ricardo Fischer e Murilo, responsáveis por abrir 10 pontos de vantagem até o cronômetro marcar 5 minutos para o final. A partir daí, Bauru manteve a diferença, segurou o ímpeto dos mexicanos, que jogaram a toalha faltando 2 minutos. A 1:39 do fim, Murilo recebeu de Alex para fazer a cravada da vitória, coroando a volta por cima do pivô, que encontrou problemas de lesões e pessoais até pouco tempo. Tinha que ser ele o primeiro a levantar o troféu da Liga das Américas. 86 a 72 no Maracanãzinho. Pronto, agora não há mais o que dizer além de que o Bauru Basket é a melhor equipe da América Latina.
Destaques da partida
Paschoalotto/Bauru
Rafael Hettsheimeir – 30 pts e 8 rebotes
Murilo Becker – 17 pts e 11 rebotes (8 rebotes ofensivos)
Alex Garcia – 16 pts, 8 assistências e 4 rebotes
Ricardo Fischer – 8 pts, 9 assistências e 4 rebotes
Pioneros de Quintana-Roo
Justin Keenan – 23 pts e 3 rebotes
Denis Clemente – 13 pts e 3 assistências
Hector Hernandez – 12 pts
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